“Love bends the rules of possible” – Qetsiyah (Tessa)

Não tenho como não lembrar de como eu estava desanimado com a quarta temporada já no seu terceiro episódio. Como a caça pela cura era chata, como os personagens tinham se perdido e até mesmo a transformação de Elena era um porre. E hoje, depois de ve rum episódio como esse, eu tenho a certeza mais uma vez do motivo que me fez não perder as esperanças em The Vampire Diaries. “Original Sin” não foi somente um episódio. Ele foi o começo de uma grande história que todos ansiávamos desde o aparecimento de Katherine lá na primeira temporada e que agora passa a fazer muito mais sentido. Não só sentido, passa a ser parte fundamental de tudo que vimos desde o primeiro episódio da série. Simplesmente uma sacada de roteiro que foi genial (e eu já tinha cantado ela para vocês ainda no final da quarta temporada). Sim, estou oficialmente animado com a quinta temporada.

Nem vou fugir do assunto principal do episódio: a mitologia dos dopplegangers. Silas amava uma mulher, Qetsiyah não aceitava isso, transformou ele em imortal e o trancafiou por séculos em uma tumba como vingança – isso era tudo que sabíamos até agora e acreditávamos ser a plena verdade, o que se mostrou bastante diferente. Como era possível imaginar devido ao título do episódio, um pecado é o que ligou duas almas a dois mil anos atrás (e mais uma vez a produção da série merece um destaque pela caracterização dos personagens nos takes de flashback) e ele ainda cria consequências até os tempos atuais da série. Silas e Qetsiyah eram dois dos mais poderosos membros de uma tribo – os viajantes – e viviam em uma suposta união feliz. A verdade é que Silas só tinha interesse nos poderes de sua noiva para transformar-se em imortal porém com um adendo muito importante: transformaria em imortal também o seu amor verdadeiro Amara, a Petrova original e criada de Qetsiyah. Quando foi deixada sozinha no altar, a bruxa ficou completamente fora de si e criou duas doses de cura para a imortalidade, gastando uma imediatamente com Amara, matando-a logo em seguida.

A questão é que uma vez transformados em imortais, Silas e Amara contrariaram as regras da natureza, que para estabelexer o equilíbrio mais uma vez criou as sombras ou doppleganger – cópias vivas e mortais dos seres imortais. Isso ainda não é tudo. Durante os séculos, o universo vem criando inúmeras cópias dos dois e sempre, seja quais forem as circunstâncias, tenta os unir mais uma vez. Qetsiyah prendeu Silas em uma tumba esperando que com o tempo ele se arrependesse e voltasse atrás na sua decisão, o que nunca aconteceu. Então ela criou a outra dimensão e o prendeu nesse lugar, do qual ele vem tentando sair desde muito tempo e agora está mais perto do que nunca de conseguir. Por isso Silas queria se tornar mortal mais uma vez, para conseguir se livrar da outra dimensão e seguir seu caminho em paz. Conceituada a carga de mitologia que a série nos apresentou, começo agora a discorrer um pouco sobre isso.

Primeiramente, só tenho que elogiar a maneira correta e orgânica como essa parte da história se encaixou no episódio e na série como um todo. Simplesmente conhecemos o porquê de tudo que já presenciamos desde a primeira temporada. Stefan salvou Elena no rio durante o acidente do carro de seus pais porque eles precisavam estar juntos, o destino os impulsionou a isso. Sua ligação com o vampiro é forte, porque é algo que vai além de um simples amor (e não leiam isso como um demérito a relação dela com Damon). E o destino vai os impulsionar a isso de novo. Essa é a grande cartada da série nesse terceiro episódio: além de transformar a relação de Elena em Stefan em algo que precisa acontecer ou está destinado, deixa o campo para a relação impossível da vampira com Damon como aglo aberto e desafiador. Com uma única trama, o roteiro abriu possibilidades infinitas para o triângulo principal da série e, agora, é como se voltassemos a estaca zero. Sei que Elena está com Damon atualmente e a relação dos dois é algo muito bacana de ver, principalmente pelo jeito que ela faz Damon evoluir como personagem, mas isso não limita a relação dela com Stefan, o que já vem se sobressaindo bastante devido aos últimos acontecimentos.

Agora, por favor, não vamos começar com argumentos de Stefan e Elena só vão ficar juntos por obrigação. O recurso de roteiro das cópias se encontrarem é muito bom para se perder em meio a brigas de fãs que querem um casal junto ou outro. A série vem contando uma excelente história e eu confio que será dado o encaminhamento certo e plausível para a trama dos casais, respeitando tudo que vimos até hoje durante as cinco temporadas. Outro ponto interessante de mitologia que foi aberto com isso tudo foi a questão dos viajantes. Eu ainda não entendi muito bem o que eles são, quais poderes eles tem. Silas não gosta dos viajantes, mas parece que ele pertenceu a essa tribo um dia, o que me deixou bastante confuso. O que enfim fica claro é que essa é mais uma das partes que deve ser explorada nesse novo ano, ainda mais agora que temos um dos personagens diretamente envolvidos com isso: Matt. Interessante a maneira como Matt acabou se tornando um ser sobrenatural – um simples marionete nas mãos de Nadia, que agora tem a suposta confiança de Silas (ou não) e ainda tem o seu noivo através do corpo do garoto – não vejo a hora da série explorar mais dessa nova parte da mitologia, porque já estou bastante curioso.

E no meio do embate entre Nadia e Silas, descobrimos uma das informações mais valiosas do episódio e que muda um tanto nossas perspectivas para o que pode vir pela frente: o sangue de Katherine é a cura. Não temos muito como saber o que isso significa. Teria ela que morrer para que seu sangue servisse como cura para alguém? Basta que ela dê um pouco de seu sangue que serve como cura? Um pouco confuso, mas a informação esclarece o motivo de Silas correr atrás da cópia e também o porquê dela ganhar tanta importância nessa quinta temporada. Katherine virou um copo de água no meio do deserto. Tanto Tessa (como Qetsiyah prefere ser chamada atualmente), como Silas a querem e não vão poupar esforços para conseguir isso. Essa luta entre os dois também parece ser um dos pontos interessantes dessa temporada. A princípio achei que seria um pouco forçado demais essa relação de ódio por anos, mas depois que conhecemos um pouco melhor Tessa, deu para entender de onde tanta raiva reprimida vem e do porquê dela ter tanta sede de vingança. Assistir por anos as cópias se aproximarem e ficarem juntas, sabendo que tinha sido um mero obstáculo nesse caminho não deve ter sido nem um pouco fácil.

Sua personalidade controladora e insana mostrada no episódio serviu para ressaltar que essa guerra é uma briga de grandes, de loucos, de seres despudorados e dispostos a qualquer coisa para alcançarem seus objetivos. E isso me atrai muito para esse quinto ano. Esse grande duelo entre os dois onde nossos personagens viraram peões de um grande xadrez é inteligente e intrigante. Faz repensar tudo que já aconteceu. E faz a série zerar nosso conhecimento de causa e começar tudo mais uma vez. Não houve espaço para Caroline, Bonnie do outro lado, Jeremy. Todos meros coadjuvantes perto dessa grande trama apresentada. A ligação entre as cópias foi estabelecida. Silas perdeu seus poderes de controle mental. Tessa está por perto. Katherine tem a cura em seu corpo. E Stefan não lembra de absolutamente nada – restart na sua memória. Sério, tem como não se animar com tudo isso? Fiquem com o vídeo promocional do próximo episódio e não esqueçam de comentar!

PS.: Minhas desculpas pela demora da review. Tive uma carga muito pesada de trabalho na última semana e não pude me manter em dia com as séries. Essa semana voltamos a programação normal.