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Unforgettable

Por: em 21 de setembro de 2011

Unforgettable

Por: em

 

 

Quando eu li a sinopse das séries que estavam para iniciar e meus olhos bateram em Unforgettable, me remexi um pouco na cadeira. Uma história sobre uma ex-policial que tem uma memória perfeita, mas que não consegue se lembrar do assassinato da irmã, me pareceu bastante promissora e quando vi que seria produzida pela CBS, logo dei o meu voto de confiança. Afinal, o canal é craque em produzir dramas procedurals com temática policial e a longevidade de Criminal Minds e CSI está aí para provar isso, assim como a recente Hawaii Five-0, uma das melhores estréias da temporada passada – e olha que eu nem sou muito fã desse tipo de série.

Carrie Wells (retorno de Poppy Montgomery, de Without a Trace) é uma ex-detetive que sofre de hipertimesia ou síndrome da memória superior, uma condição raríssima, que a faz lembrar-se com detalhes de cada pessoa que conheceu, cada lugar pelo qual passou e cada situação que teve de enfrentar. O único momento do qual Carrie não consegue se lembrar é do assassinato de sua irmã, acontecido num bosque, quando elas ainda eram crianças. Carrie tem apenas flashs confusos e turbulentos do dia – o que é outra característica da hipertimesia. Após reencontrar um ex-namorado, Al (Dylan Walsh, Nip/Tuck), Carrie acaba ajudando como consultora em um crime e voltando ao ramo, recebendo de Al a promessa de que a ajudaria a resolver o assassinato de sua irmã, Rachel.

Pois bem; posto isso, há que se dizer que, dentro do que se espera de um piloto, Unforgettable não errou. A proposta da série de contrapor a memória super avançada de Carrie e as retalhadas lembranças do crime já soava interessante por si só, mas unida a outros elementos do piloto que também trouxeram essa dualidade de memória X esquecimento, ficou ainda melhor. A trilha sonora foi outro ponto bastante favorável, dosada e no tom correto. Na verdade, todo o episódio seguiu essa mesma linha: Um ritmo nem tão rápido que se tornasse desconfortável e nem tão lento que causasse sono e uma ótima união de todos os elementos.

Eu costumo dizer que o piloto de uma série procedural – porque fica claro que, mesmo que uma história central como o assassinato de Rachel seja desenvolvida, a série seguirá a linha de casos semanais – é ainda mais difícil de se fazer do que o de uma série que seguirá uma história retilínea semanalmente, já que é preciso apresentar os personagens e – talvez – uma trama central ao mesmo tempo em que um caso investigativo é desenvolvido, sem que um esteja em detrimento do outro. Unforgettable fez isso muito bem.

O roteiro soube construir bem as nuances da storyline central sem tornar o caso que eles investigavam chato. Muito pelo contrário. A investigação transcorreu num ritmo que dava a entender que já era nosso conhecido – e, de alguma forma, já parecia ser, mérito da ótima apresentação de personagens que o texto fez. Carrie e Al foram os destaques do episódio e conseguiram lidar bem com isso.

Poppy Montgomery e Dylan Walsh estavam ótimos e souberam extrair tudo o que era possível do material que tinham em mãos, dando aos seus personagens estilo e características próprias, além de funcionarem muito bem em cena. Só vimos um único flashback sobre o passado romântico dos dois, mas os diálogos trataram de retratar como tudo se desenrolou e eles acabaram ficando naquela situação, com uma história mal resolvida e que, certamente, terá que ser retomada, por uma necessidade que ambos possuem.

A costura que a edição fez dos flashbacks do assassinato de Rachel foi ótima, assim como os momentos em que Carrie buscava em sua memória detalhes de algum momento relacionado ao crime e chegava a alguma conclusão. Foi bem interessante o modo como esses momentos foram montados, mostrando Carrie em dois ângulos simultâneos.  Os editores de Ringer deviam pegar umas aulas de como se fazer essas cenas sem que soem constrangedoras.

Unforgettable certamente foi um acerto da CBS. Não sei como a audiência vai reagir, mas a série conseguiu fazer um piloto absolutamente correto em todos os sentidos e também conseguiu aquilo que, pra mim, é o mais importante em uma série: Criar uma empatia do público (ao menos a minha conseguiram) com os personagens e convidá-lo a mergulhar na trama. Mesmo eu, que não sou exatamente fã de procedurals, fui pego no laço e vou continuar a acompanhá-la semanalmente.

A produção executiva do show fica por conta de John Belluci e Ed Redlich, criadores da finada Without a Trace (Desaparecidos por aqui), que eu não cheguei a acompanhar religiosamente, mas assistia de vez em quando no SBT.  No elenco, também estão nomes como Michael Gaston (Rubicon, Terriers, 24) como Mike, Kevin Rankin (Big Love, Justified) como Roe e Daya Vaidya como Nina.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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