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The Walking Dead: Uma análise sobre a quinta temporada – Parte 2

Por: em 31 de março de 2015

The Walking Dead: Uma análise sobre a quinta temporada – Parte 2

Por: em

Dando continuidade a Análise da 5ª Temporada de The Walking Dead, chegou a hora de destrinchar mais alguns elementos  chave deste quinto ano, que chegou ao fim no último domingo, dia 29. Vamos lá?

O Amadurecimento de Carl

Carl existe com um propósito claro, possibilitar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de uma pessoa dentro do contexto pós-apocalíptico da série. Ele é o único que está sendo criado e educado naquele cenário, vide que passará a maior parte da sua vida nessa realidade.

Quando conhecemos ele no primeiro ano da série, ele ainda era uma pequena criança debaixo das asas da mãe, refletindo uma primeira infância estabelecida no mundo em que conhecemos. O reencontro com seu pai ainda deu esperanças ao garoto de que as coisas pudessem ser como eram antes, afinal, tudo de mais importante que conhecia estava reunido novamente. Na segunda temporada, depois de se recuperar do tiro a realidade começa a cair nos ombros do garoto que começa a deixar a infância para trás, ainda mais de ver a filha de Carol, Sophia, perecer diante daquele novo mundo, deixando bem claro que ele não poderia depender somente dos outros para sobreviver (como ela precisou). Foi nessa temporada que Rick deixou claro para o filho que sua fase como criança deveria acabar, deixando bem claro que pessoas próximas iriam morrer, que ele iria morrer. Carl começa então a seguir os passos do poi, amadurecendo rápido, enfrentando inclusive algumas situações de maneira mais realista que o pai.

Carl

Exemplo disso foi como ele lidou com a morte da mãe e o nascimento de Judith. Rick mais uma vez se perdeu no caminho, mas Carl manejou muito bem que Lori morreu para que a filha pudesse viver, aceitando isso e seguindo com sua vida dentro da prisão. Porém depois do ataque do Governador, da fuga em que ele teve que literalmente cuidar do pai, acredito que Carl passou por um divisor de águas. Ali ele se viu completamente responsável pela sobrevivência dos dois, foi ali também que Rick passou a ver o filho como homem. Para eles Judith estava morta, então era – pela primeira vez – apenas os dois. A jornada até o Terminus, a fuga de outra morte certa e o reencontro com o grupo, fez com que ele assumisse um papel mais central dentro dos sobreviventes, ficando inclusive responsável por alguns deles na igreja quando o grupo mais uma vez se dividiu em diferentes jornadas.

Ele foi essencial para que Rick decidisse dar uma nova chance à “normalidade”. Ver ele entrando na comunidade de Alexandria e estranhando o comportamento dos meninos da sua idade, mostra bem que ele se afastou completamente da criança indefesa que era no início da série. Ele sabe que aquilo tem seus prós e contras e, como seu pai e Carol, não quer deixar que videogames e revistas em quadrinhos, tirem todo o seu know-how adquirido mediante experiências tão profundas e dolorosas. Em Alexandria ele começa a construir também uma conexão maior com a jovem Enid, que como ele, se sente deslocada dentro daquela tentativa de reconstrução da sociedade. Depois dos acontecimentos da season finale, Carl, como filho do protagonista que assumirá o comando de Alexandria, deve novamente dar mais sinais da sua importância para a manutenção da sanidade de Rick, bem como sua importância dentro da comunidade.

O crescimento de Carl não é tão explorado nos quadrinhos pois no arco narrativo de Alexandria, por exemplo, o personagem está bem mais novo. É bem interessante a existência de alguém que será criado nesse mundo que para os mais velhos é algo que ainda foge do comum. A conclusão que ele e Enid chegaram no episódio Try de que o mundo agora é dos Walkers e os humanos estão apenas vivendo nele, exprime bem isso.

Alexandria

Durante esses 5 anos de série, o grupo de Rick experimentou diversas desilusões ao cercar de expectativas locais que aparentemente seriam onde eles poderiam ter um pouco da vida como ela era antes da epidemia se alastrar pelo mundo. O WoodBury, comandado pelo saudoso Governador e o Terminus, com seus sobreviventes canibais, deixaram uma profunda marca de desconfiança em todos, sem exceção. A vida nômade, sempre em movimento de fuga, se mostrou mais efetivamente segura para todos.

Ainda mais depois da morte de Tyresee, ao serem abordados por Aaron, não foi surpresa a reação dos sobreviventes diante daquela proposta de oásis no meio de tantas perdas e destruição. Alexandria, aparece com a promessa de ser uma comunidade estável que de fato  é uma reviravolta na trama em diversas proporções, mudando a dinâmica de fuga constante para a tentativa de construir mais uma vez uma sociedade civilizada.

Mas o questionamento que cresce depois que o grupo ingressa em Alexandria é se o que era considerado civilizado antes pode ser considerado civilizado agora. A sobrevivência é a chave de tudo e, tanto Rick quanto seu grupo, aprenderam que para manter-se vivos as vezes medidas que antes eram consideradas extremas – como a execução de alguém – no atual contexto são necessárias. Desse ponto nascem as primeiras discordâncias entre os habitantes de Alexandria e o grupo recém chegado. Para Rick, aquela fantasia não condiz com a realidade e os torna fracos e isso permeia todas as discussões e atritos que chegam à um ápice onde aceitar que o mundo não é mais como antes deixa de ser uma opção.

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O Misterioso W

Wolves are not far!

O aviso foi visto na vila em que Noah morava e pixado no carro na season finale, mas o W na testa dos walkers foi visto diversas vezes na temporada. Lembram daquele carro cheio de corpos cortados? Todos estavam com a bendita letra na testa. Não foi revelado muito sobre os Wolves, mas ficou claro que eles são perigosos e muito provavelmente estarão a espreita de Alexandria e os sobreviventes em breve.

Agora coloco meus conhecimentos dos quadrinhos em ação para falar um pouco dessa facção, tentando imaginar porque foram feitas tantas referências sobre eles e deixado apenas um gostinho do modus operandi deles no episódio final da 5ª temporada. Os Wolves são um grupo de saqueadores que atacam Alexandria nos quadrinhos e servem para provar que as preocupações de Rick com a segurança  da comunidade são reais. Porém nas HQ’s o grupo não tem tanta relevância quanto outro, conhecido como Salvadores, bem maior e melhor organizados, liderados pelo famoso Negan, um homem violento que com seu grupo, subjulga s grupos de sobreviventes que encontra pelo caminho. Na minha humilde percepção, a série irá criar um mix entre os Wolves e os Salvadores, e se essa minha impressão estiver correta, preparem-se, pois é promessa de muita violência para o futuro de The Walking Dead.

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Morgan Jones

Ele foi a primeira pessoa com quem Rick se encontrou depois de acordar sozinho no hospital. Na 3ª temporada, ele e o policial se reencontraram, mas Morgan ainda não estava pronto para viver em grupo depois da transformação do filho. Durante a 5ª temporada, ele apareceu rapidamente ao encalço do grupo do amigo com quem prometeu se juntar um dias e pelos acontecimentos do season finale, o personagem aparece para o que parece assumir um papel importante na dinâmica do grupo. Nos quadrinhos, Morgan, depois da morte do filho, não conseguiu encontrar um equilíbrio emocional novamente, mas na série ao que tudo indica o personagem não será trabalhado dessa forma. Acredito que Morgan ajudará Rick, que perdeu um pouco a noção do valor de uma vida, a reencontrar seu caminho e se estabelecer em Alexandria, pois ele, nesse tempo todo em que passou sozinho, criou uma perspectiva diferente para a palavra sobrevivência.
-morgan-jones-


Enquanto não postamos a review de Conquer, para você, qual foi o acontecimento mais marcante dessa temporada? Que personagem mais se destacou? Se surpreendeu em algum momento? Fique a vontade para dividir todas as suas impressões conosco.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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