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Fear The Walking Dead – 1×02 So Close, Yet So Far

Por: em 2 de setembro de 2015

Fear The Walking Dead – 1×02 So Close, Yet So Far

Por: em

Se o Piloto de Fear The Walking Dead se preocupou mais em estabelecer seus personagens, não se importando muito com um ritmo So Close, Yet so Far foi bem diferente. Eu, particularmente fiquei bem tensa assistindo a esse episódio e gostaria de explicar o motivo. Sou muito fã de The Walking Dead e de todo universo construído em cima da obra de Robert Kirman, mas Fear tem algo que pode ser um trunfo muito poderoso para uma obra que vem no vácuo de um fenômeno da TV: A verossimilhança.

Este trunfo é mostrar o início do apocalipse não da forma que já vimos milhões de vezes em inúmeros filmes do gênero, mostrando seres sanguinários ceifando vidas, mas sim a reação de pessoas que muito bem poderiam ser eu, você, sua família ou conhecidos. Nessa segunda semana pelo menos eu achei que toda a dinâmica construída foi o suficiênte para querer ver mais desses personagens que me foram apresentados à tão pouco tempo, mas eu já considero pacas.

FTWD - So Close Yet so Far

Esmiuçando o episódio vemos que Madison e Travis já sacaram que o que está acontecendo não é algo que será facilmente contingenciado. Como os produtores executivos falavam nas entrevistas, em nenhum momento o desconhecimento deles me fez considerá-los burros. Até me surpreendeu  a perspicácia deles em conseguir ler a urgência de uma situação que está apenas começando – Acho que é a primeira vez que eu assisto uma série sabendo o cenário em que os personagens se encontrarão em um futuro próximo.

Nós tivemos três linhas narrativas nesse episódio: Curtis indo atrás da ex-mulher Liza e o filho Chris, Nick e a irmã Alicia em vigília em casa enquanto Maddie vai, corajosamente, atrás de medicamentos que aliviem a abstinência do jovem na enfermaria do colégio. Eu estou gostando de Kim Dickens em Fear. Ela personificou muito bem uma mulher que não se amedrontou em sair de casa mais uma vez, contrariando o que havia combinado com o marido.

Madison e Tobias

Essas escolas americanas são um banquete para quem quer construir um cenário tenso, ainda mais se estiverem vazias. Muitas portas, cantos e recursos para nos deixar segurando o fôlego a cada jogo de câmera. O encontro da professora com o aturdido Tobias foi algo construtivo para ambos os lados, acho que sem ele ali – certo de que tudo está perdido – a conselheira não teria a mesma reação ao se deparar com o diretor já morto-vivo. Foi interessante o fato de não ter sido mostrado o que matou Artie, ainda deixando em aberto a questão dos contágios iniciais – pois sabemos somente das mordidas e que eles acordam depois de mortos. Não há maior explicação e isso, como já dito milhares de vezes, não importa na história.

A atitude de Maddie em, assim que ver que não haveria outra alternativa, de matar Artie é algo que comprova o que eu disse de que Fear não está esperando a gente ficar com ódio da ignorância dos personagens. A primeira reação dela foi tentar ajudar o colega de trabalho, mas quando ficou claro que ele não estava mais lá, ela acertadamente (aleluia, gloria pai) sapecou o extintor nele até (graças aos deuses) entender que o segredo está na cabeça. Essa cena já mostrou que Madison tem um grande potencial para conseguir sobreviver ao que está por vir, ao não pestanejar em matar para proteger a si própria ou alguém.

Sobre o Tobias, fiquei com muita pena do dele, está na cara que ele vai se virar sozinho e que eventualmente se encontrará novamente com Madison – seja como humano ou já transformado como zumbi. Eu realmente nutro uma torcida aqui, afinal ele é o típico garoto que sempre sofreu bullying na escola e seria interessante vê-lo sobreviver, enquanto o restante vai perecendo ao seu redor. Um personagem que vai poderia ir contra as probabilidades.

O arco de Travis também foi bem construído. Primeira coisa foi já ver que as autoridades – representadas por aquele policial empilhando água no porta-malas – não estão no controle. Uma imagem que talvez represente que é realmente cada um por si, mesmo que ainda não seja o entendimento oficial. Fico até curiosa de a brutalidade da força estatal e/ou corrupção serão aprofundadas em Fear, vide todos os acontecimentos do episódio e pela figura da autoridade ser inexistente em TWD. Toda revolta e protesto na circunstância da morte de um morador de rua foi respondida com muita tensão e truculência. A incredulidade de Liza para o perigo cantado pelo ex-marido acabou no momento em que ela viu homens com aquelas roupas estranhas de minion que se usa quando as coisas estão pretas.

A partir daí foi um corre-corre, um quebra-quebra e Liza, Travis e Chris se viram encurralados. Eles encontraram um abrigo em uma barbearia – a evidente contragosto do dono. Somos apresentados a novos personagens – a família Salazar – que também poder vir a ser essenciais à sobrevivência dos protagonistas nesse momento. Foi bem inquietante vê-los presos naquele pequeno espaço enquanto o mundo estava se entregando ao caos no lado de fora. Aposto que será uma verdadeira operação de guerra a saída deles daquele estabelecimento, visto que muito provavelmente depois de todo conflito ocorrido, certamente teremos um aumento de walkers na região.

Liza, Travis e Chris

Quando finalmente Travis consegue se comunicar com uma Madison aturdida, foi uma mistura de preocupação e alivio que ambos demonstraram um com o outro. Ele momentaneamente preso e Maddie lidando com fato de ter sangue em suas mãos agora. O que seu marido vai pensar quando souber do que ela foi capaz? E ela realmente será capaz de muito mais para sobreviver, a sequencia final deixou isso bem claro.

Madison já sabia que a família vizinha estava em perigo, pelo fato de ter visto o homem doente – e não os avisou, mesmo com Nick tendo falado para ela fazer isso. E quando, finalmente aconteceu o que todos já sabíamos, a conselheira foi fria o suficiente de se fechar em sua casa ao som dos gritos que ecoavam da casa da frente.

So Close, Yet so Far foi uma hora de qualidade de frente da tv, fato. Com apenas 4 episódios para o final da 1ª temporada, acredito que o ritmo e a tensão da história não vão fazer outra coisa senão aumentar. Eu estou bem animada para acompanhar o desenrolar dessa história, e vocês?

Fique com a promo de The Dog, que vai ao ar dia 13 de setembro:

E aí? O que vocês estão achando de Fear até agora? Cumprindo expectativas? Fique a vontade para comentar e complentar a resenha.

Observações:

– O casting de Fear para o núcleo principal, até agora, me deixou satisfeita. Mas tanto no Piloto, quanto no 2º episódio, o destaque está sendo de Frank Dillane. Aliás, você sabiam que ele é filho de Stephen Dillane (O Stannis de Game of Thrones) e interpretou o Voldemort criança em Harry Potter e o Enigma do Príncipe.

– Dúvidas de que o vício e a abstinência de Nick vai ser algo que vai atrapalhar mortalmente em algum momento?

– Uma coisa que me chamou atenção. Em 5 anos de The Walking Dead não lembro de ninguém designando os Walkers como zumbis. Agora estamos em uma Los Angeles e com uma história que gosta de trabalhar a verossimilhança, será o benedito que ninguém vá dizer essa palavra? Facilitaria muito para descrever e explicar o que está se passando, ainda mais no começo de tudo.

– Vocês também estranharam Madison e Tobias saindo de mãos vazias do colégio? Com toda aquela fatura…

– Será que os próximo(s) episódio(s) será/ão dedicados à corrida para reunião de Madison e Travis? Gostaria que não perdessem muito tempo com isso não…mas não sei, é bem capaz.

– Ainda bem que Nick teve aquele colapso, isso foi o que provavelmente manteve a sua irmã viva. Fiquei na dúvida até se ele tinha forçado de alguma forma, mas acho que não.

– Matt e Alicia vão se reencontrar (no sentido trágico)?


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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