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Person of Interest

Por: em 23 de setembro de 2011

Person of Interest

Por: em

 

Bad things happen to people every day. You can’t stop that

Pra quem não conhece, Person of Interest foi criado por Jonathan Nolan (Batman – O Cavaleiro das Trevas) e o onipresente J.J. Abrams (Lost), com a direção de David Semel (Heroes e No Ordinary Family). Conta a história de um ex-agente da CIA dado como morto que foi recrutado pelo misterioso Finch (ganhador do Emmy Michael Emerson) para lutar contra o crime de uma maneira diferente na cidade de Nova York.

A frase que inicia o post reflete bem a complexidade que envolve um mote como este que a série propõe: duas pessoas, sem o auxílio do governo, tentando impedir que crimes aconteçam.  Dez anos se passaram desde os atentados contra as torres gêmeas e a grande ansiedade dos americanos, e do mundo também, é conseguir prever um acontecimento como este a fim de impedi-lo. E veja bem, é prever o que vai acontecer, ou seja, é dado como certo que atentados como estes não são fatos isolados, da mesma forma que é certo que os homens não estão ficando mais misericordiosos, nem mais tolerantes; e sim mais violentos, egoístas, individualistas e insensíveis.

A grande questão na verdade é: saber um número de seguro social e que ele está relacionado a uma pessoa e a um crime é suficiente para se antecipar ao agressor e impedir o crime?

Finch desenvolveu uma máquina para o governo capaz de encontrar pessoas que serão vítimas de um crime ou responsável por um. Inicialmente era pra encontrar terroristas como aqueles por trás dos atentados de 11/09, mas a máquina registrava todo e qualquer delito, e Finch teve de ensiná-la à separar o que era relevante e o que não era.

Para o governo apenas uma lista é importante, portanto Finch agora trabalha com a outra lista, a dos “não relevantes” a fim de combater os crimes. Só que essa lista só dá um número, não diz quando, onde, o por quê e nem mesmo identifica se a pessoa será vítima ou o (a) criminoso (a). Apenas um número.

E é aí que entra John Reese. O ex-agente da CIA estava num hotel quando os atentados aconteceram junto da namorada, os flashback mostrados no piloto apenas mostram que daquele dia pra cá uma ruptura aconteceu – ele perdeu o emprego (ou saiu, não ficou claro) e a namorada morreu. E Finch lhe oferece um propósito – seu trabalho é ir atrás desses “números” e impedir o crime.

Devo confessar que tinha (e ainda tenho) algumas preocupações a respeito dos dois protagonistas. Os dois atores possuem uma bagagem que podem ajudar na mesma proporção que pode atrapalhar, essa era a principal ressalva que tinha antes de assistir este episódio. O alívio veio quando percebi, logo na cena do metrô, que Jim Caviezel foi a escolha perfeita para o papel. Se tem alguém que me convenceria como um agente com ódio do governo e com sede de justiça, este sem dúvida é ele.

Agora, talvez não possa dizer o mesmo de Michael Emerson. Lógico que ainda é cedo pra dizer, e eu espero que este personagem possa se tornar mais plausível ao longo da temporada, mas sabemos pouco a seu respeito e o que sabemos não satisfaz o que precisamos pra simpatizar com ele. Digamos que a pessoa que Michael estava tentando ser em cena e a que eu via eram bem diferentes. Um gênio que supostamente perdeu alguém e quer impedir mais crimes é aceitável, mas Michael Emerson não soube achar o tom, sua interpretação não passou verdade e não sei até que ponto Finch é uma pessoa confiável.

Reese não tem nada a perder e viver e morrer pra ele não faz diferença, isso ficou claro logo no início. Mas Finch nem tanto. A sensação que tenho é a de que essa sua justiça tem um preço. Ou talvez essa seja a leitura que fiz do personagem e quando conhecê-lo melhor mude de opinião.

 

Por fim, o grande mérito deste piloto foi ligar, como num emaranhado, as tramas. Como eu sempre digo, o bom piloto é aquele que apresenta a história e seus personagens, e Person of Interest fez com excelência.

A detetive da Homicídios Carter (indicada ao Oscar Taraji P. Henson) é aquela que vai causar alguns problemas para Reese,ao passo que Fusco (Kevin Chapman) será seu ajudador, mesmo que contra sua própria vontade, neste trabalho; e ambos foram colocados em cena cuidadosamente, de uma maneira até sutil. Ficou natural e o resultado foi um episódio instigante.

Vocês hão de concordar comigo que herói hoje tem uma conotação bem subjetiva, repare bem e você vai se deparar torcendo por um serial killer. O novo herói que nos é apresentado aqui pode ser o novo Jack Bauer, quem sabe. Mas será que já não estamos saturados de heróis assim? E será que J.J. Abrams ainda tem o que mostrar? Será que corremos o risco de viver a angústia (ou seria decepção?) que os fãs viveram com Lost?

Não sei, tudo o que sei é que este piloto não foi original, nem mesmo impactante, mas foi excitante e bem feito, de forma que este show tem tudo pra ser a grande série desta fall season.

Você pode conferir as reviews de Person of Interest semanalmente aqui no Apaixonados por Séries. Por enquanto, o espaço abaixo é seu para dizer o que achou deste episódio.

P.S: Não podia deixar de comentar isso: Sete anos atrás o piloto de Lost era exibido. Será uma coincidência? Um bom (ou mau)presságio?

 


Lara Lima

Colatina - ES

Série Favorita: Friday Night Lights

Não assiste de jeito nenhum: Friends

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