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American Crime

Por: em 16 de março de 2015

American Crime

Por: em

“I don’t know if this is a home invasion, or, but, you know my neightbors, yeah, they pretty much look like they’re dead” é o que alguém diz em uma ligação ao 911 sobre o crime que move American Crimenovo drama da ABC. Logo depois, uma ligação acorda Russ Skokie. É a polícia pedindo para ele se dirigir à Modesto, Califórnia, e identificar o corpo de seu filho, Matt.

De forma simples e sincera, a série se apresenta. Mas “simples” não é um adjetivo que pode ser atribuído à American Crime. Criada e produzida por John Ridley, ganhador do Oscar pelo filme “12 anos de escravidão”, o drama propõe um retrato intenso das disputas raciais nos Estados Unidos a partir da investigação do crime que matou o filho de Russ e deixou sua nora, Gwen, em coma.

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A série funciona como uma boneca russa. O crime é o plot maior e guarda histórias menores, que são igualmente importantes para entender o que aconteceu naquela noite e compreender a dinâmica social que rege a série.

O luto de Russ (Timothy Hutton) e da sua ex-mulher Barb Hanlon (Felicity Huffman) é uma dessas histórias. Barb e Russ se separaram há algum tempo, mas se unem depois da morte do filho. Os pais representam retratos precisos e diferentes da dor pela perda: Russ está abalado e Barb escolhe deixar sua auto-piedade de lado, reclama da atuação da polícia em relação ao caso e tenta ser mais ativa para entender o que aconteceu com o filho.

A dor dos pais de uma das “vítimas” divide a tela com o sofrimento dos suspeitos. Tony Guttiérrez (Johnny Ortiz) é o primeiro suspeito com quem a polícia faz contato. Tony cuida da oficina do pai, Alonzo (Benito Martinez), e sempre foi um bom filho, pelo menos mais obediente que sua irmã mais velha. Porém, foi arrastado para esse caso porque emprestava os carros para amigos da sua escola por dinheiro. Um dos carros foi usado durante o crime.

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Outro suspeito, que inicialmente não é apresentado como um, é Carter Nix (Elvis Nolasco). Carter é usuário de drogas e mantém um relacionamento que beira o doentio com Aubry Taylor (Caitlin Gerard). Juntos, eles vivem uma vida fora da lei que não sustenta o vício e que os mantém em constante perigo.

Mas a classificação de “vítima” e “suspeito” não é válida para a série, até porque desvendar o crime é a sua a motivação mais superficial. American Crime é uma imersão social corajosa e complexa. Porém, ao focar no cenário social, a série se esquece das motivações pequenas, que são concentradas nos personagens. American Crime se entrega ao realismo e apresenta um retrato muito cru e frio da situação. Assim, a série problematiza, mas não  explora o emocional. 

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E vocês? Assistiram a American Crime? Deixe sua opinião nos comentários!


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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