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The Originals – 2×07 Chasing the Devil’s Tail

Por: em 21 de novembro de 2014

The Originals – 2×07 Chasing the Devil’s Tail

Por: em

O monstro em mim só pode ser controlado pelo monstro que existe em você – Klaus para Elijah

originals 207 klaus

Que episódio excelente – acredito que isso já representa o quão satisfeito eu saio depois desses 40 minutos de episódio, mas acredito que tudo que aconteceu foi um pouco além do que eu podia imaginar. The Originals trabalhou com os dramas familiares de uma maneira trágica e quase que única. Conseguiu levar seus personagens a lugares desconhecidos de vossas personalidades e ainda costurou a trama com sua mitologia de maneira impecável. Plec, você está de parabéns, porque essa segunda temporada está merecendo palmas de pé.

Os holofotes que estiveram sobre o retorno de Ansel, pai biológico de Klaus, logo foram apagados de maneira dramática pelos rumos que a trama tomou – porém plenamente justificável. É difícil tomar essa relação como algo passível de amor, como fácil de engolir. Aqui vou tomar partido daquele que um dia já fora um vilão que odiei: Klaus fora destruído pela incompreensão. Tudo que ele sempre precisou fosse de alguém que entendesse seus medos, entendesse o que ele era. É complicado acreditar que Ansel se afastou pelas ameaças de Esther – porém considerando tudo que essa mulher já fez, podemos bem aceitar que ela seria capaz de qualquer coisa para manter seus segredos. A verdade é que Klaus foi privado de uma vida normal, pacata – a vida dos seus sonhos – e como resposta decidiu procurar no mundo maneiras de encontrar essa humanidade. O diálogo entre ele e Ansel é memorável e entra para o hall de quotes fantásticos da série:

“Now, you joke, but I know you’ve always felt a void in your life. I’ve watched you from beyond for centuries. You’ve traveled all corners of the world, seen monuments erected, feasted on the blood of history’s most extraordinary men, but you’ve never found true peace. The only moments of joy in your life, however fleeting, have been simple pleasures: As you climbed the Himalayas; as you tended to your horses; quiet days teaching that boy Shakespeare. I watched you paint. I watched you feel your unborn daughter’s kick.” – Ansel

originals 207 death

E nós sabemos que isso tudo é verdade, pena que não é a verdade que Klaus pode ou poderá viver um dia. Saber que Ansel conhecia seu maior segredo e colocava em risco a parte de sua humanidade que respira viva nos braços de Rebekah, deixou o híbrido original com apenas uma única e dolorosa opção: eliminar os rastros. Foi uma cena difícil, seca – daquelas que doí de assistir de tanta dor que o personagem passa. Os resquícios de esperança que um dia estiveram no sangue de Klaus, se foram naquele exato momento. Apesar da dúvida de Ansel – bastante pertinente se levarmos em conta que Klaus não conseguiu matar nenhum dos seus até hoje -, eu não duvidei de que por Hope, ele seria capaz de qualquer coisa. Com essa curta passagem, acabamos sabendo bastante sobre a origem de Klaus, mas muito pouco sobre os feitos de Ansel. Eu realmente gostaria que a trama tivesse mais tempo de explorá-lo e até desejava um reencontro entre ele, Esther e Mikael (que anda bem sumido!), mas agora ele se foi de vez  – partida que pareceu afetar bastante nossa bruxa original, muito mais do que qualquer um podia esperar.

“We are the demons lurking in shadows. We are the savage villains in fairy tales told to children. But not for my child. Not for Hope. In her story, we are the knights in shining armor. Without you by my side I don’t think I can survive my own love for my daughter. I need you. I need you, brother.” – Klaus Mikaelson

originals 207 brothers

Ao passo que a relação com Ansel chega ao fim, fica cada vez mais interessante os contornos que tomam a relação entre Klaus e Elijah – uma relação que vai muito além dos laços fraternais que existem. Aqui vale destacar mais uma vez o roteiro que esteve impecável, sem claro tirar os méritos de Joseph Morgan que fez jus ao protagonismo na série – seu discurso para trazer o irmão de volta também foi um dos que ficarão marcados por algum tempo na cabeça dos fãs. O que não sabemos é como que Elijah volta desse trauma. Algo mudou nele, disso podemos ter toda a certeza, mas ainda não temos como prever quão profundo foi tudo isso. As memórias do assassinato de Tatia parecem mais presentes do que nunca, algo que pode atormentar e muito o mais clássico dos vampiros originais. E apesar de toda aparente aversão ao seu passado sangrento, Elijah não pestanejou ao absolver seu irmão de qualquer culpa no mais recente de seus assassinatos – era somente um preço a se pagar para que a inocência de Hope fosse mantida.

Enquanto os problemas entre os Mikaelson se desenvolviam, algumas outras tramas paralelas percorreram caminhos bem interessantes no episódio. Kol e Davina se aproximam cada vez mais e chega a ser óbvio que teremos algum envolvimento dos dois (se Kol não acabar morto antes disso). Foi interessante saber um pouco mais do passado bruxo dele e em como ele gastou seus mil anos procurando maneiras de entrar em contato de novo com o mundo das bruxarias. Acho que esse seu desenvolvimento tem tudo para ser muito interessante e quebrar um pouco dessa imagem pura e virginal de Davina. Já o Finn continua burro como sempre e foi enganado por mais uma mulher (palmas de pé para Cami que está ajudando a gente a se livrar desse mala). Sério, eu fiquei tão feliz quando conseguiram prender ele com as algeminhas lá, que quase mandei um email para Plec no mesmo minuto. Matem logo essa praga, tirem ele da nossa vida porque ninguém mais dá conta do filhinho que quer agradar a mamãe. Na boa, estaca nele.

originals 207 kol

A atitude de Hayley como líder vem crescendo e talvez mostre que ela seja o alfa que tanto procura nos outros – quebrando a banca de que um homem teria de liderar a matilha. Seu relacionamento deturpado com Jack muda de preto e branco para alguns tons de cinza depois do episódio, porque claramente rolou um clima ali – e olha, nem dá para a gente julgar ela depois de tudo que está acontecendo com Elijah e a sua família. Agora quem fica de lado e vem participando como coadjuvante é Marcel, arquitetando alguns planos, colhendo as glórias, porém pouco fazendo de fato. Agora aquele final foi para deixar a gente querendo morrer por uma semana né. Reunião de família com bruxos sem poderes e Cami sendo sequestrada pela bruxa mais poderosa viva (Dhalia, te aguardamos ansiosamente). Parece que o negócio vai esquentar. Por enquanto, a gente fica com o vídeo promocional de “The brothers that care forgot“, onde teremos o retorno de Rebekah minha gente – aguardo os comentários e até semana que vem.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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