Não gosto muito de criar expectativas sobre nada, mas não teve jeito com Life Unexpected. Eu estava super ansiosa para ver o piloto e não me decepcionei em nada. Eu não queria que Cate e Nate tivessem dormido juntos na primeira oportunidade, mas foi bem fora dos padrões, né? Normalmente eles passariam a temporada flertando pra depois de muitos episódios rolar algo.
Achei bem estranho que uma garota branca, loira e de olhos azuis não tivesse sido adotada ainda bebê, mas conseguiram explicar isso de uma forma plausível. Lux nasceu com um problema no coração que só foi consertado quando ela tinha 3 anos. Como a maioria dos casais procuram bebês, ela nunca foi adotada e acabou no sistema de foster care, passando por sete famílias. A única coisa que eu não entendi é como que a Lux tem esse cabelo e esses olhos e os pais dela tem cabelos e olhos escuros. Mesmo não sendo grande entendedora das leis da genética, sei que isso é possível, mas acho que a menina devia ser mais obviamente parecida com os pais, né? Mas fora isso a semelhança de cores, achei os outros traços físicos bem parecidos.
A personagem mais madura da série é sem dúvida Lux. A menina nunca teve pais de verdade para lhe guiar, então teve que crescer rápido. Cate, a mãe biológia, é uma radialista com medo de compromisso e carrega até hoje o peso de ter tido engravidado durante o colegial. Mesmo nunca tendo pensado em criar a filha e entregado o bebê pra adoção, claramente ela nunca se recuperou do baque que isso teve na vida dela. Ao saber que nada ocorreu como planejado e que seu bebê nunca teve um lar de verdade, Cate percebe que tem que finalmente assumir a responsabilidade criar uma filha. Nate, o pai que nunca soube que teve uma filha, é o típico cara folgado que faz tudo errado tentando acertar e tem um coração gigante. Uma das minhas cenas favoritas do episódio foi quando ele e Lux estavam vendo o vídeo do leão Christian. É ali que cai a ficha de que ele é pai de verdade e onde ele escolhe ter Lux em sua vida.
Também gostei muito do fato da Lux não ser uma pessoa amargurada. Ela deve ter passado muitos maus bocados na vida e sabe aproveitar uma oportunidade. Ela conheceu seus pais verdadeiros e depois do momento inicial de choque, já que um deles nem sabia que ela existia, eles decidiram corrigir os erros do passado e dar uma família a Lux e ela os aceitou sem fazer drama, sem culpá-los por terem abandonado-a em um orfanato 16 anos atrás. Fiquei muito curiosa pra ver o desenrolar dessa trama, pra ver a relação dela e dos pais florescendo. Sinto que teremos muitos momentos emocionantes pela frente.
Só em não ter ninguém usando pouca roupa, intrigas mirabolantes, jovens ricos se embebedando e pais arruinando a vida dos filhos, a série já ganhou todos os pontos positivos comigo. Gostei do roteiro, cheio de momentos engraçadinhos e fofos e também da direção, que não deixou nenhum “buraco” em cena. Não sei os termos técnicos pra isso, mas sabe quando os atores ficam olhando pro nada durante alguns segundos que você sabia que deveriam ser cortados? Sabe tomadas desnecessárias dos lugares? Pois é, não vi isso. Além de tudo, a trilha sonora é maravilhosa!
Pelo ar meio indie da série, é difícil de acreditar que é da CW. Poderia ser facilmente confundida com uma série do início da década passada da WB, como Gilmore Girls, Dawson’s Creek, Everwood ou mesmo os primeiros anos de One Tree Hill. O quarteto central da trama, formado por Brittany Robertson (Swingtown), Shiri Appleby (Roswell), Kristoffer Polaha (North Shore) e Kerr Smith (Dawson’s Creek) não peca em nenhum momento. Atuações de primeira e um roteiro inteligente é uma coisa que eu não via há algum tempo na emissora. Life Unexpected é tv de qualidade e mal posso esperar pelo segundo episódio!
