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Game of Thrones – 5×03 High Sparrow

Por: em 29 de abril de 2015

Game of Thrones – 5×03 High Sparrow

Por: em

O terceiro episódio da temporada veio com o mesmo ritmo dos anteriores e voltando as suas tramas pra questões bem interessantes, como religião e honra. Sim, todos nós adoramos guerras físicas, jogos políticos, dragões e viradas de tirar o fôlego, mas é exatamente quando pisa no freio e coloca o desenvolvimento de seus personagens no centro que Game of Thrones mais acerta.

Arya Stark

Vejamos Arya, por exemplo. A Quinta Temporada traz um game change total na história da menina Stark, que desde o segundo ano da série vive rodando Westeros e aprendendo a sobreviver na marra (pensando assim, nem dá mais pra chamar Arya de menina. Por mais que ainda tenha pouca idade, ela já é uma mulher). Agora que está fixa em Bravos e tem novamente a presença do enigmático Jaqen ao seu lado, as coisas parecem promissoras. É bem interessante o conceito apresentado de que Arya precisa se livrar de sua personalidade para poder se tornar um Homem Sem Rosto. O conflito que perpassa a cabeça da menina é compreensível: O que Arya busca, mais do que sobrevivência, é vingança. Ela repassa mentalmente uma lista de nomes. Ela não aceita o que os Lannister e companhia fizeram a sua família. Esse sentimento está dentro de lá – e se livrar de Arya Stark seria se livrar também disso. 

Exatamente por isso, é belíssima a forma como o roteiro encontra de mostrar que, mesmo abrindo mão de uma boa parte, Arya mantém sua personalidade. Ao hesitar em jogar sua espada ao mar e guardá-la nas rochas, Arya mantém guardada também um pouco da Stark. E podemos ter certeza que, quando chegar a hora, ela irá voltar a isso – voltar a si mesma, por assim dizer.

É um sentimento parecido que move Jon Snow, lá na Muralha. A negação do jovem ao que ele procurou por uma boa parte da vida (abandonar a bastardia, o Snow, e ser Jon Stark) diz muito sobre a pessoa que ele é. Mesmo negando a proposta de Stannis, Jon é um Stark. É o senso de honra que Ned lhe ensinou que faz com que ele opte por manter os juramentos que fez a Patrulha da Noite tempos atrás. É o compromisso que ele tem, mais com ele mesmo do que com seus irmãos a Patrulha. Se voltasse atrás agora, ainda mais sendo um Lorde Comandante, Jon não iria se perdoar nunca.

Contudo, será ele capaz de se perdoar por ter cortado a cabeça de Lorde Janos? Nós sabemos – e ele também – que, recém eleito Lorde Comandante, era preciso demonstrar autoridade ou ele jamais seria respeitado como tal. Teremos que esperar pra ver como Snow vai traçar seu caminho de agora em diante e se isso será ou não um fantasma a ser superado.

Sansa Stark

No Norte, Sansa passa por maus bocados. A ideia de casar com Rasmey parece absurda, mas Mindinho sabe exatamente que é disso que ele precisa e não irá poupar artimanhas para convencer a garota a aceitar o acordo. Desde que saiu das garras dos Lannister, Sansa tem evoluído bastante e tudo o que eu espero é que a personagem não entre em um ciclo de regressão e termine submetida as vontades de Mindinho – que é difícil até mesmo de dizer quais são. Se eu fosse Roose Bolton, manteria meus dois olhos abertos com Lorde Baelish. Me admira que até mesmo Cersei ainda “confie” nele – com muitas aspas colocadas aqui.

É difícil prever onde essa história vai dar. Ao mesmo em que Sansa não parece ser mais a garota frágil de outrora, também parece estranho ver um Ramsay tão submisso as vontades do pai depois de todo o horror que vimos o personagem infligir a Theon nas últimas duas temporadas. Tudo caminha muito bem (por mais que Sansa casada com ele não seja exatamente uma definição de “bem”) e quando as coisas se encaixam tanto em Game of Thrones, é sinal que algo dará errado.

Outro fator que pode influenciar diretamente aqui é Brienne e Pod, que continuam sua jornada mesmo após a negação de Sansa. Por mais que momentos como o que a mulher e seu escudeiro tiveram nesse episódio não venham a acrescentar de fato muita coisa a série, é legal ter um mergulho mais intimista na personalidade de Brienne e entender de onde vem essa armadura (não literal) que ela colocou em volta de si.

Cersei Lannister

Em Porto Real, uma guerra silenciosa parece prestes a se instaurar entre Margaery e Cersei. Entre tantas falsas promessas e ironias trocadas, é fato que as duas vão jogar com todas as suas armas para ver quem se sobressai no posto de Rainha dos Sete Reinos – e Tommen, muito mais facilmente manipulável do que Joffrey, parece presa fácil, tanto pra uma como pra outra. É fato que Cersei não aceita que o filho tenha se casado com Margaery, mas nada pode fazer diretamente, já que o apoio dos Tyrell continua sendo fundamental pra manutenção dos Lannister no poder.

Ao mesmo tempo, a Rainha-Mãe envolve-se diretamente em uma trama religiosa que, se bem desenvolvida, promete ser bastante interessante. A aliança com o Alto Pardal, líder do tal grupo que prega “purificação” e “humilhação pública” como formas de servir aos Sete, mostra que Cersei não possui limites e, de fato, tem algum grande interesse por trás dessa atitude. Teremos que esperar para ver onde isso vai dar – e especialmente como essa nova conjectura religiosa irá afetar Porto Real.

Sem tanto destaque assim, Tyrion deu as caras nos 10 minutos finais do episódio e se no lado de cá, Stannis sofre para conseguir aliados em sua pretensão ao Trono de Ferro, do outro lado do mar, Daenerys (que nem deu as caras aqui) consegue sem o menor esforço. Pelas ruas de Volantis, já se fala na “Salvadora”, na “Mãe dos Dragões” e na rainha que irá livrar a todos. Vimos até mesmo que, nos bordéis da cidade, a moça que faz mais sucesso é uma que usa um cosplay de Dany. São pequenos detalhes, mas que se analisados a fundo, podem ter grande significado adiante.

E agora, capturado por Sor Jorah, parece que o esperado encontro entre o anão e a mãe dos dragões pode estar mais perto do que imaginávamos.

 

Outras observações:

– Eu adoro o mundo que o Martin criou. A diversidade de cada região vai muito além do clima, mas está nos costumes, nas religiões… Fiquei pensando nisso porque, no mesmo episódio, ouvimos falar do Deus de muitas faces e dos Sete – que se juntam a outros como os Deuses Antigos, o Deus Afogado e o Deus Vermelho na grande cartela de religiões de Westeros.

– Theon tá meio sem rumo na temporada, né? Tomara que encontrem logo algo legal para o personagem.

– Esteticamente, Bravos tá cada dia mais linda!

– Divertidíssima a cena da primeira noite de núpcias de Tommen e Margaery

– A Laís não conseguiu comentar a série com vocês essa semana, por isso eu tô aqui, mas não se preocupem que na semana que vem ela tá de volta! 🙂

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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