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The Flash – 2×01 The Man Who Saved Central City

Por: em 8 de outubro de 2015

The Flash – 2×01 The Man Who Saved Central City

Por: em

“O ideal é por a culpa onde ela pertence.”

A frase acima não foi dita neste episódio. É um quote de um capítulo antigo de Buffy, mas que pode muito bem ser usado para representar tudo que esta premiere de The Flash quis passar. A culpa foi o ponto de partida de uma grande parte das ações e esteve presente de maneira forte na maioria dos personagens, especialmente em Barry. Culpa por não ter sido o herói que esperava ser durante a singularidade. Culpa por aceitar um papel que ele acreditava não ser merecedor. Culpa por, como o próprio colocou em palavras, toda vez que ganhar alguma coisa, perder outra em troca. Foi um começo de temporada leve, sem grandes acontecimentos, mas firme em estabelecer as diretrizes deste segundo ano. 

Barry 2x01

Começar o episódio mostrando como as coisas estão meses depois da singularidade do season finale promoveu uma quebra de ritmo que não é negativa, mas deixa uma inquietação até o momento em que as coisas ficam finalmente claras. É só depois de 10 minutos que podemos assistir Ronnie se sacrificando (vai tarde! Isso se tiver ido mesmo…) para salvar a cidade, em um gesto heróico que afetou Barry mais do que era de se esperar. Todo o drama de caçar meta-humanos sozinho foi a forma que Allen achou de se punir por, na cabeça louca de Barry, ele ter sido responsável indireto pelas mortes de Eddie e Ronnie.

É um pouco compreensível que Barry tenha enxergado as coisas dessa maneira. Como Flash, ele carrega em suas costas o peso de ser o herói que vai salvar a todos, então a partir do momento em que suas escolhas convergem na morte de dois amigos próximos, fraquejar é a reação esperada. Grant Gustin esteve, mais uma vez, muito bem e conseguiu transmitir com verdade o estado de confusão mental que Barry se encontrava. Suas conversas com Caitlin e Iris sobre não ser “o homem que salvou Central City” pontuaram bem o fardo que ele estava escolhendo segurar sozinho.

Foi preciso uma surra do Esmaga-Átomos, uma bronca de Joe e um choro de Cailtin para que Barry entendesse a situação da forma como ela deve ser enxergada: Todos tiveram culpa ali. Cada um fez suas próprias escolhas e o fato de Eddie e Ronnie terem escolhido se sacrificar para ajudar a derrotar Eobard e salvar Central City não deve, em momento algum, pesar apenas sob os ombros do velocista escarlate. De maneira geral, foi um excelente arco para um começo de temporada, por mostrar que mesmo depois de meses, as consequências da singularidade ainda eram fortes e era necessário essa reflexão pessoal a que Barry foi submetido para que ele, enfim, baixasse a guarda e aceitasse o Team Flash de volta, o que veio em excelente hora, agora que Zoom foi citado.

O prometido grande vilão da temporada não deu as caras por aqui, mas já mostrou que deve estar por trás dos grandes acontecimentos deste segundo ano. Porque Zoom quer matar Barry, é algo que teremos que esperar mais umas semanas para ter certeza. Os produtores prometeram que, assim como Wells/Eobard, suas motivações são claras e específicas.

Henry flash

O outro grande ponto da volta da série foi a liberdade de Henry. A confissão gravada por Eobard e a afirmação de que ele e Barry não eram inimigos ainda é algo obscuro, mas serviu para que Allen enfim conseguisse provar que seu pai era inocente, algo que ele afirma ser sua missão desde o episódio piloto. Era esperado, então, que a decisão de Henry de não permanecer próximo ao filho geraria em Barry emoções mistas. Ao mesmo tempo em que ele entende os motivos do pai para ir embora (e a conversa entre os dois, quando Henry explica que ele jamais conseguiria ser o que precisa ser com o pai ali do lado, é linda), ele sente a dor de ver o pai indo embora. Durante todos esses anos, Barry se resignava com o fato de que não estava ao lado dele devido a acusação injusta. Agora, isso não existe mais e o que os separa são escolhas, que eles vão precisar aprender a administrar.

Mas Barry tem Joe para ajudá-lo nisso. O pai adotivo o ama tanto quanto o pai biológico e talvez a melhor cena do episódio seja o sermão que ele dá ao jovem depois dele quase ser morto por Esmaga-Átomos. O flashback com o pequeno Barry ainda em fase de adaptação foi muito bem inserido e ajudou a tornar a conversa entre os dois ainda mais emocionante. Espero que a temporada invista em mais cenas assim. O que temos de informação sobre a infância de Barry é algo geral e seria bem bacana adentrar em especificidades.

jay garric flash

A chegada de Jay Garrick ao final encerrou bem um episódio que não foi dos mais agitados, mas funciona muito bem como um ponto de partida para uma temporada que tem tudo para superar sua antecessora. Vai ter multiversos, vai ter Wally West, vai ter Zoom! Que os deuses das boas séries permitam que a qualidade de roteiro e produção se mantenha.

Nos vemos nos próximos 22 episódios.

Outras observações: 

– O novo uniforme tá lindo!

– Cisco divertidíssimo, como sempre. Seus melhores momentos foram o “Eu vi isso nos quadrinhos” e o “Essa é uma sólida expectativa.”

– Como fica o texto de abertura agora que o Barry provou a inocência do pai?!

– A cena que abre o episódio, com Barry aparentemente idealizando um cenário onde tudo está bem, Eddie não morreu e Wells é uma boa pessoa, é linda.

– Grant Gustin deu uma passadinha lá em Arrow essa semana também, vocês viram?

– O professor Stein foi uma ótima adição à equipe.

Fique com a promo de Flash of Two Words, episódio da próxima terça:

O que acharam do episódio? Satisfeitos com o retorno? Comente conosco! 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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