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Jane, The Virgin

Por: em 17 de outubro de 2014

Jane, The Virgin

Por: em

A primeira vez que tive contato com a premissa de Jane, The Virgin soltei uma risada. Uma risada cheia de deboche e pouco caso. Internamente me perguntava quem em sã consciência acharia que a história de uma garota virgem, que fica grávida após uma inseminação artificial acidental, daria uma boa série. Hoje, após assistir aos primeiros quarenta minutos dessa história, começo a questionar minha sanidade. Mas vamos voltar ao início.

Jane Glorianna Villanueva (Gina Rodriguez) é uma moça de 23 anos, esforçada, objetiva e apaixonada por novelas mexicanas. Quando criança prometeu a sua avó (a sempre ótima Ivonne Coll) que se manteria virgem até o casamento e, apesar das investidas de seu namorado bonitão, tem cumprido sua promessa.

Jane The Virgin - Jane

De um modo geral, pode-se dizer que ela leva uma boa vida. Apesar de não conhecer o pai, mantém um bom relacionamento com a mãe e a avó, tem um namorado lindo e compreensivo – que aparentemente esconde algum segredo – e principalmente tem um plano que a impedirá de ter o mesmo futuro que a mãe, Xiomara (Andrea Navedo), que após engravidar aos 16 anos foi abandonada pelo namorado. No entanto, a vida de Jane muda drasticamente quando, durante o que seria um exame de rotina, é acidentalmente inseminada por sua ginecologista. Parece loucura, mas a história se complica ainda mais.

A ginecologista em questão é Luisa Alver (Yara Martinez), a irmã lésbica de Rafael Solano (Justin Baldoni), o  galã dessa história. Rafael , ou apenas Raf, é um milionário e ex-playboy conquistador, que coincidentemente é o dono do “material” implantado em Jane. Para tornar tudo mais insano, a criança que agora cresce na moça é a única oportunidade ricaço se tornar pai, já que o ele se tornou estéril após um câncer. Fechando o time há Petra (Yael GrobglasReign) a esposa interesseira, golpista e muito vadia de quem Rafael está louco para se divorciar. Provavelmente agora é você quem está soltando a risada de deboche, afinal isso é quase uma novela mexicana. Bom, esse é o ponto!

jane-the-virgin-piloto

Jane, The Virgin é a adaptação de uma novela venezuelana e não tem vergonha disso. Na verdade, acho que é esse clima novelão que dá charme a série. É impossível dizer quantos clichês, coincidências estapafúrdias e nomes latinos desfilam pela tela nesse piloto. A cada nova cena você se pega pensando: “fala sério, isso é coisa de novela!” Sim, é coisa de novela. De novela mexicana. Das boas. Daquelas cheias de dramalhão, romances impossíveis, situações absurdas e que não se levam muito a sério. Dignas de serem exibidas em uma tarde do SBT, em algum lugar entre Maria do Bairro e A Usurpadora.

Prova disso é Petra, ela é a personificação de vilã mexicana e você percebe isso no seu primeiro segundo em cena. Não há outra forma de descrever a personagem e tudo o que eu posso fazer é torcer para que o espirito da Paola Bracho tome conta da moça. Digam o que quiserem, mas não há nada mais divertido que uma vilã de novela mexicana. Já que o assunto são as telenovelas é preciso mencionar que a série conta com um verdadeiro galã desse gênero em seu elenco. Jaime Camil interpreta Rogelio De La Veja um… galã de novela mexicana. Existe algo mais lindo e metalinguístico que isso?

Jane The Virgin -Rafael e Petra

De um modo geral, o piloto não faz feio. Com uma narração em terceira pessoa, que consegue ser ao mesmo tempo brega e adorável, personagens carismáticos e um humor descompromissado, o episódio cumpre bem seu papel de introduzir a trama e despertar interesse. A história flui fácil, a trilha sonora – com direito a música em espanhol e tudo – é deliciosa e você termina o episódio com um sorrisinho no rosto.

Sim, Jane The Virgin está longe de ser uma série revolucionária ou incrivelmente inteligente e original. Sim, em menos de dez minutos você consegue prever tudo o que acontecerá na temporada inteira. Sim, não há nenhuma atuação digna de Emmy e definitivamente essa não é o tipo de série que você menciona quando quer impressionar alguém. Na verdade, é daquelas que você esconde até da própria mãe (Guilty Pleasure dos bons!). Talvez seja toda essa latinidade, mas há algo charmoso e adorável sobre a série que consegue despertar interesse e um sorriso involuntário. Se você gosta de novelas mexicanas, ou procura uma série leve, descompromissada e divertida, Jane The Virgin foi feita para você.


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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