Sem dúvida nenhuma, uma das estreias mais esperadas do ano, principalmente para os fanáticos por quadrinhos, era Flash e ela chegou bem mais cedo do que esperávamos. Uma tática bem conhecida no meio das emissoras é deixar vazar o episódio piloto da série na internet para ver qual é a reação do público e, assim, poder fazer alterações necessárias para a estreia oficial. Duas semanas atrás, o vazamento de Flash na internet fez barulho e todos os sites estavam comentando o excelente episódio que a CW tinha feito para sua maior estreia do ano. E não há discussão, este piloto é um dos melhores que a emissora já fez, batendo inclusive o primeiro episódio do seu atual hit, Arrow. Dinâmico, envolvente, misterioso – foram 40 minutos que passaram como um flash (trocadilho besta), recheados de easter eggs por todas as partes fazendo da promessa ainda maior.
Já havíamos conhecido Barry lá no episódio 8 e 9 da temporada passada de Arrow, onde começou todo o clamor público para que Flash ganhasse uma série independente e tudo isso porque Grant Gustin está excelente em seu papel de protagonista. A direção do episódio me pareceu extremamente inspirada na nova saga do Homem-Aranha, com um herói jovem e regados a momentos mais leves, até um pouco atrapalhados. Conhecemos o passado do personagem em um recurso que me pareceu pontual – muitos especularam que a série poderia investir nos flashbacks assim como Arrow, o que, aparentemente, não faz sentido algum – e bem utilizado. Ainda criança, Barry viu sua mãe ser assassinada e seu pai incriminado por isso, sem ter culpa alguma. Eram flashes para todos os lados, flashes que podem indicar muito mais do que podemos imaginar. Dada sua motivação, pós o acidente que muda a composição corporal de Allen, estava mais do que claro que ele penderia para o lado de salvar as pessoas, usando dos seus poderes para um bem comum.
É nesse ponto que a participação de Stephen Amell acrescenta algo interessante ao piloto: enquanto Oliver penou para descobrir que precisava ser um herói, que isso era possível apesar das adversidades, Barry tem um poder em seu caminho que pode realmente ajudar as pessoas. Fora que foi sensacional um admirando as habilidades do outro, algo que me lembrou o primeiro vídeo promocional da série. Conhecemos também Iris, a amiga/paixão secreta de Barry, que parece ser muito mais forte do que apensa uma garotinha filha de um policial. A friendzone dos dois foi palpável durante todo o episódio e claro que as coisas só devem piorar com tempo, ainda mais com a descoberta do namoro entre Iris e Eddie Thwane, personagem que promete ser muito mais do que aparenta. Esse é uma característica bem interessante do piloto: muito dos personagens são muito mais do que aparentam, tendo um grande papel na mitologia envolvendo o herói principal.
Ficou clara também a importância fundamental do STAR labs no desenvolvimento de Barry como um herói. Sua parceria com Dra. Snow e Cisco (que também já tinham aparecido em Arrow) já parece estabelecer um trio importante para a série, mas o grande mistério fica em cima de Harrison Wells. Quem seria aquele cara que sabe tanto sobre Barry e está enganando a todos com a sua condição? As especulações na internet já começaram e a opinião de muitos é: Wells seria, na verdade, o próprio Barry do futuro preso no passado por algum motivo ainda desconhecido por nós. Essa seria uma virada bem interessante e achei ousado colocarem já este gancho no primeiro episódio. O balanço geral é: um excelente e promissor começo. A nota de 4,5 se justifica em cima de uma única coisa: quantas séries que conhecemos não fez um excelente episódio inicial e depois decepcionou? Por isso fica essa pequena ressalva por enquanto, mas não acredito que esse será o caminho de Flash.
Mas a review ainda não acabou. Foram muitos easter eggs e alguns deles são spoilers do que pode acontecer no futuro do seriado. Portanto, abaixo você pode conferir alguns deles por sua conta e risco.
Easter Eggs:
O primeiro easter egg que precisa comentado é Eddie Thwane, o detetive bonitão que chega em Central City e já namora Iris, melhor amiga de Barry. Thwane é o alter ego de Zoom ou Flash Reverso, um vilão que tem exatamente a mesma vestimenta que Flash, porém com as cores invertidas – portanto, sua cor predominante é amarela. Permanece a dúvida ainda se esse nome ainda não é uma pista falsa para que pensemos isso, mas tudo indica que sim. Flash Reverso afasta todo mundo da vida de Barry, o que faria muito sentido depois que vocês lerem o próximo parágrafo.
No começo do episódio, quando a mãe de Barry é assassinada, crime pelo qual seu pai é incriminado. Se observarmos bem na cena, existem borrões de duas cores circundando a mãe do garoto, um vermelho e um amarelo. O primeiro seria Flash e o segundo o Flash Reverso, envolvido diretamente no crime. A série investirá sem dúvida na questão do tempo e de como isso influencia nos principais atos dos personagens. Seria bem legal descobrir que o próprio Barry influenciou em um fato que mudou sua vida definitivamente.
O laboratório STAR é frequentemente citado em muitas das histórias da DC, sendo em Flash sua principal atuação com a criação dos chamados meta-humanos. Nele que trabalham Cisco e Dra. Snow, personagens que, na verdade, são alter-ego de vilões na mitologia do herói mais rápido da face da Terra. Cisco é Vibro, um meta-humano com capacidade de criar ondas de vibração destrutivas. Já Caitlin Snow é Nevasca, vilã que tem o poder de controlar o frio e o gelo. Esses vilões ainda não foram confirmados, mas devem ser trabalhados com o tempo.
Muitos fãs fizeram ressalvas quanto a esse easter egg, mas ele estava lá. Enquanto Barry e Wells caminhavam pelas instalações do STAR labs, uma jaula destruída aparece com as inscrições GRODD, que nada mais é que um gorila super inteligente e vilão das histórias de Flash. Isso pode ter sido só uma citação aos quadrinhos, mas muitos levantaram a dúvida se não seria apelativo um vilão desse tipo na tela da TV. Teremos que aguardar para ver.
Quem esteve no episódio foi também a citação ao universo do Lanterna Verde. Barry testa sua velocidade em uma pista de decolagem da Ferris Air, uma companhia de aviação dirigida por Carol Ferris, a Safira Estrela, onde Hal Jordan, o herói Lanterna Verde, trabalhava quando seu avião foi explodido e ganhou seu anel do poder.
“A unificação das Indústrias Wayne e Corporação Queen está completa”. Esta pode ser uma ligação com a série Gotham (que lançará na fall season da FOX) ou com o universo dos cinemas, ou uma possibilidade de futura aparição do Batman, ou absolutamente nada disso. O fato mais importante aqui é que Flash desapareceu. Será possível que Flash tenha voltado no tempo para caçar Zoom e tentar salvar sua mãe? Ia ser demais.
Acho que está bom, né? Ansiedade lá em cima, expectativas altas. Que venha Flash e todo o seu universo na TV – não deixe de comentar o que achou desse episódio piloto e qual a sua expectativa para a série!
