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Supergirl

Por: em 26 de maio de 2015

Supergirl

Por: em

Seguindo o que é quase uma tradição em séries badaladas pelos fãs, na última semana vazou o episódio piloto de Supergirl, série de Greg Berlanti, experiente no ramo dos heróis e cabeça por trás dos sucessos Arrow e The Flash, que será exibida pela CBS na Fall Season próxima. Com um tom que beira comédia romântica em alguns momentos, a série apresentou um universo bastante conhecido dos fãs dos quadrinhos, renovando algumas partes de sua mitologia e preparando o terreno para o que tem tudo para ser mais um sucesso.

supergirl - chefe

A começar, pela sua protagonista. Melissa Benoist (Glee), à primeira vista, parece a escolha adequada para interpretar Kara Danvers, a prima do Superman. Segura, a atriz conseguiu fazer da personagem alguém crível e que, ao mesmo tempo em que apresenta uma força tão sobre-humana como a do seu primo, passa por dilemas familiares, problemas no trabalho e até mesmo uma simples questão como escolher o melhor traje para combater o crime. Outro ponto importante a se considerar é a boa interação que ela conseguiu estabelecer com o resto do elenco (principalmente com sua irmã, Alex, e com o parceiro de trabalho, Jimmy Olsen – sim, o icônico Jimmy dos quadrinhos) e como o próprio roteiro da série consegue lhe dar a chance de equilibrar sua agora dupla vida.

Diferenciando-se da grande maioria das séries do gênero e colocando uma mulher a frente do enredo principal, Supergirl preza por mulheres de poder. Além da protagonista, podemos conferir isso na interpretação à la Diabo Veste Prada de Calista Flockhart, que vive a chefe nada simpática que busca na ascensão da heroína uma chance de levantar as suas publicações; Chyler Leigh também não fica para trás, dando vida a uma bioengenheira que aparentemente é só a irmã adotiva de Kara, mas que na verdade está por trás de uma organização secreta que cuida da vida alienígena na Terra, que não está nada contente com a mais nova aparição nos tabloides. De uma maneira ou de outra, são as mulheres quem comandam o jogo nessa série, mesmo que isso pareça não agradar a todos os envolvidos. O título que recebe como heroína já mostra como o feminismo está presente, quando Kara fica bastante incomodada em ser chamada de “supergirl” e não de “superwoman”. Pontos sutis, mas fundamentais para retratar que nosso foco está em alguém que combate o crime de saia sim.

supergirl - irmã

O texto da série também acerta na costura entre passado e presente. A sequência de abertura do episódio é fantástica e tem o cuidado preciso de nunca deixar que a história de Clark – que, convenhamos, a gente já tá mais do que cansado de saber – se sobressaia a de sua prima. Isso é um detalhe que está presente em quase todo o episódio, aliás: Todas as vezes em que o Homem de Aço é mencionado, ele aparece em segundo plano, apenas como um elemento ilustrativo de que, de alguma maneira, Kara está ligada a ele, mas que não: Ela não precisa – e nem deve – trilhar os mesmos caminhos. Supergirl é eficiente, então, em logo de cara promover a dissociação entre as duas histórias e deixar que Kara siga seu próprio caminho.

Tecnicamente, a série já mostra que adotará o clima solar de The Flash e das primeiras temporada de Smallville, ao invés do realismo cru e escuro de Arrow. Quase todas as cenas são bem vivas e mesmo as que pedem um clima mais pesado, são atenuadas por um detalhe aqui e outro ali. Visualmente, a produção é competente – o que é o mínimo que se espera, já que existem boatos de que este episódio foi orçado em nada menos do que 14 milhões de dólares. As cenas em Krypton, as tomadas no espaço e as partes que precisam de efeitos são bem realizadas.

supergirl - superhomem

O piloto também deixa bons ganchos e uma expectativa crescente para o desenvolvimento da história. Ao que parece, mesmo que o programa siga, no começo, uma linha meio procedural (não fica exatamente claro aqui o tom que ele irá adotar), existe uma trama envolvendo as circunstâncias da chegada de Kara à Terra que será desenvolvida nos episódios encomendados para a primeira temporada.

Novembro ainda está longe, mas a ansiedade pela série cresceu depois de ver seu pontapé inicial. Resta, então, torcer para que a continuidade seja do mesmo nível – ou ainda melhor.

P.S.: Os intérpretes dos pais adotivos de Kara são Dean Cain e Helen Slater já interpretaram Clark e Kara em momentos distintos da carreira; Cain na série Lois & Clark – As Aventuras do Superman e Slater no filme Supergirl, de 1984. Uma referência bem bacana. Berlanti did it again.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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