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Santo Forte

Por: em 2 de setembro de 2015

Santo Forte

Por: em

Anunciada em 2013, a AXN finalmente lançou sua primeira produção seriada nacional: Santo Forte, um drama com ares de realismo fantástico ambientado no subúrbio carioca. Dirigida pelo jornalista Roberto D’Ávila e com roteiro de Marc Bechar, a série conta a história de João da Cruz Forte (Vinícius de Oliveira, o famoso garoto Josué, de Central do Brasil), um taxista que possui o corpo fechado (conceito utilizado pela umbanda para designar alguém que é protegido pelos orixás, sendo imune a ferimentos e acidentes), e que tem visões sobre seus clientes quando toca no dinheiro deles.

Santo-Forte

João tem uma missão: proteger seus clientes em perigo e tentar resolver seus problemas. Para isso, ele entrega uma nota do dinheiro recebido pelo cliente a Celso (Thiago Justino, com a melhor atuação do episódio), dono de um bar e pai de santo, que entra em contato com as entidades para saber o que João deve fazer. Foi uma decisão acertada iniciar o piloto com um flashforward que nos revela de cara o corpo fechado do taxista e nos dá uma pista sobre a linha narrativa da série: o aparentemente pacato protagonista utilizando seus dons para ajudar pessoas.

Vai-atira

Nesse piloto, o taxista recebe a idosa Alcina, e ao enviar uma nota de seu dinheiro a Celso para descobrir o que significavam as visões que recebeu, descobre que ela está sendo agredida frequentemente, graças à uma dívida que o seu neto contraiu com um agiota, e seu objetivo é tentar ajudar a pagar essa quantia. Pouco foi sugerido sobre a presença de uma trama fixa: João tem problemas com o sogro (que não nos foram explicados), chama a atenção de um agiota (o que deve trazer alguns problemas mais à frente), e o seu candidato à vaga de taxista auxiliar, Fábio, possui uma índole questionável (“Elogiou meu café. É mentiroso.”, diz Celso a João). Mas há alguns dramas familiares que devem se estender por mais tempo: além da preocupação com o tempo em que é obrigado a passar distante dos filhos, sua filha tem alguns problemas com a mãe (ou ao menos com suas roupas curtas).

Cachaça, negros, agiota, travesti, umbanda: a primeira produção da AXN é quase uma versão televisiva carioca de uma obra de Jorge Amado. Como toda produção que se propõe a representar diversas culturas, há sempre o risco de apelar para os estereótipos (nem mesmo a majestosa Netflix escapa completamente destes), mas Santo Forte evita esse caminho e não apresenta nenhum personagem caricato, em um piloto que chama bastante a atenção, e nos traz surpresas interessantes. Se o roteiro não é mais do que competente, a direção, a fotografia e a trilha são bastante habilidosas, o ritmo é, em sua maior parte, equilibrado, e as atuações são excelentes. Só resta esperar se o diretor-geral Roberto D’Ávila desenvolverá uma mitologia empolgante como prometeu.

P.s.: A Axn foi esperta e disponibilizou o piloto gratuitamente por 7 dias em seu site oficial. Corre pra ver e volte pra me dizer o que achou!

P.s.2: Tá no Youtube também!


Lucas Ferreira

Petrolina - PE

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Elementary

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