Caminhando na contra-mão das minhas expectativas, The Originals ainda assim me agradou e muito por explorar aquilo que tem de melhor, a relação familiar entre os Mikaelson. Depois da semana passada, com os pedidos de resgate de Freya e Rebakah completamente perdida, não esperávamos que a trama desse uma freada tão grande, o que mostra uma determinada inteligência do roteiro em não acelerar ou desperdiçar momentos importantes para o desenvolvimento dos seus personagens e, com isso, da trama como um todo – acho que a história de Freya e como foi parar naquele caixão será um dos flashbacks mais interessantes que a mitologia de Plec já mostrou.
Particularmente, curto bastante quando colocam todos os irmãos em cena juntos e, nesse ponto, preciso comentar que o carismático e egocentrista Kol e, até mesmo, o revoltado sem propósito Finn ganharam novos contornos de vossas personalidades agora que são vividos por novos atores. Relutei bastante, mas hoje não consigo imaginar Finn com outro rosto, mérito do ator que conseguiu encarnar um personagem já vivido por outro e ainda assim dar sua cara ao trabalho que era realizado nesse segundo ano da atração – Kol caminha para o mesmo lugar, mas ainda tenho certa resistência e lembro de Nathaniel Buzolic. Mas voltando a interação, foi jogada de mestre colocar os quatro irmãos em um ritual bruxo para que algumas verdades pudessem ser arrancadas.
O bacana é que tudo ali ajudava a criar o clima que o momento precisava: um cenário sombrio, o reencontro forçado e a representação de cada um dos irmãos como uma cabeça de animal que ressaltava alguma das suas principais características. O que Finn não contava era com o progresso de seus irmãos ao passar dos anos que conviveram. Depois de revelado o passado obscuro de Elijah, era difícil negar que suas atitudes eram tão diferentes assim das do seu irmão Klaus – que também mostrara progresso considerável ao perdoar Elijah depois de descobrir que a morte de Tatia nada tinha a ver com a adorável Esther (#sqn). Foram essas mudanças que acabaram pro quebrar toda a energia canalizada para o feitiço que Finn realizava, deixando o bruxo com poucas opções em suas mãos, senão ceder. O propósito maior de tudo aquilo era descobrir qual o grande segredo de Klaus, o que o fazia tremer na base, já que todos os pontos previsíveis já tinham sido testados, o que nos leva a crer que a verdade sobre a sobrevivência de Hope pode estar muito perto de vir a tona.
Inteligente como é, Finn percebeu que dos seus irmãos não conseguiria tirar informações, portanto partirá para aquele que é um pouco mais vulnerável ao seu poder: Marcellus, que teve um episódio bem interessante essa semana. Voltando ao seu passado de guerra e toda a problemática em lidar com os feridos no campo de batalhas, além de contrariar seu criador Klaus, a situação se contrapôs exatamente com a liderança falha que o ex-combatente vinha fazendo perante a nação vampira que começou a criar. Aqui vale ressaltar que ainda acho Marcel um personagem emblemático, porém muito pouco aproveitado, pois quando tem chance geralmente ele faz valer cada minuto reservado em tela. Mesmo com a mordida de um lobo, o que afeta completamente a sanidade de um vampiro, ele foi capaz, no final do dia, de manter Kol vivo e fazer com que nenhum dos seus se alimentasse dos inocentes da cidade (o que acabaria com qualquer tratado de paz). Será interessante vê-lo interagindo com Finn e o quão resistente será em manter os segredos da família original.
Falando em segredos, Hayley descobriu que seu casamento vai muito além da cerimônia de junção dos corpos e poderes, uma série de rituais precisa ser completado antes da união, sendo que um deles envolve a sinceridade plena entre os noivos – o que nunca pode ser bom para alguém com tantos segredos como a híbrida. Continuo falando que me dá pena de Jack e da sua tamanha devoção por Hayley, que claramente continua apaixonada por Elijah. Agora só começo a desconfiar um pouco dos seus propósitos tamanha a sua insistência para conhecer afundo tudo sobre a mulher – será que não pode existir uma aliança inesperada com Finn? Nunca podemos descartar nada. A anciã dos lobos, vó de Jack, promete ser uma participação interessante e aguardo por sua interação com Klaus na próxima semana, talvez revelando alguns segredos de sua família ou mitologia que o envolve.
Ademais, pouco tivemos sobre Cami ou Davina – personagens que acabaram fazendo uma participação menor para que os holofotes fossem direcionados para os irmãos Mikaelson e seu problemático relacionamento. O derradeiro sumiço de Rebakah parece estar com os dias contados, já que Kol não manterá a informação por muito tempo se quiser continuar vivo e com a “volta” da Original, provavelmente teremos o desenvolvimento do retorno de Freya a vida – o que pode mudar completamente o rumo de todos os personagens da série (o que me deixa muito mais ansioso do que já estive). Que venha a reunião Original e que ela seja completa (sim, pode acordar papai e mamãe Original também – se quiserem trazer o menino que a Peste Negra matou também, tô aceitando). Brincadeiras a parte, o segundo ano vem sendo muito consistente e me faz lembrar os roteiros da segunda temporada de TVD. Que continue assim e trilhe um caminho diferente da série da qual se originou.
Confira abaixo o vídeo promocional de “Sanctuary“, episódio que vai ao ar já na semana que vem. Até mais!
