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Skins US

Por: em 18 de janeiro de 2011

Skins US

Por: em

No dia 25 de janeiro de 2007, o canal britânico E4 levava ao ar o primeiro episódio da polêmica Skins, que não tardou a ser classificada como polêmica, descolada, realista. Realista. Essa é a melhor palavra que define a Skins UK e que – talvez – possa vir a definir sua versão americana. Versão essa que, honestamente, eu ainda não entendi o motivo. Desde que a MTV anunciou que faria um remake da série, eu já fiquei com o pé atrás. Como fã incondicional da primeira geração (tanto que ainda não vi a 2ª), meu primeiro pensamento foi o de rejeitar totalmente a versão que a terra do Tio Sam produziria. Com o tempo, a ideia foi se transformando e enfim, cá estou. Não dá pra julgar muita coisa por esse episódio, já que ele foi praticamente idêntico ao piloto original. E não foi igual apenas na trama. Foi em tudo. Até mesmo os diálogos foram os mesmos. Porém, como os próprios produtores (que, aliás, são os mesmos da versão inglesa, Bryan Elsley e seu filho Jamie Brittan) já haviam dito que esse episódio seguiria assim e que a partir do próximo a história começa a tomar rumos diferentes, eu vou dar um voto de confiança e ficar pra ver o que vem adiante.

E minha razão pra isso é uma: Os personagens. Sabe-se lá porque, eu criei empatia com eles. Não conseguia, a todo momento, deixar de comparar com o fabuloso elenco britânico, claro. Mas pelo menos na parte de criar um vínculo comigo, os representantes de Skins US não falharam. Com exceções, claro. Eu só tô tentando entender ainda é o porquê da troca de alguns nomes. Sid virou Stanley, Cassie virou Cadie, Jal virou Daisy, Effy virou Eura Anwar virou Abbud e Maxxie ganhou uma versão feminina chamada Tea. O elenco estava bem e conseguiu convencer. Assim como em Skins UK, o elenco foi todo formado por rostos poucos conhecidos. As características psicológicas dos personagens também foram mantidas.

Temos Tony como – aparentemente – o manda chuva do grupo de amigos. Egocêntrico até o último fio de cabelo, mas que demonstra se importar de verdade com Stanley, seu melhor amigo. Esse é tímido e avoado, pra não dizer completamente aéreo. A boa química que Tony possuía com Sid foi trazida pra cá pelos atores James Newman como o primeiro e Daniel Flaherty como o agora Stan. A relação dos dois é, como o piloto bem mostrou, de amigos íntimos. O mote desse episódio, por exemplo, é o desejo de Tony em ajudar Stan. A longo prazo, a aparência que ficou é que os dois serão os vértices de um triângulo amoroso com Michelle (Rachel Thevernard), namorada de Tony.

Cadie (Britne Oldford) – a Cassie americana – é uma versão feminina de Stan, porém menos tímida. A relação dos dois, desenvolvida de maneira superficial aqui, promete ser levada a sério mais adiante. Os atores possuem uma química boa e eu acredito que, se tivermos boas histórias, pode se tornar uma dupla bastante interessante de se observar. Abbud (Ron Mustafaa) é indiano e ainda não mostrou a que veio, assim como Daisy (Camille Cresencia-Mills), a Jal da vez. Chris (Jesse Carere) talvez seja aquele que mais se aproximou do seu original e sua história com a professora também pode ser levada de forma diferente e criativa. Tea (Sophia Black D’Eiia) é a garota lésbica da turma, em substituição ao Maxxie do Skins UK. Ela é líder de torcida e mostrou-se uma personagem bem carismática e com um bom potencial de desenvolvimento na trama. Não sei até que ponto a MTV vai levar adiante a questão da homossexualidade, mas espero que seja de uma maneira satisfatória.

Meu maior medo e o motivo que mais me deixou (e ainda deixa) com pé atrás em relação a série é um: A ousadia. Skins UK é conhecida justamente por isso. Por não ter medo de nada. Por fazer aquilo que precisa fazer. Por não passar a mão na cabeça do telespectador e sim por dar tapas na cara. Mostrar – na carne – como é, em sua maioria, a realidade atual de jovens que estão terminando o Ensino Médio. Não tenho dúvidas de que a série da MTV vá levantar questões como homossexualidade, drogas, aceitação (e a falta da mesma), agressividade, vida intensa e muitos outros assuntos pertinentes ao tema proposto. Contudo, o som usado no lugar dos palavrões nesse episódio já ameniza as coisas de uma maneira que não condiz com a série. Se é pra mostrar tudo isso de uma maneira que se diferencie das outras séries teens, então que seja sem muita censura e com o peito aberto. Porque é nisso que tá o grande diferencial da série exibida lá nas terras da Rainha.

Enfim, o que eu tô querendo dizer é basicamente o seguinte: Skins US pode ser uma grande série? Pode. Só depende da coragem da produção de querer isso e fazer com que aconteça. Só basta ousar mais e se desenvolver, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da trama. Sim, Tony foi praticamente uma remontagem do piloto de mesmo nome da série britânica, mas tempo pra que Skins US possa desenvolver suas próprias tramas existe. Eu tô dando um voto de confiança aos roteiristas e a MTV.

Aqueles que não assistiram a versão britânica, certamente terão mais facilidade pra gostar dessa aqui. O dever de primeiro episódio foi cumprido: Personagens carismáticos foram apresentados e as possíveis tramas também. Só fica agora a critério do espectador. Acredito que muitos fãs da série do E4 não vão passar do piloto, justamente pela pouca ousadia que ele mostrou e do desenrolar idêntico. Mas a questão é que, por isso mesmo, ainda não dá pra julgar a série. Não dá pra dizer se Skins US é pior ou melhor que Skins UK. Por agora, é apenas igual – com menos ousadia. Eu vou conferir mais uns episódios e dar uma chance à série de me fisgar. 10 episódios já foram confirmados pra essa primeira temporada. Resta saber mesmo só se a série conseguirá manter o interesse do público até lá.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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