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Deus Salve a Rainha – Ótimas opções de séries inglesas

Por: em 5 de agosto de 2010

Deus Salve a Rainha – Ótimas opções de séries inglesas

Por: em

Já sabemos que não são apenas as séries americanas que nos agradam. Ao longo dos anos quase todo viciado em série deve ter se deparado com uma produção estrangeira (e aqui o termo se aplica para séries não americanas) e ter gostado do resultado.

Isso não significa que é a mesma coisa. Todos somos capazes de admitir que o Brasil não é um exemplo forte no mercado de séries, mas que algumas vezes acertou em cheio, tanto em comédia como drama. Porém hoje em dia alguns outros países vem se destacando com algumas produções que até mesmo são compradas pelos EUA, como Canadá e Austrália, mas o país que melhor integra o pódio de melhores séries estrangeiras é obviamente a Inglaterra.

Eles são abusados e isso todo mundo sabe. Assim como alguns canais americanos como HBO e Showtime já fazem, a Inglaterra não costuma censurar linguajar inadequado ou cenas polêmicas. São histórias, sotaques, figurinos e cenários diferentes do que estamos acostumados e isso tudo chama atenção quando bem colocados. O ruim é que muitas séries exibem apenas 6 episódios por temporadas, ou serie, como eles chamam por lá.

Confira abaixo algumas boas opções de séries inglesas, algumas já canceladas, outras ainda no ar. Comédia, drama, ficção, fantasia, tudo do melhor da tv da terra da Rainha.

E ah, claro, algumas séries como The Office e Being Human não estão na lista porque nenhum de nós assiste/assistiu tais séries.

Misfits – E4 (2009-)

Uma mistura de adolescentes com poderes só poderia gerar algo muito bom ou muito ruim. A sorte é que foi a primeira opção. Misfits estreou em 2009 pelo canal E4 prometendo uma boa história e mostrou bem a que veio. Cinco adolescentes vivendo em uma área mais marginalizada de uma cidade, precisam fazer trabalho comunitário após cometerem algum tipo de crime. Durante seu primeiro dia, a cidade é atingida por uma tempestade elétrica e vários moradores começam a manifestar poderes sobrenaturais.

A história parece simples, mas é cheia de boas cenas de ação e comédia. Eles não são personagens comuns, e sim filhos de pais com problemas, usuários de drogas e donos de um linguajar bem obsceno, mas é impossível não gostar e simpatizar com alguns deles. O personagem principal é Nathan, cujo poder só é revelado no final da temporada (Misfits é um exemplo de temporada com 6 episódios) e seu intérprete Robert Sheehan é extremamente cômico, fazendo a série valer a pena. Os outros quatro são Simon, um garoto tímido que consegue ficar invisível; Alisha, uma baladeira que invoca uma ansiedade sexual intensa na pessoa que a toca; Kelly, a garota rebelde e marrenta que começa a ouvir os pensamentos dos outros; e Curtis, ex-atleta que consegue voltar no tempo.

A série vai mostrando o aprendizado dos poderes e de como eles afetam a vida pessoal de cada personagem. Não espere uma história de super heróis, eles não querem salvar o mundo e simplesmente tentam viver a vida da melhor maneira possível, mas criando problemas com suas novas habilidades. A série ganhou o BAFTA (a versão inglesa do Emmy) na categoria de melhor drama em 2010 e a 2ª temporada deve começar em novembro, além de estarem filmando um especial de Natal.

Merlin – BBC One (2008-)

A tradicional história do famoso mago Merlin é contada em mais essa versão: Merlin é um menino criado no campo, que tem por única família a sua mãe, que foi abandonada por seu pai antes mesmo dele nascer. Quando chega a adolescência, Merlin nota que é diferente dos outros meninos: ele consegue mover objetos com o poder da mente. Sua mãe, sabendo disso, envia-o até Camelot, aos cuidados de Gaius, o médico da corte, que abriga Merlin e o trata como pupilo. Logo na chegada a Camelot, Merlin já entra em conflito com Arthur – ele mesmo, o tão famoso Rei Arthur. Por causa de uma lei criada por Uther – atual Rei e pai de Arthur – que condenava a morte todos os envolvidos com magia, Merlin precisa treinar e estudar magia escondido de todos.

Os personagens da história que conhecemos estão presentes no seriado: Guinevere, Lancelot, Morgana, etc. A interação de Merlin com todos eles é o diferencial: algumas adaptações criadas para dar mais foco a Merlin na história as vezes chegam a afasta-la da história conhecida, mas como não se trata de uma série histórica e sim de uma história baseada em lendas (série inglesa baseada em lendas inglesas), a liberdade para os roteiristas é maior. E essa liberdade toda, mostra um Arthur bem diferente daquele que conhecemos dos filmes e livros, e mostra como Merlin atuou na mudança de caráter de Arthur.

A série é exibida pela BBC desde setembro de 2008 e teve sua terceira temporada confirmada para o segundo semestre de 2010. No Brasil a série é exibida pela HBO Family, desde 2009 e pelo Disney XD desde 2010. Ela conta com conhecidos atores britânicos, como Richard Wilson (Gaius) e Antony Head (Uther).

Life on Mars – BBC One (2006-2007)

Meu nome é Sam Tyler. Eu sofri um acidente e acordei em 1973. Estou louco, em coma ou voltei no tempo? Seja lá o que for que tenha acontecido, parece que aterrissei em outro planeta. Talvez se conseguir entender o porquê, eu consiga voltar para casa.” Assim começa cada um dos episódios da versão original de Life on Mars. A série teve duas temporadas com 8 episódios cada, ganhou 7 BAFTAs (incluindo melhor ator para John Simm, melhor série dramática e roteiro) e levou o Emmy Internacional de melhor série dramática nos dois anos em que concorreu.

Life on Mars contou a história de Sam Tyler, um policial de Manchester que foi atropelado por um carro durante uma perseguição, em 2006. Quando Sam acorda percebe que está na mesma Delegacia em que trabalhava em 2006, só que o ano agora é 1973 e ele não é mais o Detetive Chefe, cargo que agora pertence a um cara grosso e machão chamado Gene Hunt. Sam se encontra na mais estranha das situações, onde precisa lidar não apenas com o fato de não saber por que e como foi parar ali, mas também com a desconfiança dos seus colegas, que estranham seus modos, digamos, gentis e pensam que ele anda meio lelé. Sem falar na estranheza de não ter à sua disposição aparatos como testes de DNA, celulares ou computadores e presenciar constantemente seus colegas aceitando subornos e tratando Annie, a única policial mulher da delegacia, como se ela fosse a mulher do cafezinho.

Dia após dia, Sam vai conseguindo que seus casos tenham um fechamento mais honesto e, paralelamente às investigações policiais, também vai tentando descobrir por que foi parar em 1973 e acaba desenvolvendo relações de parceria e amizade com Hunt e de cumplicidade e carinho com Annie. O roteiro é tão amarradinho, a caracterização tão perfeita e as atuações tão boas, que fazem com que o espectador compartilhe das dúvidas e da angústia de Sam, bem como das suas conquistas e descobertas, culminando com um series finale emocionante, que concluiu a história magistralmente, tornando Life on Mars uma das histórias mais bem contadas da televisão até hoje. E olha que nem falei da espetacular trilha sonora com David Bowie, The Faces, The Who, Led Zeppelin, Deep Purple, Rolling Stones, The Hollies e mais uma penca de bandas boas.

Secret Diary of a Call Girl – ITV2 (2007-)

Elegante, sofisticada e muito, muito, muito sexy. Esta é Belle, a prostituta de luxo mais requisitada de Londres. A personagem faz parte da polêmica série Secret Diary of a Call Girl, do canal inglês ITV2, e que nos EUA é transmitida pelo canal Showtime (o mesmo de Weeds e United States of Tara). Até o momento foram produzidas três ótimas temporadas nas quais Belle, interpretada por Billie Piper (de Doctor Who), nos ensina truques e segredinhos da profissão mais antiga do mundo.

O diário de Belle é a câmera, o cenário principal é a noite de Londres e o elenco masculino não poderia ser mais variado, pois a cada capítulo somos apresentados a clientes diferentes. O único personagem masculino fixo da história é Ben (Iddo Goldberg), ex-namorado de Belle e, atualmente, seu melhor amigo.

Apesar do tema um tanto pesado e das cenas de sexo constantes, Secret Diary consegue manter o nível, a qualidade e o bom gosto. Belle é uma personagem divertida, esperta e que facilmente cria empatia com o público. O resultado positivo deve-se a ótima interpretação de Billie Pipper e ao roteiro baseado nos textos do “Belle de Jour”, famoso blog inglês atualizado pela “call girl” Brooke Magnanti, e que, depois do sucesso na internet, tornou-se um best-seller.

Vale ressaltar também que Secret Diary of a Call Girl não se resume apenas a contar a vida de Belle. Entre uma noite e outra conhecemos um pouco mais de Hanna, nome verdadeiro da protagonista, uma jovem de hábitos comuns, formada em literatura e que vem de uma família tradicional. Ao contrário dos clichês que envolvem as histórias de prostitutas em filmes e séries, Hanna não teve uma vida sofrida, não passa fome e não tem filhos pequenos para criar. Portanto, esqueçam todos os clichês, pois Hanna ama ser Belle. E Belle ama ser uma prostituta. Simples assim.

Skins – E4 (2007-)

Adolescentes ingleses sabem entreter e Skins prova isso com facilidade. A série conta a vida de um grupo de amigos em seus dois últimos anos do Ensino Médio inglês e por isso o elenco da série é mudado a cada duas temporadas. Com 4 temporadas já exibidas, Skins foi renovada para a 5ª e a 6ª, ou seja, três grandes grupos de atores já fizeram ou farão parte do elenco principal. A série aborda temas polêmicos como uso de drogas, assassinato, distúrbios mentais e alimentares, homossexualidade, problemas familiares, entre inúmeros outros.

Assim como Misfits, a série não mostra uma adolescência perfeita ou irreal, mas sim a vida nos mais diferentes bairros e periferias de Bristol, nos apresentado personagens densos e verdadeiros, por isso a facilidade de gostar da série. A primeira geração é de longe o que mostrou o auge da série, com personagens simpáticos como a doce Cassie, o virgem Sid, o divertido Chris e o homossexual Maxxie, todos formando um grupo crível cheio de amizade e problemas. O elenco da geração foi ótimo, tendo nomes como Nicholas Hoult, famoso pelo filme Um Grande Garoto, e Dev Patel que viria a receber grande atenção da mídia por protagonizar o filme vencedor do Oscar, Quem Quer Ser um Milionário.

A segunda geração (que compreende as temporadas 3 e 4) continuou o clima da série, apesar de seus personagens não serem tão engajados como da turma antiga. Deles, os maiores destaques são para Kaya Scodelario (já estava presente nas primeiras temporadas) como a complicada Effy, e o casal lésbico Emily e Naomi. A série já foi indicada a um prêmio BAFTA e venceu a categoria de voto do público. Skins tem tanto sucesso que ganhará uma versão americana, além do filme, que já está sendo produzido.

The I.T. Crowd – Channel 4 (2006-)

Uma série nerd de verdade: funcionários do setor de T.I. de uma empresa, que trabalham no porão do prédio e são gerenciados por uma moça que não faz idéia do que exatamente eles fazem no setor. A série é do Channel4, que terminou sua quarta temporada no último dia 30, já ganhou um Emmy internacional de melhor sitcom e um prêmio BAFTA. O Channel4 inovou com The I.T.Crowd: os episódios da série foram disponibilizados em seu site, cada episódio em formato wmv ficava disponível para download por cerca de 7 dias antes de sua transmissão na TV; uma forma inteligente de chamar a atenção do público a que a série se destina.

Nos escritórios das indústrias Reynholm, uma corporação fictícia localizada no centro de Londres, Roy, Moss e Jen vivem o dia-a-dia de um setor de T.I.: Roy e Moss são dois técnicos extremamente nerds, que apesar da importância dos seus conhecimentos, são frequentemente esquecidos pelo resto da empresa, Jen só é gerente do setor por ter enrolado o dono da empresa, que tem menos conhecimento sobre tecnologia do que ela, apesar de ela ser praticamente uma analfabeta no assunto.

Moss é extremamente inteligente para assuntos técnicos, mas não sabe como agir diante de situações simples do cotidiano. Roy sofre com problemas de socialização. Jen é louca por sapatos. Com essa mistura, só se pode esperar muitas risadas, pra quem gosta de humor inglês, obviamente.

Survivors – BBC One (2008-2010)

Survivors é sem dúvida uma das séries mais interessantes que já assisti. 99% da população mundial é morta após a Gripe Espanhola, uma variação do vírus influenza, atravessar o planeta rapidamente. Apenas uma mulher, Abby Grant, foi infectada mas conseguiu sobreviver, enquanto o outro 1% da população tenta voltar a sua vida normal. A série vai contando a vida de Abby enquanto ela tenta encontrar seu filho e as pessoas que faz amizade durante os primeiros episódios. É sensacional ver as cidades, por quais eles passam, desertas, (algumas cenas eram filmadas bem cedo, quando não há ninguém nas ruas para não precisar de efeitos especiais) e o modo de como a população lida com o acontecido.

Política, governo, segurança, nada mais existe e cada um está por conta própria e podemos observar até onde o ser humano é capaz de ir para tentar se salvar. Os personagens são fantásticos, como a simpática Anya, o bem humorado Al, e Sarah, uma mulher egoísta e interesseira no começo, mas que se torna uma personagem impossível de não gostar. Abby e seus amigos vão atrás de se filho enquanto cada um possui segredos próprios e novos propósitos, afinal, em um mundo onde todos que você conhecia estão mortos, você pode ser qualquer um. Enquanto o governo inglês tenta se reerguer, passamos a descobrir mais sobra a origem do vírus e das pessoas por trás da sua criação, o que sempre termina com ótimos mistérios e histórias cheias de suspense, cenas de ação, mortes, romantismo e alguma comédia.

Apesar de sempre ficar na casa dos 4 milhões de telespectadores por episódio, a BBC One resolveu cancelar a série devido a custos de produção para tão baixa audiência e a 2ª temporada acabou em 2010 com um grande cliffhanger, ou seja, não tivemos um final satisfatório. Porém, vale a pena assistir esses 12 episódios de uma produção bem feita, com ótimas atuações e cenários lindos de uma Inglaterra perdida e desconcertada, e poder vivenciar a esperança e o esforço humano quando não se tem mais nada a perder.

Doctor Who – BBC One (2005-)

Junte personagens históricos, uma nave que viaja no tempo, um alien em forma de humano fazendo as mais diversas piadas, baleias intergalácticas, anjos da morte e tudo de mais surreal que sua mente conseguir imaginar. O resultado é Doctor Who, uma das mais aclamadas séries de sci-fi, produzida atualmente pela emissora BBC. A série foi exibida de 1963 até 1989, suspensa até 1996, onde houve o lançamento de um telefilme, e relançada com sucesso em 2005. A versão atual conta com 5 temporadas e no momento se encontra em preparação para um esperado especial de natal e a 6ª temporada que deve chegar pelo ano que vem.

A série gira em torno do Doutor, um simpático e misterioso viajante do tempo, que viaja na sua máquina do tempo conhecida como TARDIS, acompanhado de uma companheira (que muda com o decorrer das temporadas). Eles enfrentam as situações mais complicadas e mais interessantes que se pode imaginar, as mais diferente criaturas e encontram-se com as mais diversas personalidades históricas (citando aqui Van Gogh, para dar um exemplo). Contudo, por mais surreal e independente que as histórias dos episódios possam soar, sempre há um sentido por trás de tudo, que acaba se reunindo e culminando em seasons finale eletrizantes.

Um dos conceitos mais interessantes da série é o que diz respeito à regeneração do Doutor, podendo assim evitar a morte. Foi introduzido na série original, quando os roteiristas se viram as voltas com a saída do intérprete do protagonista. O conceito é absolutamente genial, pois permite que a série de tempos em tempos ganhe uma nova cara, mas sem perder as características que a fazem única. Até o atual momento, 11 atores já interpretaram o personagem (sendo 7 na série clássica, 1 no telefilme e 3 na versão atual), com Matt Smith sendo o mais recente deles. O ator começou a encarnar o personagem durante a temporada passada, a 5ª. Seus antecessores foram Christopher Eccleston (1ª temporada) e David Tennant (2ª-4ª temporada). Uma das principais consequências dessa “troca” é quebrar pelo menos um pouco a linearidade da série. Por exemplo, mesmo trazendo elementos que remetem à mitologia da série e aos antigos doutores, não existe problema nenhum em começar a série por sua 5ª temporada, pois é totalmente entendível. O único problema é você conseguir controlar sua vontade de conferir as outras após o fim dessa. Se você é fã de séries sci-fi, não perca mais nem um minuto e mergulhe no maravilhoso universo de Doctor Who.

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Alexandre, Bruna Antunes, Iraia e Rodolfo colaboraram com o post.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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