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The 100 – 2×16 Blood Must Have Blood pt. 2 (Season Finale)

Por: em 19 de março de 2015

The 100 – 2×16 Blood Must Have Blood pt. 2 (Season Finale)

Por: em

“None of us is innocent.”

Aqui estou eu completamente sem palavras para descrever esse season finale maravilhoso. Durante dezesseis semanas The 100 nos enlouqueceu, emocionou, surpreendeu e explodiu nossas cabeças com sua trama, que cresceu bastante em relação a primeira temporada. A evolução da mitologia e dos personagens é nítida e só tenho elogios para essa série que fechou seu segundo ano de forma primorosa.

Após tudo o que vimos na primeira parte do episódio, eu  não fazia ideia do que teríamos pela frente e cheguei a cogitar a hipótese de que apenas alguns personagens conseguiriam escapar do Mount Weather com vida , mas não poderia estar mais enganada. A imprevisibilidade do roteiro é provavelmente uma das coisas que mais me agrada nessa série. É maravilhosos construir inúmeros cenários mentais e teorias e ver todas caindo por terra durante os episódios, porque o que os roteiristas preparam é infinitamente melhor. Mas antes que me perca em uma lista infinita de elogios, vamos voltar ao episódio.

The 100 - Abby, Kane e Raven

Talvez tenha sido decepcionante para algumas pessoas a forma como as situações foram conduzidas. Ainda assim, achei tudo muito pertinente diante o que nos foi apresentado durante toda a temporada. Parando para analisar o que vimos até aqui é possível notar que a mudança nos personagens foi um dos principais pontos abordados pela série. De alguma forma, todos eles se tornaram mais sombrios e tomaram atitudes, no mínimo, questionáveis. A inocência, de quem descobria a Terra e até mesmo acreditava que viver em paz nesse planeta era possível, acabou. E com isso vimos nossos personagens se tornando capazes de fazer qualquer coisa para ficar vivos e proteger seu povo. O que também foi outra máxima da temporada.

Já mencionei isso antes, mas não me importo em repetir, uma vez que isso ficou ainda mais claro nesse season finale. Apesar de todas as diferenças, Grounders, Homens da Montanha e a população da Arca tem em comum o fato de não medirem esforços pelo bem dos seus. Cada líder quer defender seu povo, custe o que custar, doa a quem doer. E nesse jogo o certo e o errado simplesmente não existem. O mundo de The 100 não preto e branco, é completamente cinza. Sendo assimheróis e vilões são, na verdade, apenas pessoas tentando sobreviver.

Clarke: I tried, I tried to be the good guy.
 Abby: Maybe there are no good guys.

Dessa forma, a atitude de Clarke, Bellamy e Mounty ganha uma importância ainda maior. Afinal, até então tínhamos a certeza de que o Mount Weather representava o lado errado. Cage, e nessa reta final, Dante eram os vilões. As pessoas cruéis capazes de aniquilar e escravizar povos inteiros para terem suas necessidades atendidas. Nesse season finale, no entanto, vimos o jogo virar, enquanto aqueles personagens tão conhecidos  e amados exterminavam um povo inteiro, incluindo crianças e pessoas que os ajudaram. Isso mostra que não existem mocinhos quando se trata de sobrevivência e torna a afirmação de Maya, de que ninguém é inocente, ainda mais impactante.

É claro, que naquele contexto a menina se referia à população do Mount Weather, que sempre foi conivente com tudo o que era feito com os Grounders, mas, diante de tudo o que vimos nessa temporada, a frase ganha uma grande força e se encaixa perfeitamente no que a série se propôs a mostrar.

Falando em Maya é importante comentar sua morte, afinal ela representa todos aqueles supostamente inocentes e que não mereciam ter morrido. Além disso, seu romance com Jasper e o fato dele ter finalmente admitido que a amava tornaram tudo mais emocionante, abrindo  possibilidades interessantes para o personagem no terceiro ano da série. Afinal, ele dificilmente entenderá a atitude dos amigos e isso promete estremecer sua, até então, inabalável amizade com Mounty.

The 100 - Raven

Outra morte significativa foi a Dante, já que provou de uma vez por todas tudo o que Clarke é capaz. Dessa vez não há outra pessoa a quem culpar, a ideia e iniciativa foram dela. Outro ponto importante desse confronto é que surge daí o gancho para que a moça escolha se exilar, optando por carregar sozinha a culpa por todas as mortes do Mount Weather, para que, assim, os outros não tenham que sofrer com isso. Atitude igual a que Dante havia tomado no início do episódio.

Sobre isso, é importante comentar o papel de Bellamy em todos esses acontecimentos. Ele esteve com Clarke em todo o processo e as cenas que os envolveram foram bastante significativas e emocionantes, principalmente a que eles descem juntos a alavanca que determina a morte de todos no Mount Weather. A cena final entre os dois, ao som de um maravilhoso cover de Knoking on Heaven’s Door, também foi muito bonita e tenho certeza que alegrou bastante os fãs do casal.

The 100 - Clarke

No momento a única certeza que temos é que a loirinha decidiu abandonar seu povo e vagar sem rumo pelas florestas muito seguras – só que não – da região. O que ela espera fazer, encontrar, ou para onde vai ainda é um mistério para o qual só teremos resposta na próxima temporada. Entendo a culpa que personagem carrega e seus motivos, mas acho a decisão exagerada e até levemente inocente, afinal culpa não é algo de que se possa fugir. Para onde ela for aquilo irá acompanhá-la e ficar sozinha em um mundo que até o momento só mostrou perigos está longe de ser a mais inteligente das decisões.

Outro personagem que viveu momentos decisivos nesse episódio foi Lincoln. Após Indra lhe dar uma escolha de ficar com seu povo ou ir ajudar a Arca, deixando claro que era uma escolha sem volta, o Grounder optou pelo povo da amada, deixando claro que agora é um deles. Ainda assim, seu melhor momento veio durante o confronto com Cage, quando, além de resistir ao seu lado ceifador, fez o antigo presidente provar de seu próprio veneno ao injetá-lo com a droga responsável pela criação os ceifadores. Não sei se ainda veremos o personagem, mas essa cena deixa claro que ele irá se tornar o mostro que criou e nada poderia ter me deixado mais feliz.

The 100 - Octavia, Jasper e Monty

Por fim, é necessário comentar o ponto mais polêmico desse season finale: a novela mexicana da Cidade da Luz. Para começar vimos um Jaha cada vez mais obcecado sendo capaz de jogar pessoas para morte sem ao menos hesitar.  Nesse ponto, abro um parêntese para perguntar: o que diabos era aquele bicho causando o terror nas águas? Se alguém tiver alguma ideia, por favor, a deixe nos comentários.  Voltando ao que interessa, Jaha, além de se tornar cada vez mais detestável,  está envolvido em uma trama que mais me preocupa que agrada.

Ao contrário de todos os acontecimentos envolvendo Murphy, que me deixaram verdadeiramente curiosa para saber onde ele estava, quem era o homem no vídeo e sobre o que ele falava, as cenas com Jaha me trouxeram o sentimentos de que isso tem uma chance gigantesca de dar errado. Toda a situação do antigo chanceler estar destinado a alguma coisa maior é um grande risco e se não for bem desenvolvido pode se tornar um verdadeiro tiro no pé. De qualquer forma, é preciso esperar a próxima temporada para saber o que irá acontecer e desespero antecipado não ajuda a ninguém. Realmente espero que a série mantenha a qualidade e não se perca em situações absurdas, que não consiga desenvolver e criar respostas aceitáveis.

De toda forma, The 100 fecha muito bem sua segunda temporada, mantendo a qualidade que já se tornou característica da série. Que venha a terceira temporada com muito mais ação, mistérios, conflitos e emoção. Que  a qualidade se mantenha e os personagens e a mitologia continuem evoluindo, enquanto a trama explode nossas cabeças semanalmente.

E que nos reencontremos!


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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