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The Killing – 1×13 Orpheus Descending (Season Finale)

Por: em 23 de junho de 2011

The Killing – 1×13 Orpheus Descending (Season Finale)

Por: em

O único motivo de eu não ter odiado esse final é por já imaginar algo parecido. Qualquer pessoa que não pensava que isso iria acontecer, deve, e com razão, sentir-se insultada.

Vamos aos fatos: The Killing é a versão americana da série dinamarquesa de sucesso, Forbrydelsen, que conta a investigação do assassinato de uma garota, mostrando os diversos ângulos…da família da vítima, dos policiais, dos suspeitos e da política da cidade. A primeira temporada de Forbrydelsen teve 20 episódios para explorar a morte da garotinha que nós conhecemos aqui por Rosie Larsen. The Killing teve 13, e por isso produtora Veena Sud achou que muitas coisas ainda deveriam ser exploradas e que o caso de Rosie iria continuar pela 2ª temporada. Nota importante: Sud não sabia se a série seria renovada antes de escrever essa finale (ou então ela mente muito bem e já havia tido uma conversa com os chefões da AMC). Por isso, se você está chateado, e eu realmente entendo o porque, pense que dos males o menor: pelo menos você ainda tem a chance de saber quem é o assassino de Rosie Larsen na 2ª temporada…caso continue assistindo, claro.

Como cada temporada de Forbrydelsen contava uma investigação diferente, o mesmo era esperado em The Killing. E apesar de Sud ter dito que nunca falou que a temporada concluiria o caso de Rosie, ela sequer falou o contrário. Quando você faz um remake de uma série de sucesso, que segue uma fórmula interessante, você se mantém nessa fórmula. Ainda mais se você promove sua série com imagens de uma garotinha e faz a pergunta para todos os telespectadores: quem matou Rosie Larsen? Quem aguentou assistir os 13 episódios esperando pela conclusão está realmente decepcionado, pois não é fácil sentir-se traído por uma série que você aprendeu a gostar. Se você tivesse crédito o suficiente para manter o suspense, a recepção até poderia ser outra. Mas vejamos: The Killing começou muito bem, e conseguiu manter boas coisas durante sua primeira temporada (principalmente a atuação dos atores, relacionamento Sarah-Holder, e na maior parte, o luto dos Larsen). Porém, a partir do momento que focaram no professor Bennet, a série desandou, mostrando cliffhangers em quase todo santo episódio (que não levariam a nada quando o próximo começasse), instigou o telespectador a desconfiar de personagens como Sterling, Jasper, Bennet, Amber…para simplesmente esquecê-los e nos deixar na mão. Isso sem contar o lado político da série que não tinha propósito algum até duas semanas atrás.

Não me entendam mal. Eu vou continuar vendo The Killing, mas a vontade não é mais a mesma. A trama teve tantas reviravoltas, tantos cliffhangers falsos…tanto tempo desperdiçado, que é difícil fazer nos importarmos com ela sabendo o que esperar, que basicamente é: não confie em nada que eles lhe mostrem em cena. Isso tudo aliado ao final da temporada deve afastar um bom número de pessoas que assistiam a série. A repercussão na mídia afora está bem dividida. Alguns amam, outros odeiam. A maioria do público sente-se traída pela série que prometia revelar a identidade do assassino. O triste é que a série sabe ser melhor. Tivemos ótimos episódios, desafiando o telespectador a criar teorias e entrar de cabeça na investigação. O clima de Seattle, e consequentemente da série, a passos curtos e lentos, com muita chuva, lama e sensação de tristeza é algo magnífico que The Killing conseguiu fazer, pois bate perfeitamente com a atuação dos ótimos atores. E a maioria ali se deu muito bem. Mireille Enos merece Emmy, Michelle Forbes também, Brent Sexton, Joel Kinnaman e outros mostraram a que vieram.

No final das contas, Richmond não era o assassino. Porém, muita coisa da noite do crime foi respondido. Rosie foi pega no cassino e no caminho pararam para abastecer. Ela gritou e fugiu para a floresta, onde errou de direção e foi encontrada pelo assassino, terminando assim sua vida. Do outro lado, Richmond saiu de casa e voltou somente na manhã seguinte todo ensopado. O que ele foi fazer e quem perseguiu Rosie pela floresta? Não consigo e nem quero criar teorias e tentar descobrir o que disso é verdade, pois tudo, assim como Rosie, tende ir por água abaixo. Para piorar, resolveram transformar Holder em um mentiroso, que está trabalhando para alguém que quer incriminar Richmond. Gosto de pensar que talvez seja apenas mais alguma coisa para ficarmos com a pulga atrás da orelha e no final das contas ele tenha feito isso somente para livrar sua amiga Sarah do trabalho, para que ela pudesse respirar aliviada e seguir com sua vida, sem perder o noivo e o filho, além de melhorar seu psicológico.

Já que o caso de Rosie vai continuar, devemos ver mais da família Larsen. Quem sabe um romance entre Stan e Terry? Já cogitaram essa possiblidade. O ruim é que até Mitch, que era uma ótima personagem, ficou chata nesses últimos episódios. Vale comentar que Veena Sud disse que o assassino de Rosie deve ser descoberto na 2ª temporada, ao mesmo tempo que um novo caso começará. No mais, tivemos Belko apontando a arma para Richmond, o que deverá ser mais um cliffhanger falso, por o vereador não deve morrer. Uma das coisas que mais gostei na finale foi Gwen. Nunca se menospreza o orgulho de uma  mulher traída, e lá foi ela acabando com o álibi de Richmond e entregando pontos importantes do caso. Se teve alguém que se destacou foi Kristin Lehman…até que enfim.

A maioria dos fãs acertou nossa última enquete. Mais de 57% disseram que Richmond não era o assassino. Para quem continuar com The Killing, talvez nos vemos aqui ano que vem. Agora me contem, qual foi o tamanho da sua decepção, se é que existiu alguma?


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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