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The Blacklist – 2×12 The Kenyon Family e 2×13 The Deer Hunter

Por: em 6 de março de 2015

The Blacklist – 2×12 The Kenyon Family e 2×13 The Deer Hunter

Por: em

The Kenyon Family e The Deer Hunter são episódios que conseguem mostrar as discrepâncias de The BlacklistOs dois episódios não são inovadores e acabam usando elementos que já foram apresentados para os espectadores da série. The Kenyon Family trabalha com o creepy e o tom cômico e consegue equilibrar esses dois elementos muito bem. Mas The Deer Hunter aposta tanto nos dramas morais que esquecemos de curtir a história.

The Kenyon Family (NO. 71)

Se olharmos por cima nesse episódio, ele pode parecer uma bagunça. Tinha ritual religioso, comunidade selvagem de filhos infelizes, crianças suicidas, busca pelo cofre de Alan Fitch, e por último mas não menos importante: Glen! Mas tudo foi juntado perfeitamente e o episódio é ótimo.

O episódio abre em um culto religioso, a câmera se aproxima de uma bíblia e logo você consegue perceber que o líder fala sobre Ló e suas filhas com um sotaque sulista nítido. A câmera se afasta e observamos uma bolo tie e observamos os rostos daquela comunidade. Logo, saímos da igreja e vemos que algo ruim iria estragar o casamento do líder com uma menina que não tinha nem 15 anos.

Uma bomba de gás é lançada e a música religiosa é interrompida por gritos de desespero. Porém, The Blacklist não mostra o que está acontecendo dentro da igreja. Apenas, sabemos que é algo muito ruim quado vemos uma mão ensanguentada tentando empurrar a porta.

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Talvez, o interessante desse episódio seja a sensação de nunca saber o que está realmente acontecendo e ver a história crescendo e se transformando aos poucos.

Primeiro, Red nos apresenta à Justin Kenyon, líder religioso de um grupo chamado The Curch of the Shield e descendente direto do deus Ken’yon. Kenyon defendia ideias importantes, como poligamia e o fim do mundo, mas também alugava a área da comunidade para criminosos esconderem o que eles quiserem. O problema é que Kenyon estava sumido há três dias e esses criminosos não iam gostar do sumiço.

Segundo, dois policiais do Alabama vão checar uma van abandonada e ela explode. Logo depois, Samar vai checar uma outra van abandonada em Maryland e percebe que quem estava na van era uma criança. Calmamente, a agente do FBI convence o menino a sair do automóvel.

Terceiro, Keen e Ressler são sequestrados por um grupo de garotos depois de descobrir o cenário sanguinário da igreja e de tentar proteger uma menina que sobreviveu.

O que acontece é que Kenyon decretou que cada homem da sua comunidade deveria ter três mulheres. Mas com o crescimento demográfico, o número de meninos ultrapassou o desejado. Então, ele decidiu “soltar” os meninos na floresta com a justificativa que eles iam se tornam guerreiros, mas esperança que eles morressem. O primeiro deles foi seu filho, David que conseguiu sobreviver e ajudou outros meninos. Com o tempo, a mágoa pelo pai cresceu e ele decidiu se vingar.

Depois de conhecer a equipe do FBI, David mata seu pai, foge para a floresta e se esconde em uma outra van também cercada por explosivos. Assim como Samar, Lizzie tenta conversar com ele, mas ele acaba sendo morto por um dos meninos que não admitiu a redenção dele.

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Enquanto tudo isso acontecia, Red estava preso à presença de Glen e toda sua malandragem para encontrar o cofre de Alan Finch. É incrível, como ele é a única pessoa que consegue irritar Red e levá-lo ao seu limite. Isso acontece porque Glen é a única pessoa que Red realmente precisa e ele sabe disso.

Mas apesar de todas as “irritações” e possíveis confusões entre os números 221 e 212 (quem nunca?), Glen é muito competente, encontrou o cofre e dentro dele estava um número de telefone. O episódio fecha com Red ligando para o dono do telefone e perguntando: “Who the hell is this?”.

Pelo jeito, a resposta dessa pergunta não vai ser facilmente respondida. Principalmente se pensarmos nos acontecimentos do episódio seguinte (Calma, mais a seguir!). Mas algumas questões devem ser levantadas, como: quem é essa pessoa que Finch julga tão importante para deixar o número em um cofre? O que ela sabe? O que ela tem? Como sempre, muitas perguntas e teorias, mas poucas respostas!

Mas como nem tudo pode ser perfeito, há um ponto meio fora de clima nesse episódio e estou me referindo à história sobre a doença de Cooper. Eu sempre defendo que a série deve se aprofundar mais na vida dos personagens secundários, porém algo está errado nesse plot. A sensação que estaria doente não é nova e eu achei que essa história seria desenvolvida desde que ele apareceu no primeiro episódio dessa temporada um pouco depressivo e com muita barba.

Porém, essa história está totalmente independente da história principal. Então, quer dizer que o chefe do grupo do FBI está doente e isso não vai influenciar em nada? Essa minha sensação só se intensificou quando em The Deer Hunter (vou adiantar esse comentário porque não é importante para o desenvolvimento do episódio), ele aparece só no meio do episódio do nada sem nenhuma explicação. Eu cheguei a imaginar que ele estivesse fazendo o tratamento, mas nada foi dito. Então, só supus que The Blacklist resolveu tratar Cooper como aquele estagiário do FBI que ninguém se importa.

The Deer Hunter (NO. 93)

“Our suspect is pacient, calm. He likes to spent hours scouting the prey”, descreve Elizabeth Keen para uma sala de graduação enquanto acompanhamos o suspeito agindo. Logo, pensamos: ótimo! O blacklister dessa semana vai ser um serial killer e isso pode ser interessante. Depois ficamos mais animada quando Red diz que, apesar de achar serial killers entendiantes, vai ajudá-la a encontrar o assassino porque ele quer saber o que ela sabe sobre o Fulcrum. Mas uma vez somos induzidos a pensar: ótimo! Raymond vai trabalhar efetivamente junto com a equipe do FBI e isso pode ser muito interessante.

Porém, a execução do episódio não atende às expectativas. Red não trabalha com a equipe, ele só passa rapidinho no “escritório” para compartilhar seus conhecimentos sobre serial killers e reafirmar que Liz estaria errado sobre o criminoso.

De fato, Liz estava realmente errada sobre o serial killer, mas quem a avisa sobre isso é um jornalista que estava assistindo sua aula que era obcecado com esse tipo de crimes e descobriu que alguém estava usando as “marcas” do Deer Hunter. 

Depois descobrimos que este alguém era a própria esposa que o matou porque ele não era um bom companheiro e resolveu que ia continuar o trabalho dele para ajudar mulheres que também tinham péssimos relacionamentos.

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O grande problema desse episódio é que os erros da série, que são repetidos sempre e acabam sendo ignorados, são realmente importantes na construção da história.

O aluno de Keen pontuando coisas que o FBI não sabia, por exemplo, podia ser ignorado. Também poderíamos não mencionar que Elizabeth perseguiu a criminosa sem backup e acabou sendo presa pela mulher. Mas Red acaba expressando sua decepção com Keen pelo descuido como se situações como essas se fossem exceções.

Mas não são exceções. Todo dia a equipe do FBI é incompetente e acabada dependendo da luz de alguém, geralmente Red, para fazer o serviço de forma apropriada. Já perdi a conta de quantas vezes Keen, Ressler e Samar foram sequestrados. Sem falar de todas as outras vezes que alguém da equipe fez algo com descuido. Então, porque agora que The Blacklist foi levantar a bandeira vermelha para isso? Não sei.

A carga moral também é abordada nesse episódio e como sempre, ela caiu sobre os ombros de Elizabeth. Keen sempre teve um talento para ser uma personagem mais introspectiva e mais dramática. E é preciso entender que ela devia estar realmente preocupada com a morte de alguém que ela não teve culpa. A comparação com Tom foi um excesso, mas acredito que foi necessário para mostrar como ela estava incomodada com o sentimento de ser culpada pela morte de alguém inocente. No fim, Red acaba ajudando Elizabeth a se salvar do julgamento, mas o sentimento de incômodo ainda continuou lá e foi demostrada na cena em que Keen foi observar o detetive Wilcox.

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Porém, nesse episódio temos uma pequena visão do dono do número de telefone que estava no cofre do Finch. A maneira como ele foi representado foi muito interessante. A voz é rouca e a câmera nunca chega perto a ponto de revelar um pouco da identidade, sempre mantendo o mistério. Infelizmente, talvez nunca saberemos quem ele é porque depois que Red pede para Aran descobrir o endereço e vai até lá, ele acha o apartamento vazio, móveis derrubados e sangue. É claro que há a possibilidade dele estar vivo, mesmo assim as chances de Red descobrir a importância do cofre está mais longe.

No final do episódio, Keen conta que está com o Fulcrum e só vai entregá-lo se Red contar o que é e porque ele quer. Ao saber disso, Red alerta que ela está correndo perigo por ter o objeto em sua posse e ela diz que não precisa de ajuda. Oi? Não precisa de ajuda? Mesmo depois de ser sequestrada e de passar o episódio todo arrependida pela única situação que Red não foi chamado para salvá-la? Ok, então!

Mesmo assim, Red diz que não acredita que ela vai entregar porque ela deve estar com medo de perdê-lo. Liz não confirma a teoria e nem nega, mas essa pode ser a verdade. Há duas semanas, a agente do FBI disse que só manteria relações profissionais com Red, mas o tempo passou e ela já está sentada ao lado dele ouvindo seus conselhos. Ou seja, a relação dos dois existe além do Fulcrum e é importante ressaltar isso porque mesmo que esse plot termine, ainda terá algo para a sustentar a ligação deles na série.


E qual a opinião de vocês sobre o episódio? Conte nos comentários!

 


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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