“She stopped being a kid the day you sent her down here to die”
Aqui estou eu tentando encontrar palavras para descrever mais um excelente episódio de The 100. Talvez isso esteja se tornando repetitivo, mas essa série produz episódios tão incríveis que após assisti-los não consigo ter outra reação que não seja encarar a tela do meu notebook de boca aberta, enquanto tento processar tudo o que aconteceu. Essa semana não foi diferente e confesso que quando o episódio acabou deixei escapar um “mas já?”. Quarenta minutos definitivamente não são suficientes quando se trata de The 100 e em Human Trials isso se intensificou. A cena final foi destruidora e me deixou com duas certezas, a primeira é que preciso desesperadamente de mais e a segunda é que os personagens realmente já não são crianças. A inocência foi enterrada de vez nesse episódio.
Inocência não apenas dos 100, mas da série de um modo geral. Esse segundo ano tem nos apresentado uma trama mais ousada, intensa e violenta. O fim da Arca como uma estação espacial contribuiu bastante para isso, afinal, apesar dos acontecimentos, aquele sempre foi um cenário de maior calmaria quando comparado a Terra. Agora todos os personagens lutam pela sobrevivência em terra-firme, possibilitando a existência de diversos núcleos que exploram vários segmentos desse mundo desconhecido. Isso torna o ritmo da série mais intenso, ajuda a responder algumas dúvidas e a criar muitas outras, que nos mantém presos a essa trama incrível e muito bem elaborada. Além disso, a violência está cada vez mais presente e crua – as cenas do experimento com Lincoln e do massacre promovido por Finn confirmam isso – e os personagens mais maduros e sombrios.
Nada me agrada mais que assistir a uma série com personagens que vão se desenvolvendo e mudando aos poucos. The 100 sabe fazer isso muito bem – Clarke, Bellamy, Octavia, Raven, Kane, Abby e Murphy são a prova disso – ainda assim, falhou miseravelmente com Finn. Já escrevi isso mil vezes, mas vou repetir, essa mudança no personagem seria incrível se não tivesse sido tão abrupta. Transformar alguém tão pacífico em um assassino a sangue frio tão rapidamente nunca será algo que conseguirei engolir. De toda forma, o que temos agora é um Finn enlouquecido, que mata sem pensar duas vezes e parece ter perdido a capacidade de sentir culpa. Diante disso, tenho que concordar com Murphy e dizer que preferia o rapaz quando ele era um pacifista. Ainda assim, tenho que elogiar Thomas McDonel pela ótima atuação, seu personagem está enlouquecendo e ele conseguiu transmitir isso muito bem em todo seu tempo em cena.
Além disso, presenciamos alguns reencontros muito esperados. O primeiro foi entre Clarke e Abby. Foi bonito assistir o encontro entre mãe e filha, mas a paz não durou muito. As duas possuem visões diferentes de como agir e a nova chanceler está disposta a tudo para proteger a filha, que, por sua vez, fará tudo para salvar os amigos. Nesse ponto entra em questão toda a hipocrisia dessa galera da Arca. Na hora de mandar um grupo de adolescentes para um lugar desconhecido, possivelmente inóspito e sobre o qual havia poucas informações, tudo bem, ninguém pensou que eles eram apenas crianças. Mas agora que eles chegaram à Terra, depois desse grupo ter passado por poucas e boas para sobreviver (o que os obrigou a mudar e amadurecer), os adultos querem trata-los como se eles fossem apenas crianças. Bom, quando o assunto é a Terra essas “crianças” já provaram que sabem mais o que estão fazendo que os adultos.
Mas já que o assunto é reencontro não podemos esquecer a linda cena protagonizada por Bellamy e Clarke. A interação entre os dois é incrível e acho que eles funcionariam muito bem como um casal. De qualquer forma, acho que isso não acontecerá tão cedo (se é que vai acontecer) e como esse não é o foco da série vamos seguir em frente. Para isso nada melhor que falar do Mount Weather.
Sabemos que seus habitantes são capazes quando o assunto é sobreviver, mas a cada dia o lugar vem se tornando mais bizarro. O experimento com Lincoln, aparentemente para transformá-lo em um soldado, e a insinuação de que podem utilizar os 47 capturados para “tratamentos médicos”, misturada a fachada de gente engomadinha e pacífica torna tudo mais assustador. Enquanto isso, Jasper continua encantado pelo lugar e cada dia mais interessado em Maya. Mount, por sua vez, continua desconfiado e eu espero que consiga fazer o amigo começar a duvidar do suposto paraíso.
Por fim, tivemos Kane caindo em uma armadilha do Grounder que o estava “ajudando” a tentar estabelecer a paz. Isso não foi de todo uma surpresa, mas o fato dele ter encontrado Jaha em sua “cela” foi. Como antigo chanceler chegou ali só vamos descobrir na semana que vem, mas confesso que fiquei muito surpresa com a sua presença, pois achava que ele estava muito distante dos outros personagens.
De um modo geral, tivemos mais um excelente episódio, o que apenas reforça minha revolta com a baixa audiência da série. The 100 é incrível desde sua primeira temporada e sua qualidade só vem aumentando. É uma daquelas séries que dá gosto acompanhar e minha admiração por ela apenas cresce. Agora, tudo o que me resta é roer as unhas até a próxima quarta-feira e esperar para ser surpreendida de todas as formas possíveis.
