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The Fosters

Por: em 3 de julho de 2015

The Fosters

Por: em

É difícil achar uma série familiar hoje em dia que ultrapasse as barreiras de um mundo ainda – e infelizmente – muito racista, homofóbico, machista e preconceituoso com o diferente. Mas a ABC family nunca deixa a desejar, nos mostrando que é possível sim retratar infinitas questões sociais no prime time, e com muito orgulho e competência.

Falar sobre The Fosters parece simples, mas na verdade é muito difícil encontrar as palavras certas para descrever uma série cheia de tabus e polêmicas.

elenco
Antes de mais nada – sim, é a Jennifer Lopez ali mesmo! Mas calma, ela não faz parte do elenco. J.Lo é produtora executiva da série criada por Bradley Bredeweg e Peter Paige.

Callie (Maia Mitchell) passou metade de sua vida em lares adotivos com o seu irmão mais novo, Jude (Hayden Byerly).  Até que Stef (Teri Polo, maravilhosa <3) e sua esposa Lena (Sherri Saum, outra linda) os recebem em sua casa temporariamente – junto com um filho biológico e um casal de gêmeos latinos que foram adotados quanto tinham 5 anos.

callie jude

Mas isso é apenas a formação de The Fosters. A mágica mesmo começa nos diálogos e perrengues que qualquer família passa em seu cotidiano. Exceto que nesta casa, todos tem sua individualidade e diferentes obstáculos para enfrentar. A começar pelo casamento gay. Lembro que quando eu assisti o piloto, me surpreendi e foi esse o ponto que me puxou para continuar assistindo. O que eu mais gosto nos dramas da ABC Family é começar a ver uma série totalmente às cegas, pois acabo sempre me surpreendendo muito positivamente.

wedding

“O DNA não faz de ninguém uma família, o amor sim”, disse Stef. E essa é basicamente a base da educação que ela e Lena dão aos seus filhos. Amor em primeiro lugar, sempre. O ponto forte e riquíssimo da série está na simplicidade que os personagens encaram o seu cotidiano. O roteiro é simples, objetivo e muitas vezes um tapa na cara dos xiitas que não aceitam diversidade. E não estou só falando da homossexualidade, não. Eles abordam qualquer tipo de preconceito: contra gays, lésbicas, negros, crianças adotadas, crianças ricas, latinos, transexuais…

Como por exemplo, quando o pequeno Jude começa a usar esmalte. O bullying na escola é grande, claro. Mas quando ele chega em casa, Lena e sua incrível capacidade racional e emocional em expor ideias e sentimentos explica para o pequeno:

“Quando estamos em casa, eu e Stef damos a mão e nos beijamos. Mas quando estamos dando uma volta pelo bairro ou apenas indo para o carro, não. Porque as pessoas lá fora tem medo do que é diferente. E às vezes eles querem machucar as pessoas como nós. E muitas vezes eu fico brava com esse tipo de gente, mas brava comigo mesma também. Por não me posicionar por pessoas como eu. Se você aprende a esconder o que te faz diferente, acaba sentindo muita vergonha de quem você realmente é. E isso não é bom. Não há nada de errado com você ao usar esmalte nas unhas. Como também não há nada de errado comigo por segurar a mão de Stef. O que é errado são as pessoas lá fora que nos fazem sentir em perigo.” Lena.

 

Diante deste discurso, eu finalizo aqui a minha tentativa em convencê-los a assistir essa riqueza da televisão americana. E só adiciono que o elenco tem uma química incrível e deliciosa de acompanhar. O humor é garantido pela Teri Polo e sua Stef de língua sagaz e afiada, o amor e compaixão está na belíssima Sherri Saum e sua Lena, e as trapalhadas de seus “babies” complementam essa linda história sobre compaixão em mundo cheio de egoísmo e pré-conceitos.

Já deu uma chance aos Fosters hoje? Conta pra gente!


Julia Sebber

Amante dos dramas da vida real, assiste qualquer coisa que tenha serial killers e/ou familiares juntos em causas sociais.

São Paulo

Série Favorita: Parenthood

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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