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Gotham

Por: em 27 de setembro de 2014

Gotham

Por: em

Estreou no começo da semana uma das séries mais esperadas da fall season 2014/2015: Gotham. Prometendo contar as origens mais sombrias de Gotham antes de Bruce Wayne se tornar o poderoso Batman, a série acumulou sobre si, desde as primeiras promos, uma expectativa perigosa. O fato de alguns críticos a terem eleito como estreia mais promissora da temporada e do Netflix comprá-la antes mesmo de sua estreia só ajudaram a aumentar a ansiedade – que, vejam bem, em momento algum se restringiu aos fãs do homem-morcego ou os fãs de HQ.

Gotham-Gordon

A pergunta era: Poderia a série corresponder a essa expectativa? Sim. É difícil afirmar se o ritmo vai se manter, mas o leque de possibilidades que a história possui é imenso. Mesmo quem não conhece a fundo o universo do Batman, sabe que uma de suas maiores características são vilões humanos, cheios de características fortes e que geralmente se destacam dos demais de histórias de super heróis exatamente por esse aprofundamento maior que a história lhes concede. Ora, sendo assim, como não ficar animado com uma série que pretende contar a ORIGEM destes personagens? Impossível. E, devo acrescentar: Gotham faz isso muito bem neste primeiro episódio.

Pinguim, Charada, Coringa, Hera Venenosa, Mulher Gato, Espantalho, Duas Caras… A gente até se perde se for contar quantas figuras fortes estão presentes na história do homem-morcego. Esse piloto já tratou de nos apresentar – discretamente em alguns pontos, mais aprofundado em outros – a uma parte desses personagens. Um ponto positivo do roteiro é que ele teve a preocupação de produzir uma série tanto para os fãs quanto para os não-fãs do Batman, então algumas (e vejam bem, digo algumas, não todas) referências são explicadas no próprio texto, de uma forma sutil, que não soe forçada ou caricata.

Os personagens que não são conhecidos dos fãs (como a vilã Fish Mooney) também foram bem apresentados e o foco no querido Jim Gordon mostrou-se um acerto, muito graças ao carisma de Ben McKenzie (o seu, o meu, o nosso eterno Ryan Atwood), que conseguiu se desviar de vícios de atuação e apresentar um personagem sólido e condizente com a personalidade perturbada, confusa e sombria do Comissário Gordon que estamos acostumados a ver em qualquer adaptação da história do Batman.

A despeito de detalhes técnicos que falo mais abaixo, esse episódio de estreia teve dois grandes acertos:

Tratar Gotham - cidade- como um personagem

Esse era meu maior medo no que diz respeito ao seriado: Uma fuga à sua proposta. Todos sabemos como muitos programas costumam vender X e nos entregar Y e, no caso de Gotham, felizmente isso não aconteceu. Da primeira a última cena, podemos ver Gotham posicionada como um personagem na história. Cheia de mistérios, convidativa, perigosa. O convite pra conhecermos a cidade está ali. Tá na boca dos personagens, tá nas ações dos mesmos, tá na construção da trama.

O cuidado com a backstory

Gotham-Bruce

Primeiro, deixemos claro: Gotham não é e nem pretende ser uma adaptação do Batman. Seu objetivo, como eu mesmo já coloquei acima e como a série se vende, é mostrar a origem da cidade e de seus habitantes. Mas é claro que é impossível fazer isso sem trazer Bruce Wayne e sua história para o centro e, neste ponto, o piloto também não pecou. David Mazous segurou muito bem as pontas e mostrou um Wayne menino que em muito lembra o que a gente tá acostumado a ver em adaptações. O olhar forte e perdido, a voz rouca, a fragilidade disfarçada por uma capa de força e arrogância…

Tecnicamente, o piloto é (quase) impecável. Tem alguns problemas com o ritmo e a montagem na primeira parte, mas depois que engrena, a partir dos 15/17 minutos, engrena com louvor. A fotografia sombria e quase sufocante casa perfeitamente com o formato da série e com o seu clima – fato reforçado pela maioria dos personagens usar roupas escuras. A atemporalidade (carros antigos e celulares modernos, delegacia moderna, mas uniformes da década passada) também é outra característica extremamente bem vinda e pode nos permitir situar o seriado em qualquer tempo.

É claro, existem pontos a serem acertados, mas por agora, os acertos superam (e muito) os erros. A torcida é para que a série mantenha seu ritmo e faça jus ao título de série mais promissora da temporada.

Dedos cruzados? Solta o verbo aí nos comentários enquanto o 1×02 não vem.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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