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Whitney

Por: em 16 de setembro de 2011

Whitney

Por: em

 

 

Divisora de opiniões, Whitney é amar ou odiar. Uma comédia sobre um homem e uma mulher que namoram há algum tempo mas não querem oficializar a relação pelo medo de casamento da personagem título. Original? Não, mas ok, afinal, o que é hoje em dia, não é mesmo? Engraçada? Também não.

Com essa premissa básica, Whitney nos apresenta a…Whitney e seu namorado Alex, um casal como qualquer outro, apesar de todas as excentricidades de suas personalidades. Whitney é desbocada, independente e não liga mesmo para o que os outros dizem. Morre de medo de casamento e prefere ficar como está. Alex é mais pé no chão, e tende a corrigir a namorada de suas peripécias (nada engraçadas). O roteiro é simplesmente isso. Nesse piloto vemos Whitney pensando que seu relacionamento está caindo na rotina e tenta inovar, para perceber que são felizes como estão agora. Podemos presumir que cada episódio montará uma situação que “desafie” a ideia de relacionamento normal de Whitney e Alex, e com a ajuda de seus amigos, eles aprendam certas lições.

Ok, uma comédia de relacionamentos. Nada mal não é? Mas não vejo nenhum futuro para a série, porque ela simplesmente não é engraçada. Whitney não pode nem fazer como Cougar Town: perceber que seu elenco secundário é bom e transformá-lo em uma comédia sobre amigos. Mudar o formato não poderia acontecer, porque a maioria dos personagens são forçados e as situações clichês. “Ah, mas Caio, uma sitcom tradicional, com platéia e laugh track é assim mesmo”. E é, elas são feitas para explorar a comicidade e situações bizarras, que em um mundo normal, nem sempre aconteceriam. Ok, mas Whitney é um exagero dela mesma, pelos seus personagens não carismáticos e situações não engraçadas.

Os que conhecem o trabalho da atriz Whitney Cummings – criadora, produtora executiva, roteirista e estrela da série – dizem que ela é excelente no palco, para apresentações stand-up e improvisos, mas que tudo isso foi por água abaixo na frente das telas. Faz sentido, pois uma das raras vezes que sorri no piloto de Whitney foi em uma cena que deu para perceber que Cummings e o ator Chris D’Elia queriam rir. Eles estavam sendo sinceros com a situação, e isso foi divertido. O comediante precisa saber o que está fazendo, e não tentar passar uma imagem forçada, ou caricata, mesmo em uma sitcom. Bons exemplos de estereótipos estão aí para comprovarem, como a louca Phoebe de Friends, ou o womanizer Barney de How I Met Your Mother. Eles sabem que representam um tipo específico de personagem, e interpretam aquilo com convicção. Até mesmo quando fogem da área pré-estabelecida e mostram um lado diferente do personagem, eles convencem, porque sabem o que estão fazendo. Cummings não conseguiu isso, muito menos o elenco secundário.

Entre os amigos estão o casal Lily e Neal; a divorciada Roxanne; e o policial Mark. Neal e Roxanne são personagens até divertidos. Maulik Pancholy conseguiu passar a ideia de um homem que faz tudo o que a mulher quer, sem parecer 100% exagerado. Já Rhea Seehorn como a desbocada e desinteressada Roxanne se saiu muito bem. Ela também parece over the top, mas conheço pessoas iguais a ela após saírem de relacionamentos. Tudo bem, algumas situações e diálogos são improváveis, mas Seehorn fez exatamente o que seu papel pedia: ela parecia estar totalmente desinteressada. Chegou a dar a impressão de que a atriz não queria estar ali. Já Mark (Dan O’Brien) é um personagem estilo Barney, que citei acima, mas bastante infeliz na tentativa. Não é engraçado, e soou rude a maior parte do tempo. Já Lily (Zoe Lister Jones) é…bom, bem caricata.

Eu paro por aqui, mas essa é minha opinião baseada apenas no piloto da série – que estreia oficialmente dia 22 de setembro – o que não significa que a série não pode melhorar. Comédias demoram até acertar o ritmo, mas Whitney certamente começou com o pé esquerdo.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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