E a série mais lacradora da CW está de volta para acabar com todas as minhas unhas e me causar uma gastrite. Sim, após um emocionante mid-season finale, seguido por um hiatus longo demais para minha curiosidade, The 100 retornou, pisando um pouco no acelerador, mas sem jamais perder sua qualidade. E já podemos respirar aliviados, pois a série foi renovada para a sua terceira temporada, o que quer dizer que vocês não terão que aguentar essa pessoa que vos escreve surtando pela a audiência ou possibilidades de cancelamento. Mas vamos para o que interessa.
Durante todo o hiatus muito foi especulado sobre a morte de Finn ter sido uma farsa, no entanto, após as declarações de Jason Rothenberg e o que vimos nesse nono episódio, já não há como negar, o garoto está realmente morto e foi esse fato que deu tom a Remember Me. Logo na primeira cena encontramos uma Clarke completamente abalada, tentando se convencer de que havia feito a coisa certa. Contudo, não havia tempo para lamentações e a postura de líder logo voltou a garota, que tentava esconder seus sentimentos. Ainda assim, a culpa era forte o bastante para fazê-la ver o “fantasma” do amado por boa parte do episódio. Episódio, esse, que promoveu uma mudança decisiva em nossa protagonista.
Após todos os acontecimentos e uma conversa com Lexa, a loira acabou percebendo que amor é uma fraqueza e nesse momento ela não pode se dar ao luxo de ser fraca. Tudo isso promete uma Clarke mais fria, objetiva e forte e, vale ressaltar, que antes da estreia da segunda temporada Eliza Taylor já havia declarado que veríamos uma versão mais sombria de sua personagem, o que me deixa muito empolgada. Como já mencionei algumas vezes gosto de assistir a evoluções nos personagens, desde que elas sejam críveis e bem trabalhadas, e esse é um desses casos. Além disso, sejamos honestos, Abby, Kane e Jaha podem se matar pelo título de chanceler, mas quem tem realmente liderado “o povo que veio do céu” é a Clarke (fato que o próprio Kane admitiu nesse episódio) e uma postura mais ameaçadora pode lhe cair bem.
E já que o assunto é liderança como não falar de Lexa? A comandante dos Grounders tem dado um show desde sua primeira aparição e só tenho elogios para sua intérprete, Alycia Debnam Carey. É incrível como a atriz consegue transmitir tanta força, frieza e autoridade em um único olhar. Isso só confirma que se há uma algo que The 100 sabe fazer muito bem é criar personagens femininas fortes.
Nesse episódio nossa comandante favorita sofreu algumas críticas por se aliar ao povo da Arca, o que resultou em uma tentativa de envenenamento vinda de um de seus maiores aliados. Na verdade, o homem não queria fazer nenhum mal a ela, mas sim destruir qualquer chance de uma aliança ao fazer parecer que a culpa tinha sido de Raven. E falando na moça está pra nascer personagem pra se ferrar mais nessa série. Sério, chego a sentir pena dela. Nesse episódio, além de sofrer a ira dos Grounders, ela passou boa parte do tempo com raiva de Clarke, mas no fim acabou percebendo que o que a loira fez apenas abreviou o sofrimento de Finn.
De tudo o que vimos, no entanto, acho que a cena mais interessante foi a constatação de Abby e Kane que eles e os Grounders não são muito diferentes. Os dois povos fazem o que precisam para sobreviver e possuem métodos questionáveis de justiça, resultando muitas vezes em punições bárbaras. Qual a real diferença entre Gustus sendo esfaqueado pelos membros de sua tribo e Abby eletrocutada por Kane? Qual a diferença entre os Grounders exigirem que Finn pagasse por um crime com sua vida e o que acontecia na Arca? Eu não vejo nenhuma.
Além disso, acho interessante ressaltar o peso que as cenas entre Lincoln e Octavia ganham em todo esse novo contexto. Talvez eles não tenham tido muito destaque, mas é inegável que está ali a prova de que esses dois povos podem funcionar juntos. No momento, encaro o relacionamento entre os dois como um lembrete silencioso de se foi possível existir amor entre membros desses povos é possível que haja paz entre eles. O respeito mútuo entre Lexa e Clarke também pode ser um indicativo disso.
Agora, se teve um lugar em que a trama pegou fogo, esse lugar foi o Mount Weather. Primeiro gostaria de dar os parabéns ao ator que interpreta Cage Wallace por conseguir ser completamente detestável até em silêncio. Há algum tempo não odeio tanto um personagem e isso só indica que o ator vem fazendo bem o seu trabalho. Em Remember Me assistimos basicamente Monty, Maya, Finn e Miller tentando encontrar uma forma de se comunicar com a “Arca”. Interessante ressaltar que a lealdade de Maya parece ter se voltado completamente aos 47 e presenciamos até um beijo entre ela e Finn, tudo bem que era para manter o disfarce, mas a gente sabe que os dois bem que gostaram.
De toda forma, quem realmente brilhou foi Monty que usou toda sua inteligência para conseguir enviar a mensagem, mas com isso acabou sendo capturado. Devo confessar que todas essas cenas me deixaram incrivelmente tensa (adeus unhas) e minha torcida para que o garoto conseguisse se safar foi em vão. A cena final com as 47 jaulas foi incrivelmente creepy e cumpriu bem seu papel me deixando louca por mais, o que está longe de ser uma novidade quando se trata dessa série.
The 100 nos presenteou com mais um excelente episódio e deixo vocês agora com a promo de Survival of the Fittest. O episódio não parece vir para brincadeiras e lá vou eu contar os segundos até quarta.
