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UnREAL

Por: em 5 de junho de 2015

UnREAL

Por: em

O que rola nos bastidores de um reality show? É tudo manipulado? Tem script? É tudo verdade? Quem faz acontecer a TV que a gente assiste? UnReal, o novo drama da Lifetime, tem como premissa básica mostrar o outro lado desse tipo de show, e trazer para frente das câmeras os personagens que normalmente são invisíveis à audiência. O roteiro é de Marti Noxon, a direção de Uta Briesewitz e o elenco principal conta com Shiri Appleby (Girls), Constance Zimmer (House of Cards) e Josh Kelly.

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O reality show em questão é uma espécie de The Bachelor, e além de Adam, o milionário disputado, e das suas pretendentes, a série tem como personagens principais os produtores, técnicos e assistentes que fazem o programa acontecer. No centro de tudo está Rachel, uma especialista no formato que odeia seu trabalho – não muito diferente de parte do público dos reality shows, que está sempre falando mal desse tipo de programa, mas não consegue evitar uma ou outra “espiadinha”.

Rachel é uma personagem interessante, mas comprometida pela atuação pouco inspirada de Shiri Appleby. É uma mulher cujo maior talento é fazer o oposto das suas convicções pessoais. Uma feminista que ganha a vida usando as vulnerabilidades de outras mulheres para que o espetáculo aconteça. No passado, ela  teve um surto psicótico por causa do trabalho e estava cumprindo pena com serviços comunitários e terapia quando foi chamada para produzir mais uma edição do “Everlasting”.

Não sei se a falta de naturalidade das cenas é proposital para mostrar o quanto todo esse universo é fake ou se a série é só mal dirigida mesmo. Por outro lado, é interessante como eles mostram que até existem perfis pré-definidos, mas as ações das pessoas precisam ajudar a construir um papel  na edição. A vilã precisa de frases maldosas, a virgem precisa se abrir sobre a sua (falta de) experiência sexual, a mãe solteira “desesperada” precisa usar o ursinho da filha para conquistar o bonitão e a modelo brasileira precisa ser “fácil” e deixar ele dar uns amassos logo de cara. Sem isso, sem show.

rachel-jeremy

Em um primeiro momento, parecia que Rachel e Adam acabariam se envolvendo – o que consequentemente arruinaria o programa – mas o cara se mostrou um completo idiota mimado ao longo do piloto. Por outro lado, ainda há muita tensão e muitos sentimentos mal resolvidos entre a produtora e Jeremy, o ex-namorado que ela abandonou quando surtou e agora está noivo de outra garota.

As candidatas do reality fictício são personagens bastante estereotipadas – o que é relativamente esperado – mas quem está atrás das câmeras não foge muito disso. Dá pra separar em caixinhas a diretora bitch, o patrocinador excêntrico, a feminista desarrumada, o galã bonzinho, a produtora invejosa… mais uma vez fica no ar a dúvida se isso é proposital, para provar a tese de que o público precisa de rótulos para acompanhar um programa de TV, ou se é só pobreza de roteiro mesmo, que não consegue ir além do óbvio na construção dos personagens.

UnReal é leve, sem grandes pretensões e, para quem gosta, consome e entende de reality show, até que é uma boa pedida. Todos os clichês que nós estamos cansados de conhecer estão ali, mas de forma bem mais honesta e até com uma certa dose de autocrítica. Não colocaria este piloto no topo da lista de prioridades, mas se você tem um tempinho sobrando e não procura uma série muito complexa, pode dar uma chance a esta aqui!

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E aí, vai dar uma chance a UnReal? Já conferiu? Conta pra gente nos comentários!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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