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Demolidor – 1×10 Nelson v. Murdock

Por: em 20 de maio de 2015

Demolidor – 1×10 Nelson v. Murdock

Por: em

Depois de um episódio tão bom como Speak of the DevilDemolidor deu uma pequena freada no ritmo e, em Nelson v. Murdock, apresentou uma das horas mais atípicas deste primeiro ano da série. Sem grandes confrontos, sem alívio cômico e misturando passado e presente, o 10º episódio da série deu destaque a um personagem, até então, deixado um pouco de lado: Foggy Nelson.

Foggy Nelson

Depois de descobrir que seu melhor amigo e o justiceiro mascarado eram a mesma pessoa, no fim do episódio anterior, era esperada a reação de Foggy. Por diversos capítulos, vimos o advogado se colocar contra as ações do justiceiro e até mesmo questionando os caminhos por ele escolhidos – diferente, por exemplo, de Karen, sempre mais receptiva ao futuro Demolidor e suas ideias. Assim já era esperado que ele não reagiria bem ao saber que Matt estava por trás daquela máscara, e os flashbacks, muito bem colocados, dos dois na faculdade vieram para conferir ao episódio um tom maior de dramaticidade e, também, dar uma maior sustentação à revolta de Foggy. 

Já seria justificável por si só o choque inicial de Foggy, mesmo que o episódio não tivesse nos entregado um pouco da origem da amizade desenvolvida pelo dois. Vejam bem: A raiva de Foggy não é apenas por Matt não ter contado que era ele quem saía pela cidade com um pano no rosto, mas sim porque, de certa maneira, a amizade dos dois foi construída em torno de uma mentira. Ou de uma omissão, o que, aqui, não faz exatamente muita diferença. Foggy, desde o começo, tem sido um suporte para Matt. Um guia, um amigo, a pessoa em que ele se apoiou nos últimos anos – literalmente e metaforicamente. E saber que Matt pode enxergar – só não do jeito convencional, na verdade até mais do que o próprio Foggy – foi uma apunhalada dura.

Obviamente, a raiva de Nelson vai passar em algum momento. Mas ela vem num momento crucial, onde Matt acabou de levar uma surra de Wilson, o cerco começou a se fechar, ele não tem mais o suporte emocional de Claire… e acaba de perder, mesmo que temporariamente, o melhor amigo de anos. Tudo começou a desmoronar no mundo dele e, às vésperas do final da temporada, as perspectivas são interessantes.

Com a sociedade teoricamente desfeita, um Matt despedaçado e um Foggy ainda furioso, é complicado – e angustiante- imaginar quais os rumos que esta trama vai tomar.

karen page

Paralelamente, Karen e Ben tiveram um avanço significativo – ainda que de uma maneira totalmente aleatória – e conseguiram encontrar ninguém menos que a mãe de Fisk. Não consegui comprar muito o modo tão rápido que essa história se desenvolveu – talvez fosse o caso dela ter se desenrolado em mais tempo -, mas entendo a necessidade do roteiro correr para começar a fechar o cerco contra o Rei do Crime. Se a Senhora Fisk irá falar, é ainda um mistério, mas sem dúvida alguma, este passo foi o primeiro para o Xeque-Mate que logo menos Wilson irá levar. Ainda podemos ter também um vislumbre de Ben e sua mulher, fornecendo um pouco mais de informações sobre o personagem, que não empolgam muito a essa altura do campeonato. Novamente digo: Talvez se tivéssemos visto isso antes, talvez o personagem de Urich, hoje, fosse mais interessante.

E é bom Fisk se cuidar, porque outra coisa que Nelson v. Murdock deixa claro é que Karen, Ben e Matt não são os únicos com quem ele tem que se preocupar. Madame Gao e Leland parecem cada vez mais inimigos do que aliados e, tirando Wesley e Vanessa, não existe exatamente ninguém em quem o Rei do Crime possa confiar. E é bastante interessante como o roteiro coloca na boca dos personagens aquilo que os últimos episódios já tinham transparecido: De certa forma, e em algum estágio que ainda não sabemos quanto, Vanessa abrandou Fisk. Não que ele esteja mais fraco, acho que essa não é a palavra. Mas diferente da maioria dos vilões, Wilson agora tem de fato alguma coisa a perder.

Por isso mesmo, o atentado na festa se mostra interessante. Com Vanessa levada às presas ao hospital, Wilson sabe que o jogo começou. E, enquanto o Demolidor ainda está caído, tentando se reconstruir pedaço a pedaço, o Rei do Crime parece ter ascendido de vez.  E, mesmo com um episódio aquém do padrão, Demolidor mostra que a guerra por Hell’s Kitchen vai dominar os 3 episódios finais. 

Outras observações:

– O texto já deixa um pouco claro, mas para reforçar, acho que esse é o episódio mais fraco da primeira temporada de Demolidor.

– Namorada grega assassina? Podemos sonhar com Elektra na segunda temporada?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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