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Orange is the New Black – 2×13 We Have Manners. We’re Polite

Por: em 31 de julho de 2014

Orange is the New Black – 2×13 We Have Manners. We’re Polite

Por: em

Chegamos ao fim da segunda temporada de Orange is the New Black. Se em seu primeiro ano a série já causou uma boa impressão ao público e à crítica, esta nova leva de episódios consolidou de vez a série como um dos melhores produtos audiovisuais da atualidade. Mesmo nos seus piores momentos, a temporada conseguiu manter um nível alto, e nos melhores momentos nos presenteou com episódios inesquecíveis, como é o caso de We Have Manners. We’re Polite.

Vee-Suzanne

Os episódios recentes de violência em Litchfield, culminando no ataque a Red, levaram uma dupla de investigadores à penitenciária. As principais suspeitas eram Vee e Suzanne, pelo histórico de rivalidade entre seus grupos. Que Vee era uma megera todo mundo já sabia, mas colocar a culpa em Crazy Eyes daquela forma atingiu um nível de crueldade que nem eu esperava, ainda mais porque voltamos a ver o quão inocente, vulnerável e desestabilizada é a verdadeira Suzanne.

Piper pode ter se mantido longe dos maiores conflitos, mas protagonizou de forma brilhante sua própria história e demonstrou em diversos momentos dessa season finale o quanto ela evoluiu. Chapman usou mais uma vez de sua habilidade de manipulação para se livrar da transferência e do castigo – que poderia ser bem pior que a solitária, como um aumento na pena – e ainda conseguiu que Caputo passasse para o seu lado para derrubar a Fig.

A (ex) diretora até que tentou usar do mesmo poder de manipulação… só que de um jeito um pouco menos argumentativo, e também menos eficiente, já que as provas já tinham sido entregues. Mas ela acertou em cheio ao dizer que o tal idealismo de Caputo seria engolido por aquele lugar. Mal assumiu a cadeira de Figeroa e Joe já conseguiu se mostrar pior que ela, ameaçando fazer mal a Daya para manter em segredo o fato de Bennett ser o verdadeiro pai do seu filho.

Doggett

Já quem mudou (e muito) para melhor foi Doggett. A caipira homofóbica insuportável da temporada passada parece outra pessoa, por dentro e por fora. Novos dentes, novo corte de cabelo, uma improbabilíssima amizade com a lésbica-mor da cadeia e até mesmo tendências feministas brotando na grande heroína dos ativistas pró-“vida”. E a sua breve conversa com Mr. Healy foi certamente um dos fatores que o fizeram voltar atrás para ajudar Suzanne.

E por falar em ajudar a Suzanne, não dá para não falar no quanto é bom ter a velha Taystee de volta. Como é bom ter de volta o seu humor ligeiro, as conversas entre Amanda e Mackenzie, a amizade com Poussey, que em nenhum momento desistiu dela. A mobilização das meninas para salvar Crazy Eyes foi linda de se ver. É verdade que elas fizeram as vezes de vilãs desta temporada, ganhando inclusive a antipatia de parte do público, mas todo esse arco mostrou que a série não é rasa, e que mesmo personagens cômicos e positivos podem ter um lado sombrio, como qualquer um de nós.

O episódio teve sim momentos bem dramáticos, como a Rosa descobrindo que iria morrer logo e a Suzanne chorando sozinha agarrada à caixinha de Uno depois de descobrir que foi traída pela Vee. Mas gente, como não morrer de rir com o guarda freirafóbico despejando todo o seu rancor sobre as senhorinhas e cantando aquelas músicas? Foram as cenas mais engraçadas da season finale – e ouso dizer que da série inteira.

Piper Soso

Voltando à Piper. Além da negociação com Caputo, a personagem teve três grandes cenas muito bem escritas e interpretadas pela protagonista: a visita de Alex, em que fica claro o quanto a relação das duas é cheia de dúvidas e de paixão, a visita de Larry e Polly, com seu desdobramento que acabou levando ao flagrante de Alex com a arma, e a conversa com Soso, que mais uma vez serviu como um espelho da Piper do passado e evidenciou as mudanças na personagem.

E como não amar Morello libertando Rosa na última hora? Caputo achou que tudo seria fácil com a saída da Fig, mas recebeu bomba atrás de bomba no seu primeiro dia. Um protesto de freiras, a confissão do Bennett, a fuga de duas detentas… será que ele vai mesmo assumir a diretoria? É bem possível que não.

Yvone Parker (aquela mulher muito rude) teve o destino que merecia, mas encerrou sua curta e avassaladora participação na série merecendo todos os elogios possíveis. Obviamente não pelo caráter, mas por conseguir ser uma vilã pesadíssima, completamente má e não chegar nem perto de ser caricata. Fará falta. Mas já vai tarde!

rosa-morello

We Have Manners. We’re Polite foi um episódio muito especial. Não só pelo formato narrativo diferente, sem flashbacks, mas porque toda a segunda temporada foi construída em cima dos conflitos, das cisões, enquanto ele foi inteiramente costurado pelas alianças. Todos se uniram e se ajudaram de alguma forma para tentar fazer as coisas funcionarem. As freiras apoiando sister Ingalls – que apoiou Red – que foi apoiada pelas mandingas de Norma e Gloria. As negras apoiando Suzanne, Morello ajudando Rosa, Polly colaborando com Piper. Esse clima de união entre as garotas depois de tantas brigas foi um belo final feliz.

É sempre ruim se despedir da série, ainda mais por saber que só em meados de 2015 veremos mais das nossas queridas criminosas, mas a sensação de dever cumprido e bem-estar que fica depois dessa season finale ajuda muito a ter certeza de que a espera vale a pena. E vocês gostaram do episódio e da temporada de forma geral? Deixe seu comentário com as suas impressões, e até a próxima!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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