Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

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15 Anos de Histórias, 15 Anos de ER

Por: em 28 de outubro de 2009

15 Anos de Histórias, 15 Anos de ER

Por: em

Publiquei esse especial na época da exibição do último episódio de ER nos Estados Unidos. Agora que finalmente pudemos ver o final na Warner, acho que ele merece um repeteco. Afinal, não é todo dia que uma série completa 15 anos.

Quinta-feira, 02 de abril de 2009, foi ao ar o 331º capítulo de ER, o último da 15ª temporada, o último da série. Lá se vão 15 anos desde que John Carter pisou no County General pela primeira vez…

Era uma vez, na cidade de Chicago, um hospital chamado County General. Embora já tivesse sido construído há alguns anos, só em 1994 ele começou a escrever sua história.

Lembro como se fosse hoje de um rapaz chamado John Carter que, em 19 de abril de 1994, começava a sua residência na emergência daquele hospital. Aquele dia não foi fácil, como, mal sabia ele, todos os outros não seriam. Mas ele nunca esteve sozinho. Desde o momento que entrou por aquelas portas de vidro ele encontrou pessoas dispostas a seguir juntas aquele caminho que escolheram como seu. Pessoas como Mark Greene, Susan Lewis, Peter Benton, Doug Ross e Carol Hathaway.

Juntos, eles resguardariam a saúde e a vida das pessoas que passassem por ali. Mas, naquele 19 de abril de 1994, eles não faziam idéia de que o caminho seria tão intenso. Não tinham como saber.

Por entre aquelas paredes John encontrou seus primeiros desafios na carreira que escolhera… E como era difícil brilhar ao lado de Peter! Mark encontrou seus pacientes e se desencontrou de sua mulher e sua filha. Susan foi embora pra encontrar a si mesma. E Carol encontrou o amor em Doug.

Os anos se passaram e a maioria continuou lá. Outros surgiram pra preencher aqueles corredores, usar os armários deixados pra trás. Uma moça muito jovem chamada Lucy chegou encantando a todos, principalmente ao não mais tão inexperiente John. Mas que triste destino teve Lucy… Morreu tão jovem, e John, desde então, nunca mais foi o mesmo.

Problemas com a família, com a saúde, com a vida… John se perdeu e Peter, que se tornou um grande amigo, sempre esteve lá para guiá-lo. Até que ele resolveu guiar a sua própria vida e partir com seu filho para um novo destino, mas ainda o veríamos novamente quando John mais precisasse.

Foi nessa época que Mark conheceu Elizabeth. E como eles foram felizes! Eles casaram, tiveram uma filhinha linda, e Mark reconquistou a felicidade que merecia. Mas como a vida nem sempre é justa, pouco tempo depois Mark morreu. Sua carta de despedida foi lida para todos e o County chorou a morte de Mark Greene.

Até mesmo Kerry Weaver! Uma das médicas mais rígidas que já se viu. Claro, nada perto de Robert Romano, o médico mais indesejável que já passou por lá. Não, ele não era de todo mal, mas como era difícil aquele temperamento! Possivelmente o dia mais vingativo da vida de Weaver foi o da morte de Robert. Ou melhor, o dia da “homenagem” que lhe foi prestada. Cabeça-dura que eram, eles não se entendiam em nada…

Mas bem antes disso surgiu uma nova enfermeira no County, seu nome era Abby Lockhart. Abby não era o que se pode chamar de “normal”, muito menos a sua família. Talvez tenha sido isso que atraiu John, sempre tão certinho. Mas nem sempre os opostos dão certo juntos, e enquanto Abby decidiu se tornar médica, John decidiu ir pra África.

John deixou o hospital e o hospital continuou a existir sem John. Afinal essa história nunca teve um único dono.

E foi da África que veio Luka Kovac, um médico croata sofrido que queria reencontrar seu caminho. E foi no County que ele conheceu Samantha Taggart, uma enfermeira que tinha sido mãe jovem demais. Juntos Luka e Sam tentaram curar as muitas feridas não cicatrizadas que insistiam em reaparecer. Mas Sam, mesmo tão forte, não conseguia criar Alex e lidar com Luka ao mesmo tempo.

Foi então que, entre um paciente e outro, Luka e Abby se descobriram. E redescobriram o amor, e enfrentaram todas as dúvidas e juntos tiveram um filho. Juntos disseram sim a vida.

Mas Abby tinha uma grande amiga chamada Neela Rasgotra. Neela entrou naquele hospital com todo o conhecimento que uma estudante pode ter… E toda a inexperiência. Nas salas daquela emergência ela descobriu que queria ser uma cirurgiã, e pôde sempre contar com a ajuda do Chefe de Cirurgia, Lucien Dubenko. Mas, como as coisas às vezes são engraçadas, Neela só viria a ser realmente feliz no dia em que conseguiu criar a coragem de deixar o County pra trás.

Nessa mesma época passaram pelo hospital Gregory Pratt e Archie Morris. Com o tempo eles se tornaram tão amigos que, quando Prat morreu, foi Archie quem ajudou seu irmão. Se tornou um grande sujeito esse Archie.

Dizem que ele continua lá, junto com Sam e Tony Gates, um paramédico que surgiu na hora que ela mais precisava. Agora só eles estavam lá. Eles e outros que nunca conheceremos.

John, Carol, Abby, Doug, Luka… Todos deixaram o hospital. Mas o hospital nunca os deixou.

Esse lugar chamado County, tão cheio de histórias, de vida, continua em Chicago, continua em seus personagens, continua em nós. Só não está mais na nossa televisão.

É sempre triste dizer adeus. Mas quando a trajetória foi tão bonita e o desfecho tão digno, fica muito mais fácil.

Isso não foi um resumo, nem pretendeu ser completamente fiel a série. É só um texto de uma fã, prestando uma homenagem à série que cresceu com ela. Não foi exatamente assim que as coisas aconteceram. Mas poderia ter sido.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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