E depois de dez meses, dois trailers e quatro vazamentos, a HBO exibiu, no último domingo, a aguardada estreia da quinta temporada de Game of Thrones. Depois do eletrizante The Children, The Wars to Come foi um típico episódio com a cara e o ritmo dos fins de temporada da série.
As decisões do passado regem a maioria dos acontecimentos em Westeros, mas essa premiére teve um pé bem firme no futuro. E para representar isso, nada mais simbólico que começar a temporada com as previsões de uma vidente sobre o futuro trágico da teen-Cersei. Foi o primeiro flashback da série, e pode carregar algumas pistas sobre o que ainda está por vir. Será Daenerys a rainha que a destronará? Sansa? Margaery?
A relação de Cersei e Jaime se mostra em um momento delicado, estremecida. Se antes eles tinham objetivos e posturas muito semelhantes, agora suas ideias se distanciam cada vez mais. Saber que seu irmão – a quem ela estava disposta a assumir como companheiro – a desobedeceu para libertar Tyrion foi um golpe mais duro que a própria morte do pai. Enquanto Jaime tenta alerta-la das conspirações que se formarão para enfraquecer a supremacia dos Lannister, ela se sente paralisada pelo ódio ao irmão caçula que não consegue matar e pela impotência diante de um futuro amargo que parece cada vez mais próximo. Aliás, se tem uma coisa em que Cersei e Tyrion concordam é justamente essa: o futuro é uma merda.
E por falar no anão, ele fez sua primeira parada em Pentos, acompanhado por Lord Varys, que, como sempre, já está dois passos à frente de quase todo mundo. Embora usem de métodos bem diferentes, Varys e Petyr têm um estilo muito parecido. Enquanto o Mindinho mantém sob suas asas Sansa Stark e Robin Arryn, o Spider tenta convencer Tyrion a unir forças a Daenerys em Meereen, já que considera a garota Targaryen uma candidata promissora ao Trono de Ferro e o filho renegado de Tywin um aliado valioso para alguém sem conexões e apoio político em Westeros.
O que Varys pode não saber, no entanto, é que Danny já enfrenta vários problemas em seu reinado e repete os mesmos erros de Robb e Joffrey, ao acreditar que ser uma rainha a isenta de articular manobras políticas. É justamente pela falta de apelo político que ela encontra resistências tão duras em Meereen e Yunkai. Os Filhos da Harpia são o primeiro grupo de oposição organizado contra a mãe dos dragões, e para evitar a matança de Imaculados e libertos, Daenerys vai precisar de muito mais sabedoria e menos maniqueísmo nas suas decisões.
Depois de ajudar a Patrulha da Noite a vencer os selvagens, Stannis pretende usar a força do “povo livre” para derrotar Roose Bolton e conquistar o Norte. O finaciamento do Banco de Ferro foi importante, mas não é o suficiente para torna-lo rei dos Sete Reinos. Ter o domínio e o apoio dos Nortenhos é fundamental para desafiar a coroa novamente. O próprio Robb foi uma grande preocupação em King’s Landing durante a última guerra, e só foi derrotado por causa da sua própria imaturidade (ou burrice mesmo).
Tanto para conseguir a adesão dos rebeldes quanto para conquistar o apoio do Norte, Jon Snow acaba se tornando uma peça-chave na estratégia de Stannis. Jon passou muito tempo do outro lado da Muralha, conquistou o respeito de Mance Ryder e como filho – ainda que bastardo – de Ned, carrega fácil a lealdade daqueles que lutaram pelas casas Stark e Tully. E se tem uma coisa que o povo do Norte preza, é a lealdade.
Apesar de tentar uma saída diplomática, Jon não conseguiu convencer Mance a apoiar Stannis. O fim do Rei-para-lá-da-muralha só conseguiu ser um pouco mais digno porque o próprio Jon acabou com seu sofrimento antes que ele fosse completamente consumido pelas chamas. Apesar da sua resistência pessoal, a execução de Mance pode ter um impacto muito grande em seus seguidores. Convenhamos, o medo de ir para a fogueira e a oportunidade de atravessar a muralha e ficar a salvo dos vagantes brancos parecem razões bastante consideráveis para que os selvagens se curvem ao Rei Baratheon.
E foi assim, em um piscar de olhos, que os cinquenta primeiros minutos da quinta temporada passaram. Quantas séries conseguem desenvolver tantas tramas complexas em um espaço de tempo tão curto e ainda assim fazer tudo parecer tão rápido? Game of Thrones está de volta, e agora, além do inverno, novas guerras estão por vir!
Algumas observações:
– Toda uma geração Lannister agora está marcada como regicida. Jaime por matar o Rei Louco, Cersei e (o agora convertido) Lancel por batizarem o vinho que matou Robert e Tyrion condenado por matar Joffrey.
– Momento torta de climão: abrir a porta encontrar o irmão mostrando seu mapa de Dorne pra um boy.
– O episódio já mostrou um certo burburinho sobre o futuro comando de Castle Black. E é bom Gilly torcer para que Sor Alliser não vença.
– Melisandre tem uma queda por bastardos. Depois de Gendry, já começou a lançar seus olhares para Jon.
– Que belo programa familiar de fim de noite fazer uma roda em volta da fogueira e observar um homem queimado, heim?
– Daenerys precisa de uma consultoria urgente com o Soluço para treinar Viserion e Rhaegal.
– O episódio foi muito bom, pra ser perfeito só faltou a Arya.
E você? Curtiu a premiére? Depois do primeiro episódio, quais são suas expectativas para a temporada? Comente com a gente e até a próxima semana!
