Este episódio foi um tanto quanto calmo para os padrões de The Walking Dead, mas isso não quer dizer necessariamente que tenha sido ruim. Tivemos alguns acontecimentos importantes e que ditarão os rumos dos próximos capítulos dessa guerra que está apenas começando.
O primeiro deles é algo que já mencionei em outras reviews: Rick está perdendo o controle. Ele próprio não consegue mais se auto-controlar, e, com isso, tampouco o grupo inteiro. Já havíamos visto algumas outras vezes alguns personagens questionando as decisões de Rick. Um deles foi Shane, e o que ocorreu com ele ajudou a fazer com que a autoridade de Rick no comando fosse ainda menos questionada. Porém, a falta de controle, decisão e bom senso de Rick chegou ao ponto alto nesse episódio e a reação de Hershel, ao meu ver, foi totalmente compreensível e pontual com o momento pelo qual o grupo está passando. A forma como ele grita com Rick me fez lembrar um pai recriminando um filho levado por fazer alguma travessura.
Esse descontrole do protagonista vem sendo cada vez mais e mais destacado, o que nos faz ter a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, isso trará consequências para eles, muito provavelmente nada agradáveis. Tudo isso porque não vejo Rick recuando, e muito menos imagino que ele se livrará das visões e coisas do tipo. Nem mesmo o pedido de Carl me parece ser suficiente para ele assumir que não está mais em condições de liderar.
O principal acontecimento do episódio, porém, foi a visita de Andrea à prisão. A personagem finalmente apareceu e saiu da sombra de seu amante. Achei totalmente coerente a vontade dela de visitar os ex-companheiros e tentar apaziguar os ânimos. O problema é que ela parece não saber que está no meio de dois insanos, cujos planos não envolvem, nem de longe, recuar. A dualidade das emoções da personagem foi incrivelmente bem trabalhada. Vinha dizendo seguidamente que não sabia em qual lado Andrea estava e, com este episódio, continuo com essa incógnita. Sim, ela não matou o Governador quando teve a chance, o que já diz algo, mas o simples fato dela ter cogitado essa hipótese faz com que fiquemos novamente com o pé atrás. Acho que, de início, ela vai defender Philip, mas um dia – não tão distante – ela acabará apunhalando o Governador pelas costas.
Por fim e não menos importante, o que também me deixou intrigado foi o grupo de Tyreese ter encontrado Woodbury. O Governador acolhendo os recém-chegados repletos de informações da prisão foi o mais natural de se esperar dele. Estou ansioso para ver se eles realmente irão colaborar com ele. E, mais ansioso ainda, claro, para novos combates.
Outras observações:
– “Merle frequentador da biblioteca e cristão” é uma frase que nunca pensei que escreveria.
– Espero pelo dia em que Michonne vai cortar a cabeça do Merle fora.
– Milton é o personagem mais enigmático e imprevisível da série. Nunca sei o que esperar dele.
– A cena final com Beth cantando foi emocionante.
