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Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

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Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Haven

Por: em 14 de julho de 2010

Haven

Por: em

Escrever em um blog de séries te leva a assistir muitos pilotos. Porque, no mínimo, você precisa ter idéia do que se trata determinada série… Assim, se ela ganhar premiações ou se tornar a maior furada da temporada, você saberá do que as pessoas estão falando.


Dito isso, só me resta declarar que Haven é o pior piloto que vi desde Hawthorne, em 2009. Na verdade, a série parece uma mistura de Hawthorne e Happy Town. E aqui me refiro somente aos pilotos dessas duas séries, já que diante da sua qualidade duvidosa, optei por não continuar. Como também não pretendo gastar mais um minuto da minha vida com Haven assim que acabar de escrever esse texto.

A série é baseada no livro de Stephen King, The Colorado Kid, que confesso nunca ter lido. Mas depois de uma rápida pesquisa no Google já posso afirmar sem medo que a história parece ter sido completamente modificada. Se, na obra de King, a protagonista da história é uma jovem jornalista, na série ela é substituída por uma agente do FBI. E é aquela velha história, se em time que está ganhando não se mexe, pra que alterar tanto um texto escrito por ninguém menos que Stephen King, um dos autores mais bem vendidos do mundo?

Pois bem, vamos a série. O episódio começa com a tal agente do FBI, Audrey Parker, sendo enviada para uma cidadezinha no Maine, a tal Haven, para desvendar o assassinato de um fugitivo. É claro que, como em toda cidade de interior em séries de suspense, os moradores não são nada convidativos. Embora não haja aqui velhinhas suspeitas como em Happy Town, há mulheres que mal conhecem seus maridos e sujeitos com problemas de relacionamento. Porque, sinceramente, não dá pra levar a sério um cara que começa o episódio apresentando um problema aparentemente real de insegurança quanto a invasão de seu espaço, e que em menos de uma hora já está magicamente curado.


Se você ainda não viu o episódio, também prepare-se para conhecer Nathan Wuornos, o sujeito sem dor. Claro,  isso existe e já é comprovado pela medicina como uma neuropatia hereditária, a chamada insensibilidade congênita à dor, mas a série parece ter tratado do assunto com o mesmo grau insuficiente de conhecimento que eu e o Wikipedia compartilhamos. Bom, mas numa cidade em que uma mulher é responsável pelo tempo, é de se imaginar que não sentir dor é uma coisa praticamente sem importância.

Isso me leva a um dos pontos mais importantes do episódio. Embora tenhamos conhecido a protagonista hoje, e termos testemunhado um papo bastante esquisito com seu superior logo no começo do episódio, que tipo de passado ela teria que ter para aceitar tão rapidamente um desfecho absurdo como aquele? O tempo fica totalmente instável no momento em que uma mulher se estressa e você conclui, quase que automaticamente, que a mudança climática então só pode ser culpa da mudança no temperamento dessa mulher? Por mais que essa seja uma obra de terror-suspense-ficção-científica, seria pedir pouco esperar que ela pelo menos duvidasse, por cinco minutos, dessa tão absurda teoria?

Não menos absurdos são os diálogos e situações totalmente clichês desse piloto.  Carros despencando de um penhasco, músicas que insistem em se repetir, neblinas misteriosas (ok, a neblina é quase uma marca de Stephen King, releva-se), mulheres que amanhecem despidas na cama de um estranho e, sobretudo, protagonistas espertinhos que têm sempre uma frase pronta pra qualquer situação.

Sim, o roteiro é a maior furada de Haven. Mas isso não quer dizer que outros pontos importantes fiquem muito atrás. Todas as atuações são pífias e nem a protagonista (Emily Raven, ER) se salva. Embora ela não chegue a envergonhar, em alguns momentos Emily parece estar fazendo uma leitura branca do texto, sem demonstrar emoção alguma.

“Meu nome é Emily Raven e eu atuo com as minhas sobrancelhas.”

Então, já tem argumentos suficientes para não dar uma chance a Haven? Ou será que você, como eu, já gastou seu tempo com essa bobagem?  Choremos o leite derramado juntos nos comentários então. Mas, claro, se você gostou dessa bomba, sinta-se livre para reclamar à vontade. Afinal, ter escrito e publicado esse texto num blog não me dá razão, apenas a possibilidade de compartilhar minha opinião.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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