Uma coisa tem me incomodado em The Flash: A quantidade de mini crossovers (chamarei assim) com Arrow que a série tem feito. Entendo a necessidade de um universo compartilhado (e adoro isso, na verdade), mas por mais que os episódios funcionem de certa forma mesmo para quem não acompanha a série do Arqueiro (como o de semana passada e este aqui), fica o gostinho agridoce de que é um recurso que não precisa mais ser utilizado. Em Who is Harrison Wells?, por exemplo, era mesmo necessário levar Cisco e Joe até Starling City para prosseguir as investigações a respeito de Wells?

Mas, mesmo assim, a série consegue desenvolver tão bem essas tramas que no final eu esqueço o incômodo que isso me causa. Por exemplo, foi divertidíssimo ver a interação estabelecida entre Cisco e Laurel. A cena onde ela conta que é Canário Negro e ele reage, sem acreditar, é uma das mais legais da série até agora. E essa parceria acabou influenciando diretamente na outra série, com o pedido de Laurel para construção de um dispositivo supersônico que produz ondas sonoras – o Grito da Canário, que nas HQ é uma habilidade meta-humana de Dinah Lance, a Canário. De certa forma, isso também pode ser enxergada como uma referência ao Cisco dos quadrinhos, que é um herói chamado Vibro, com poderes relacionados a vibrações supersônicas. Será um sinal que estamos perto de ver isso acontecer na série?

Falando da parte mitológica da série, a ida de Cisco e Joe acabou rendendo uma descoberta poderosa: O corpo do verdadeiro Harrison Wells, a prova que faltava para que, de uma vez por todas, Caitlin acreditasse nas suspeitas de Barry sobre o cientista. Pensando um pouco mais a fundo, não dá pra culpar a Dra. Snow pela sua desconfiança, dado o fato de que tudo que Allen e Joe apresentaram foram evidências (fortes, mas ainda assim evidências) não comprovadas. Cisco foi mais fácil de acreditar devido as suas visões da linha temporal resetada, mas Caitlin nada tinha além de boas memórias e gratidão com relação a Wells.

A cena final com os 3 encontrando o uniforme do Reverso escondido na Star Labs e descobrindo que o impostor veio do futuro mostra que a série finalmente vai caminhar nessa história. A 4 episódios do season finale, o confronto direto entre eles e Wells/Eobard já deve acontecer na próxima semana e eu mal posso esperar pra ver como The Flash irá caminhar nesse sentido.

Na outra frente narrativa do episódio, o caso da semana tratou de um transmorfo que atende pelo nome de Hannibal Bates (que nome pra se ter, não?) e que podia assumir a imagem de qualquer um em que ele tocasse. Tivemos um bom desenvolvimento do caso e foi bem curiosa a forma como o transmorfo escolheu se transformar em várias pessoas próximas a Barry no “confronto final” entre os dois. O fato do velocista escarlate não hesitar, mesmo quando o metahumano assumiu a forma de Iris, mostra uma boa evolução na trajetória de Barry como herói.

Mas a melhor coisa desse plot, de longe, foi a nova dinâmica estabelecida entre Barry e Eddie. Desde que se revelou ao policial, a relação entre os dois melhorou muito e ver o empenho de Barry para retirar Eddie da cadeia depois do transformo ter atirado em dois policiais transformado nele mostra que o cientista já considera Eddie mais como amigo do que como um simples aliado. Quando acontecer de Iris escolher Barry, vai ser interessante ver como o loiro irá reagir. E a história do noivado do casal é outra trama que segue por um caminho que eu não esperava.

Apostava que o esfriamento dos dois iria durar até o fim da temporada, mas a prisão e posterior soltura acabou os reaproximando logo (ironia pra Barry. Soltou o amigo, mas no fim do dia, perdeu a garota – de novo). E agora que Iris já sabe que o noivo está trabalhando com o Flash, talvez – vejam bem, talvez – o estrago não seja tanto quando ela descobrir que o herói e Barry são, na verdade, a mesma pessoa.

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Outras observações:

– Eu espero não ter que aguentar o Detetive Lance outra vez nessa série. Tá no meu contrato que só sou obrigado a aturar esse traste em Arrow. Duas vezes por semanas é muito.

– Vocês já pensaram no que vai acontecer quando alguém, só de zoação, invadir a Star Labs e libertar esse tanto de meta-humano na cidade?

– Cisco falando What the Frak? colocou um sorriso enorme no meu rosto. Pra quem não sabe, frak é referência direta a Battlestar Galactica (também conhecida como minha série favorita). Na série, os personagens usavam a palavra frak em substituição a fuck. 

– Coast City (a cidade onde Barry vai buscar a pizza) é a cidade natal do Lanterna Verde.

– Como não rir com Caitlin desnorteada achando que era Barry que estava dando em cima dela?

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