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Person of Interest – 1×03 Mission Creep

Por: em 10 de outubro de 2011

Person of Interest – 1×03 Mission Creep

Por: em

Tem que se identificar muito com a proposta de Person of Interest pra continuar assistindo. A série é como um filme de ação, aqueles que a gente sabe exatamente o que vai acontecer na próxima cena, inclusive o final, mas que nem por isso deixa de ser interessante. Mas é preciso persistir consigo mesmo pra não dormir numa sequência ou outra. O ritmo da trama é tão devagar que chega a ser irritante, embora Reese apresente várias facetas e não mate pouco, há uma longa e detalhada busca pelos motivos que levaram a máquina inventada por Finch a selecionar determinado número.

E essa busca é maçante, é impossível não olhar para o relógio e se perguntar quanto falta pra parte boa começar, ou então pular mesmo algumas cenas. Ao escolher ser um procedural simples, com o típico “caso da semana”, a série se deparou com o grande problema de não conseguir empolgar – daí a dificuldade em acompanhar o episódio.

Mas esse terceiro episódio foi bom, em relação aos anteriores se diferencia no tempo gasto para que nos envolvêssemos com a “vítima”. O mais interessante é que você termina o episódio se perguntando porque a máquina entendeu que ele era a vítima, sendo que seu trabalho fora do expediente era roubar. Perceba a discussão do subtexto: o homem possui uma habilidade incrível em criar justificativas para seus atos ilícitos. “Fiz pra defender uma causa nobre”. “Fiz por Deus”. “Fiz porque tinha que pagar as contas”. “Fiz porque todo mundo faz”. “Fiz, mas não tinha consciência do que estava fazendo na hora”. E tantas outras desculpas que ouvimos. E agora, uma máquina está fazendo essa justificação por nós: o ex-fuzileiro fez pra honrar a morte de um amigo e, assim, pagar a faculdade da filha deste.

Realmente é um motivo válido, aliás, pergunte a qualquer um e todos vão ter algum motivo pra roubar – a crise econômica que o Estado insiste em dizer que não nos atingiu, já sinto no bolso. Mas é um baita de um paradoxo dizer que ele era “vítima”, quando na verdade era alguém que não estaria nessa situação se não fosse por ele mesmo. Isso sempre me fascina, essa linha tênue entre herói e criminoso, até que ponto as pessoas tem essa autoridade de determinar quem morre e quem vive e quem vai ser a balança que vai pesar essas justificativas e a própria série as utiliza para a sua proposta, não é mesmo? Reese mata e entra numa gangue porque o governo não se importou com a lista “não relevante”.

Fiquei surpresa com o flashback de Jessica em 2006. Ele a abandonou no hotel para lutar pelo país (veja aí o paradoxo novamente) e ela seguiu a vida dela, anos depois eles se reencontram e ele não tem coragem de se render a esse relacionamento, pensando que isso compromete sua “missão”. Bonita a cena do aeroporto. Deu pra sentir o que eles estavam sentindo e me deixou bastante curiosa pra saber o que aconteceu com ela.

Por tudo isso, pela coerência e pela sutileza do roteiro, a série tem mantido uma regularidade desde o início. Os episódios tem sido bons na mesma medida, sem mais. O que realmente é um problema é a storyline da detetive Carter. O plano de fundo de Person of Interest é a busca pela identidade de John Reese, pelo menos é o que pude concluir até o momento. Mas não me empolga nenhum pouco. Ela vai passar a temporada inteira chegando atrasada nos lugares, desvendando os casos depois que eles acabarem e ficar de papinho com o Reese, pra na season finale ser a vítima e recorrer a ele para salvá-la? É isso? Só de pensar já me deu sono.

Bom, ao menos a didática que eu reclamei review passada, não tivemos neste aqui. É só mesmo acertar no ritmo e conquistar a audiência que está feia.

Até mais!


Lara Lima

Colatina - ES

Série Favorita: Friday Night Lights

Não assiste de jeito nenhum: Friends

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