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Allen Gregory

Por: em 3 de novembro de 2011

Allen Gregory

Por: em

 

 

A FOX é uma emissora conhecida, entre outros, pelas suas animações. Os Simpsons estão aí para provar que mesmo após 23 temporadas, o humor pode continuar fazendo rir, sem cansar o telespectador. Atualmente com 4 animações de sucesso e uma ainda tentando embarcar, a emissora resolveu tentar a sorte com outra, que pecou em diversos sentidos.

Vejam bem, as outras comédias animadas da FOX centram em uma família disfuncional. O pai engraçado e nada correto (Homer, Peter, Stan, Cleveland e Bob); a mãe que aparenta ser a mais normal, mas tem seu lado cômico (Marge, Lois, Francine, Donna e Linda); filhos totalmente disfuncionais, ou que por serem os mais corretos sofrem nas mãos dos outros (Bart e Lisa; Chris, Meg e Stewie; Steve e Hayley; Cleveland Jr, Roberta e Rallo; e Tina, Gene e Louise); e os vizinhos e inquilinos que são animais antropomórficos ou seres de outros planetas (Brian, Roger, Klaus e Tim o Urso).

É uma fórmula que funciona. São famílias carismáticas. Por mais que os personagens tenham seus lados ruins, como o “perigoso” Stewie, quem não adora esse bebê? O estúpido Homer e seu filho Bart são exemplos clássicos em que o politicamente incorreto pode ser engraçado. Todas elas, Os Simpsons, Family Guy, American Dad!, The Cleveland Show e Bob’s Burgers têm esse homem como patriarca da família, que consegue ser extremamente simpático – Cleveland não é lá tão legal, mas ok. A esposa que dá suporte e os filhos que conseguem mostrar os mais diferentes cenários. Mas enfim, toda fórmula pode – e deve – ser questionada. Afinal, é para isso que a TV existe, tentar outras formas de fazer piada, drama, ação… Mas Allen Gregory, ao fugir dessa fórmula, não conseguiu prender o telespectador, pois nenhum daqueles personagens é simpático.

A animação criada por Jonah Hill, Andrew Mogel e Jarrad Paul não tem nenhum pouco do charme de Matt Groening ou Seth MacFarlane. Allen Gregory é uma criança de sete anos, super dotada e que precisa frequentar a escola após sua família sofrer uma crise financeira. Ok, mas Allen Gregory De Longpre é um personagem insuportável. Ele tem um pouco de Bart, um pouco de Stewie, e até a ingenuidade de Chris para certos assuntos, mas é um garoto chato, mimado, e nada engraçado. Seus pais são a mesma coisa. Richard é rico e mima Allen Gregory ao extremo. O pior não é a forma chata que ele trata seu marido Jeremy, simplesmente como um brinquedo sexual e, agora, financeiro, mas sim como ele é a versão animada do reitor Pelton de Community. Eu já havia lido os nomes dos dubladores antes de assistir ao episódio, mas precisei parar no meio para conferir se não era Jim Rash que dublava o personagem. Toda a personalidade, excentricidades e o aspecto físico são elementos iguais ao do personagem da comédia da NBC. Já Jeremy, o pai que Allen Gregory odeia, também não é engraçado, servindo apenas como voz da razão.

Talvez o mais divertido tenha ficado na escola que Allen Gregory precisa frequentar. Ri da cena com a diretora sessentona e os devaneios sexuais do garoto. Assim como adorei a irmã cambojana Julie, que é a única personagem central que me fez realmente gargalhar com seu jeito irônico e as amigas sem noção. Porém, a forma como trataram a adoção da garota e o modo como Richard trata a filha foram extremamente racistas e preconceituosas, o que acaba perdendo a graça quando levadas tão ao extremo.

Allen Gregory precisa encontrar um equilíbrio entre todas essas situações forçadas e sem graça, já que escolheu usar esses personagens como as fontes das piadas. Por agora, nada me prende a animação, pois nenhum personagem foi realmente bem trabalhado para lembrar ao telespectador porque a série deve ser assistida.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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