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Painel de Sense8 na Comic-Con 2015

Por: em 11 de julho de 2015

Painel de Sense8 na Comic-Con 2015

Por: em

Quem estava ansioso pelo Painel de Sense8 na esperança de saber alguma coisa sobre a renovação da série, infelizmente pode tirar o cavalinho da chuva. Pra começo de conversa é bom deixar claro que esse foi um painel extra-oficial por um simples motivo: a Netflix não participa da Comic-Con. Porque? Não há nenhuma informação oficial a respeito, mas só resta à nós, fãs das suas séries, torcermos para que essa situação se reverta em 2016.

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E, por se tratar de um painel extra-oficial, ainda não foi dessa vez que pudemos nos deliciar com todo o elenco junto. Em compensação tivemos um dos responsáveis pela série: Michael Straczynski, que apareceu sem os irmãos Wachovsky a tira colo. O painel começou com Straczynski indo direto ao assunto e informando a platéia que infelizmente não, ainda não há nenhuma novidade sobre a renovação (ou não). A notícia deverá chegar em duas semanas, porque a Netflix ainda está avaliando o caso (e alguém duvida que o burburinho pós Comic-con deve contar?). Mas por hora o que sabemos é que Sense8 foi bem recebido internacionalmente e nos Estados Unidos, e isso já pode nos dar uma esperança um pouco maior.

Straczynski ressaltou a importância de um seriado que abraça a igualdade, retratando diferentes lugares, culturas e políticas, em uma história planetária, onde tudo se passa em diferentes lugares e ao mesmo tempo, mas onde o que realmente importa é a unicidade dessas histórias, o laço que nos une, nossa humanidade. Pra quem ainda não deu uma chance a série (pode largar esse texto no meio e correr pra ver os dois primeiros episódios!), ela é protagonizada por oito pessoas, que passam a compartilhar um a consciência do outro, podendo sentir tudo que o outro sente, além de ouvir e ver o que o outro vê. Claro, por trás disso existe toda uma teoria conspiratória e essa espécie de “mutação” é explicada no lado sci-fi de Sense8, mas também existe um outro lado muito maior, que foca na personalidade de cada um dos oito, explorando suas fraquezas e qualidades, sempre usando cada uma delas a favor do outro, como se todos juntos formassem um só organismo vivo, que se completa.

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O processo de produção da série também tomou boa parte do Painel, com Straczynski reforçando as dificuldades de se montar uma história em que a mesma cena acontece em duas ou três partes do mundo. Então os atores encenavam uma cena em um local, sob a ótica de um personagem. e, meses depois, tinham que refazer a mesma cena em outro lugar, sob a ótica de outro personagem. Por exemplo, a atriz Jamie Clayton, intérprete da Nomi, participou de praticamente todas as cenas dos primeiros episódios, que se passam na maior parte em São Francisco, e assim por diante. E pra quem ficou na dúvida se os episódios realmente se passam nos lugares em que os personagens estão, veio a confirmação: Sense8 passou pela Islândia, México, Inglaterra, Alemanha, Índia, Coréia do Sul  e Quênia, além do próprio Estados Unidos. E quando eles deixavam uma cidade, ou um país, não existia mais a possibilidade de se refilmar determinada cena, já que absolutamente tudo foi filmado em locações – nada em estúdio. Assim fica fácil entender porque a Netflix está sendo mais cautelosa do que costuma ser ao decidir se renova ou não a produção.

O público teve 30 minutos para perguntas, nos ajudando a matar algumas curiosidades sobre a série. Ainda sobre a produção, Straczynski ressaltou que toda a temporada foi estruturada e filmada como se fosse um filme de 12 horas (!!!) e que os primeiros 4 episódios constituem o primeiro ato, respectivamente com as legendas: “what the fuck” (“mas que merda”), “huh?”, “I think I see where you’re going with this” (“acho que entendo onde eles estão indo com isso”), e “now I get it” (“agora saquei”). Ele também falou um pouco sobre a trilha incidental de Sense8, que foi toda criada por Tom Tykwer (responsável pela trilha de Cloud Atlas) antes mesmo de uma única cena ser filmada.

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Sobre um assunto importante para todos que já terminaram a primeira temporada, se poderemos ver Will (Brian J. Smithacordado ou se ele terá que ser sedado o tempo todo, Straczynski deixou uma dica: devemos lembrar do primeiro episódio, quando Angelica (Daryl Hannahestá procurando por drogas. Quando Whispers (Terrence Mann) a encontra ele faz um comentário, algo como “então é assim que você está se escondendo”. Resta torcer pra que os outros sete descubram logo como resolver essa questão.

Em relação às críticas (que nem sempre foram positivas), Straczynski questionou a expectativa das pessoas em relação a cada gênero. Quando se ouve falar de uma ficção científica existem “regras” que normalmente são seguidas, e Sense8 não cumpriu nenhuma delas,  subvertendo o gênero e trazendo a tona personagens menos impessoais e mais reais, abraçando temas ainda polêmicos como o de pessoas transgêneras. Mais um motivo pra gente torcer pela renovação!

E a pergunta que não quer calar: se tudo der certo e a série for renovada, teremos novos sensate além dos oito originais? Straczynski foi direto e só disse “assista e confira!”. Pra terminar, ele pediu desculpas por ter colocado What’s going on? na cabeça de todo mundo (presente!).

E assim terminou o painel de Sense8,  sem muitas certezas e com muitas expectativas. Haverá uma segunda temporada? Porque a Netflix está nos torturando? Se você for assinante, não deixe de responder a pesquisa que eles enviaram para todos essa semana e deixe claro o seu amor por Sense8, quem sabe se agirmos todos juntos, como verdadeiros sensates, a resposta sobre a renovação não vem mais rápido?

Quer saber como foram outros painéis da Comic-Con? Nossa cobertura completa segue até amanhã!

sense84Podemos ver esse oito juntos na próxima Comic-Con?

 


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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