Despretensiosamente, coloquei ontem de madrugada o episódio de The Originals pra rodar já que estava sem sono mesmo. O problema foi conseguir dormir depois da sequência final do que foi, sem dúvidas, uma das melhores surpresas da fall season. E digo mais: esse episódio foi a prova mais concreta que tivemos até agora de que, quando quer, Plec pode sim fazer uma série de qualidade. “From a candle to a grave” foi um episódio emocionante do início ao fim, não desperdiçando um segundo sequer com tramas bestas ou sem sentido. Tudo que aconteceu ali tinha um propósito muito maior e, além de resolver parte das tramas apresentadas ao longo da temporada, o episódio introduziu tramas mais do que interessantes para o segundo ano do seriado.
Logo nos primeiros minutos, já tivemos um dos momentos mais chocantes da temporada com a morte de Hayley nas mãos das bruxas que precisavam devolver o poder da sua cria para os ancestrais. E olha, depois que ela renasceu eu me senti muito trouxa, mas no momento em que cortaram seu pescoço, eu não pensei um segundo sequer o sangue do bebê que também corria nas suas veias. A série mesmo fez questão de nos enganar com toda a lamentação de Elijah por, mais uma vez, perder uma pessoa com quem tinha conseguido se conectar e até mesmo Klaus que pareceu mais irado do que nunca, querendo acabar com as bruxas de qualquer maneira (o que eu achei mais do que merecido, visto que eu não suportava nenhuma das meninas da Colheita). Interessante que esse renascimento de Hayley abre espaço para a introdução de sua transformação em híbrido, o que pode gerar momentos bem legais entre ela e Klaus. Também é válido citar que, por ter tomado o sangue de sua própria filha para completar a transição, Hayley estaria ligada a ela de alguma maneira, o que pode ser uma clara analogia ao quanto essas duas personagens estarão conectadas daqui para frente, algo que vai mais além do que os laços maternais.
Finalmente desmontaram Elijah e isso foi uma das belezas do episódio. Sempre achei o Original um dos melhores personagens, mas até então ele sempre se manteve como uma constante dentro da série – um verdadeiro apaziguador. Com a morte de Hayley, finalmente pudemos ver um outro lado do personagem, mais sem controle, mais passional – o que deu ainda mais graça a tudo que vinha acontecendo. Sua conversa com Klaus foi, de longe, uma das melhores cenas entre os dois (se não a melhor) onde consegue demonstrar toda a fragilidade que ainda pode sentir ao se apaixonar de verdade. Klaus também esteve brilhante durante todo o episódio. Sua raiva nas cenas a igreja chegavam a agoniar a quem estivesse assistindo o episódio. Toda a simbologia de deixá-lo crucificado em uma igreja vendo sua filha prestes a morrer também foi um ponto bem bacana que a direção acertou – aquele que sempre infernizou a vida de todos ao seu redor, custe o que custar, estava vivenciando seu próprio inferno.
Os resultados da batalha, se é que podemos chamar disso aquela ascensão dos lobos, foram vistos nesse episódio também e não pareceu nada bom. Marcel foi quem sofreu mais com os resultados disso e não teve outra escolha se não se aliar mais uma vez ao híbrido original, ao seu criador. Acho Marcel um personagem muito interessante, porém seus atos as vezes são muito pautados pela emoção e acabam custando muito caro. Pelo menos ele foi bastante maduro ao dar o sangue de Klaus para Josh, que estava na beira da morte. Só que seu momento crucial foi salvar a pequena herdeira original das mãos das bruxas. Cara, a cena do cemitério foi sensacional. Foi a melhor cena de ação da série e o desespero pautava todos os momentos. Não tinha como não se envolver. E, por mais que agora todos digam que não, eu sei que todos ficaram preocupados com a vida da garotinha. Só sei que depois de tanta emoção, eu agradeci por ver cada uma das bruxas malas mais do que mortas.
Quem também mostrou um pouco mais da sua força fora Davina, com a volta de Mikael ao mundo dos vivos. Eu achei que essa foi uma das melhores tacadas que a série poderia apostar para a próxima temporada e gostei ainda mais quando eles colocaram o papai Original nas mãos da bruxa. Se ele voltasse causando, não teria muito sentido. Ela trouxe ele de volta, tinha de existir alguma ligação. Quero só ver como que as coisas vão transcorrer agora que ela tem esse aliado confinado no sótão onde passou parte da sua vida. A morte das bruxas possibilitou também a volta de Esther, a mamãe original, ao mundo dos vivos. Eu não sei se entendi direito, mas para mim quem voltou com ela fora Finn e parece que eles estão mais do que determinados a acabar com o vampirismo na face da Terra. Essa grande surpresa encerrou a temporada de maneira espetacular, sendo um dos melhores ganchos que eles poderiam imaginar. Como eu disse, a família Original foi descartada muito cedo, então essa volta era mais do que esperada. Espero que o roteiro da segunda temporada encaminhe bem essas tramas, agora que temos quase que todos os membros de volta.
Mas, sem dúvidas, a emoção, pelo menos para mim, ficou por conta da decisão de “matar” o bebê Original para que ela não corresse risco – afinal todas as raças se sentiriam ameaçadas por um tamanho poder. Toda a cena da falsa lamentação dos pais, Klaus se “despedindo” de Cami e depois seu encontro com Rebekah (TODOS COMEMORAM) foi demais. Foi aqui que eu tive certeza que a trama dessa série tinha qualidade. Como esperavamos, Rebekah não ficou longe por tanto tempo e, com a volta de tantos membros da família, acredito que ela volte para a próxima temporada entrando na trama com toda força. Adorei o fato de Klaus ter escolhido ela para cuidar da pequena Hope e todo o momento da entrega da criança foi realmente muito bonito. Enfim, encerramos a temporada e para mim ela foi muito além de qualquer expectativa. Para a série que eu jurei ser um fracasso, Originals hoje apresenta uma trama muito mais consistente que Vampire Diaries. Gostaria de agradecer vocês pela companhia durante essa jornada de 22 episódios e nos vemos de novo em setembro/outubro, quando o próximo capítulo dessa trama familiar começar. Até mais!
