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Arrow – 3×09 The Climb

Por: em 11 de dezembro de 2014

Arrow – 3×09 The Climb

Por: em

Apesar dos meus intensos e constantes elogios, é bem difícil eu me pegar fazendo uma review tão eufórico como estou nesse momento. Hoje cedo, sabendo do meu vício com a série, muitos me falaram que eu deveria me preparar porque tinha sido um dos melhores episódios que o show já fez. Eu pensei que algumas viradas interessantes estavam no nosso caminho (o que também aconteceu), mas nada que fugisse da nossa rotina de começo da temporada. Fiz meu almoço, sentei para comer e dei o play. Depois de 40 minutos, ainda existiam resquícios de comida no prato (que perdeu completamente a minha atenção) e um Leandro perplexo, observando a tela preta que já era exibida em sua frente, pelo menos, há 5 minutos. Esse não foi um dos melhores, foi o melhor episódio que a série fez até aqui.

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Mais uma vez voltamos ao grande catalisador dos enredos que acercam nosso arqueiro: sua própria família. Oliver vem cultivando uma grande mentira sobre quem é, o que faz nas horas vagas e tudo que se passou no tempo que ficou longe e, mesmo que por hora, essa habilidade pareceu ser nata. Só que não era. Sua família foi fundamentada em cima de mentiras e mais mentiras, que tendem a virar uma bola de neve e despencar montanha abaixo, causando injúrias em muitos ‘inocentes’. Primeiro seu pai, depois sua mãe e, agora, Thea. Fomos pegos de calças curtas com a grande revelação do assassino de Sara, ou melhor, assassina. Por trás de uma conspiração de Merlyn, fora Thea quem, desastrosamente, atirou flechas e matou nossa Canário. Uma grande virada na trama e que serve de perfeito exemplo para mostrar como Oliver pode ser incapaz de ver os erros que sua família insiste em escrachar as suas vistas.

Veja bem, eu consigo entender o sentimento fraternal que Ollie tem por Thea, ainda mais porque são tudo que restara dos Queen. Só que se tornar complacente com esse tipo de atitude me pareceu um pouco exagerado demais. Sim, Thea estava sob efeito do Votura, não lembra de nada que fez, mas matou. Talvez por já ter percorrido um pouco dessa caminho deturpado, Oliver consiga compreender o sentimento controverso que a morte causa em alguém – mesmo assim, ele poderia ter sido um pouco mais duro em suas colocações perante a irmã. Quando Diggle insiste que ele não seja o interrogador de Thea, mas sim o Arqueiro, jurei que ele ia se revelar – mas Oliver ficara tão chocado quanto nós com a agilidade recém conquistada da irmã. Seus golpes certeiros e uma saída rápida garantiram que a perplexidade não ficasse só com Ollie, mas também conosco.

Tudo isso para nos provar que Malcolm é realmente um belíssimo filho de uma put*! Ele droga sua filha, para que ela seja motivo de barganha suficiente, a ponto de Oliver se colocar como culpado de uma assassinato que nunca cometeu perante a Liga dos Assassinos. E aqui o negócio esquenta a tal ponto, que o episódio pareceu ter 20 minutos e não 40. Depois do ultimato dado, se entregar se tornou a única opção possível na cabeça do Arqueiro, que se encaminhou para enfrentar a morte de frente – confiante na sua vitória. Só que Ras Al Ghul não é conhecido como o demônio a toa – paro aqui para pontuar como o ator que dá vida ao personagem entrou bem na série, dando o tom exato e sombrio o suficiente que um grande vilão como esse precisa. Nem vou parar para falar sobre a aparição de Meseo no presente, porque isso me soou tão irrelevante enquanto tudo acontecia, que nem me importei. O bagulho ficou louco mesmo é quando Oliver decidiu usar as regras da própria Liga e desafiar o invencível. Só que, nem mesmo nos nossos piores pesadelos, imaginamos que tudo terminaria daquele jeito.

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As cenas que seguem a proposta de Oliver são devastadoras, uma a uma. Seu abraço fraternal em Thea, a breve despedida ao seu fiel escudeiro, o pedido de proteção a Arsenal e, por fim, o ‘eu te amo’ a Felicity. O tom que o episódio ganhava era de uma melancolia muito grande, digna exatamente de tudo que estava para acontecer. Interessante também como a edição foi inteligente e alternou cenas da escalada com os acontecimentos que levaram Ollie até ali, uma ascensão temporal e emocional da trama, que acompanhavam a chegada de Oliver ao topo, ao seu destino final. E eu juro que só pensava no que seria o motivo de interromper a luta, o que aconteceria ali para parar os dois. Só que nada acontecia. Tirando alguns poucos momentos de vantagem, nosso arqueiro agora munido de espadas estava apanhando muito de Ras. Apanhando feio mesmo, de um jeito que nunca vimos antes. Meio que sem reação, porém sem desistir. Até que o golpe final chegou em meio a memórias contorcidas de uma família nada perfeita e Oliver Queen estava morto, penhasco abaixo.

Eu não sei, de verdade, como que eles vão fazer para explicar isso, porque simplesmente não tem como Oliver ter sobrevivido àquilo. Porém, ao mesmo tempo, eu não quero acreditar que eles pegaram e mataram o protagonista da série, porque isso acabaria com a gente. Foi uma das viradas mais ousadas dos últimos tempos e teremos que confiar bastante que o roteiro, até então bastante coeso, dê conta de explicar algo como isso – o que deve demorar um pouco ainda. Foi realmente difícil não se emocionar com toda a sequência final. Foi aquele nó na garganta que te deixa abismado, sem acreditar no que tá vendo. Prevejo cenas de partir o coração com Felicity descobrindo o que aconteceu e por aí vai – o que só me deixa ainda mais ansioso. Quando penso que falta um mês para a gente ter qualquer pista do que pode ter acontecido ali, quero surtar.

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Talvez tudo isso seja o estopim para o desenvolvimento de tramas até então secundárias. Já sabemos que os próximos três episódios serão uma verdadeira saga para a transformação de Laurel em Canário Negro definitivamente. Apesar de ainda muito tímida, a personagem vem ganhando seu espaço e tomando cores diferentes daquela personagem bobinha da primeira temporada. A revelação da morte de Sara tanto para Dinah, quanto para Thea, ajudam a reafirmar que algo será feito com propósito de vingança – mas agora que sabemos a real assassina, será que os esforços compensaram? O verdadeiro culpado será punido? Desconfio até que Laurel se verá diante de um embate muito comum para herois de primeira viagem: será que seus propósitos para tomar esse caminho eram realmente os certos? Acredito em um bom desenvolvimento da personagem, que talvez tome o foco que o Arqueiro pode deixar vazio por um tempo.

Ao mesmo tempo, temos a trama de Ray Palmer ganhando formas mais consistentes. Mais um personagem movido por dramas pessoais interessantes e que pretende mudar a cidade – até ai estamos no cenário comum. A grande diferença é como ATOM pretende fazer isso – minimizando a maioria das coisas. A chegada desse elemento mais incrível na série pode ser muito interessante  e trazer um pouco dos ares meta-humanos para Starling. Talvez ATOM também seja um dos que ocuparão o lugar do Arqueiro na cidade durante essa sua ausência forçada – e não teve como não rir quando Felicity se pergunta como sempre acaba metida em meio a vigilantes. A questão é que fomos deixados de mãos atadas (e pés descalços) até janeiro e o vídeo promocional não dá uma dica do que está por vir, infelizmente (mas colocarei ele ao final do texto da mesma forma). Se vocês surtaram, compartilhem comigo, por favor – preciso de compreensão.

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Por hora, agradeço a companhia de vocês nesse começo de temporada e já faço os meus votos de boas festas para vocês. Que a virada de ano traga consigo muita coisa boa para todos nós. E enquanto as temporadas dão uma pausa, nosso blog entra no clima de festas e trás nossos tradicionais especiais de final de ano, portanto não deixem de nos acompanhar. Até 21 de janeiro!

P.S.: Stephen Amell publicou em seu facebook a seguinte frase: “Nunca recebi tantos comentários na minha vida depois de um episódio. Obrigado a todos. E quanto ao seriado, vocês vão perceber que ele é muito maior que o seu protagonista. Aguardem”. OK, chutar cachorro morto é palhaçada Amell.

P.S.2: O ator também postou um print das mensagens que a mãe dele o mandou durante e depois do episódio. Sério, mais coisa de mãe impossível.

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P.S.3: Não foi o forninho que caiu. Caiu a porra do teto da casa toda na nossa cabeça!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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