Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

24 horas – 8×23 e 8×24 – 2:00pm – 4:00pm (Series finale)

Por: em 25 de maio de 2010

24 horas – 8×23 e 8×24 – 2:00pm – 4:00pm (Series finale)

Por: em

Jack chegou ao fundo da armação, chegou até as pessoas realmente responsáveis por este ataque, por este dia terrível na vida do Jack. Hoje a gente não escuta mais aquele “Meu nome é Jack Bauer, sou um agente federal e este é o mais longo dia da minha vida” mas se ele disse isso, quais destes dias seria o pior? Eu me arrisco a dizer que é este, apesar da gente achar que o último é sempre o pior, mas se avaliarmos bem, nos outros dias o Jack estava na mesma direção que a CTU e o governo, e nesse, ele não teve nenhum apoio e mergulho sozinho num dos seus piores dias, no mais escuro do seu ser, e o que ele fez não foi nada bom.

Como eu já escrevi em alguns comentários, Jack já perdeu muita gente importante em sua vida cumprindo o seu dever, como um dano colateral. Mas ele sempre esteve no caminho certo para a verdade e justiça. Nesta temporada ele se viu traído, sem apoio das pessoas que ele julga serem as responsáveis por manter este estado de justiça no país (e no mundo), e vai fazer de tudo para que justiça seja feita. Como dizem os Jack Bauer Facts “se todos escutassem o Jack Bauer, a série se chamaria 12 horas”. Várias vezes o escutamos pedindo para as pessoas confiarem nele, e só quem realmente confia nele é a Chloe e Cole. Este por ter seu senso de justiça no lugar, a Chloe por amar o Jack.

Incrível como as pessoas no comando, dos mais altos departamento de estado, FBI, CTU, são capazes de seguir ordens sem hesitar.  Claro que estão ali por causa disso, mas também devem ter uma massa cinzenta crítica para quando a verdade é jogada em sua cara, poder tirar uns segundos para avaliar a situação. Quem faz isso, acaba preso ou tendo que se esconder eternamente do governo americano.

Tive medo do que estava por vir quando comecei a assistir estas duas horas finais de 24 horas. Não é uma série que costuma ter finais felizes, e sendo realista, isso não acontece mesmo, talvez este seja o final mais feliz que tivemos nestes “8 dias”. E quem poderia pedir menos, depois das piores horas?

Para todos que chegaram até aqui, não foi fácil. Todos tiveram que lidar com situações complicadas e com decisões impossíveis de se fazer. Tanto do lado político, quanto do lado tático. Podemos ver o sofrimento nos olhos de cada um ao dar um ordem que preferia não dar. Alguns tiveram chance de fazer a coisa certa no momento certo, mas preferiram o caminho mais fácil. E nós aprendemos desde criança que o caminho fácil a maioria das vezes está errado.

A paz duradoura não pode ser apenas política, precisa nascer da confiança, honestidade, entendimento e sobretudo uma vontade de ambos os lados para avançar. Atualmente esta paz não existe, esta paz é uma farsa, e não posso permitir que aqueles que perderam suas vidas hoje sejam silenciados.

Hoje, mais do que uma série de ação, 24 horas se tornou um drama que fala sobre política, e sobre escolher entre o certo e o errado. A mentira sempre vem a tona, sempre terá alguém que estará cobrando a sua parte (ou o seu quinhão, se preferirem nestes termos). E quem, com toda a pressão do mundo nas costas conseguirá escolher o lado certo? Se escolher o errado, saberá aguentar as consequências? Isto tudo, estas 24 horas que passamos vendo o Jack ficar mais e mais tenebroso em busca da sua vingança, é sobre isso, sobre a moral e sobre a facilidade que o mal encontra para quebrar tudo pelo qual sempre defendemos.

Uma trajetória que confirma o exposto acima é a da presidente Taylor. Ela foi capaz de mandar prender a própria filha por pegar os seus atalhos, mas depois de muito tempo lutando por um nobre objetivo, visando a paz mundial, ela se rendeu aos caminhos fáceis oferecidos pelo ex presidente Logan. Mesmo os mais fortes, que tinham a sua disposição conselheiros e que sempre tiveram a ajuda do Jack Bauer falharam em algum momento. A Presidente Taylor era um símbolo para os americanos, para a nação que a verdade e justiça sempre devia vir antes do conforto e até da própria familia.

Graças ao Jack Bauer ela finalmente percebe que essa paz que ela estava conseguindo, ameaçando todos os lado para continuar no acordo, ficaria só no papel. Que acordo de paz é este feito a custas de muitas vidas de boas pessoas? Onde as mais nobres se recusam a permanecer? Não pode estar certo. Allison Taylor recobra a consciência, sua personalidade volta ao normal e decide encarar as consequências das suas péssimas decisões nas últimas horas. Era tudo que os fãs queriam para ela. O retorno ao normal e a excelente atuação da Cherry Jones, que fechou a série com chave de ouro.

Eu não poderia esperar outro final para o Presidente Logan diferente desse. Logan sempre foi um covarde que tenta de toda forma se aproveitar de qualquer chance que tenha para chegar ou manipular o poder. E para ele, nada é pior do que ser humilhado e exposto ao público. Até poderia ser humilhado se ele conseguisse manter sua influência no governo, de um ou outro lado. Mas como isso não iria acontecer, Logan prefere morrer do que ver o seu “futuro” destruído pelo Jack Bauer. Não acho que ele tenha medo de encarar as consequências dos seus atos, mas sim de encarar que ele não terá mais nenhuma carta na manga, nenhum poder e nenhum contato. Acho muito justo que o Jason Pillar tenha morrido pelas mãos de quem sempre apoiou, provando que se confiar em quem não tem nenhum moral a ser seguido, tem que temer pelo seu futuro.

Quando o próximo filme de 24 horas sair, não temos certeza de quem aparecerá nele. Me arrisco a dizer que as poucas possibilidades serão de Chloe e Kim, as pessoas mais próximas do Jack, que está fugindo do mundo. Chloe nem sempre seguiu protocolos, porque ela sim sempre acreditou no Jack, desde o início foi o seu braço direito. Ela ganhou destaque neste último episódio e não era para menos. Ela além do braço direito de Jack, dessa vez foi também a sua consciência, o que restava de inteiro em sua alma. Já Kim, quando aparece, é sinônimo de encrenca.

A verdade não veio a tona da forma como imaginei no início, nem pelas mãos da Chloe, que tentou de tudo para manter a promessa ao Jack, não foi pelas mãos dele, nem da repórter Meredith Reed. Me frustrou um pouco como tudo acabou, mas se analisarmos os fatos, a história de 24 horas, não poderia ser diferente. Mas se a presidente Taylor não tivesse colocado sua cabeça no lugar Chloe, continuaria lutando para divulgar a história, de uma forma outra, a menos que fosse mantida presa eternamente. A Amizade que os dois construíram apesar das coisas horríveis que já passaram, proporcionou o final emocionante que 24 horas teve. Chloe consegue livrar o Jack de mais uma morte terrível em suas costas e da sua própria morte.

No meio do último episódio nós podemos perceber como a política seguirá, como a Presidente Taylor irá desfazer tudo que fez de errado, mas ainda ficamos nos perguntando, “só faltam 10 minutos para acabar, e agora?”. E agora que eu esperava que alguns personagens antigos aparecessem, como o Aaron Pierce e o Morris O’Brian, sendo que este último está até creditado no IMDb. Chloe usa tudo o que tem para salvar o Jack, assim como a presidente, que por culpa de te-lo feito agir dessa maneira, oferece uma chance para que ele se salve e fuja do país. Não foi trágico como esperava, mas foi emocionante mesmo assim.

Sinto que falei só dos últimos 10 minutos. É tanta informação, e saber que este é o fim de uma série revolucionária não ajuda. Peço a todos que conseguiram ler o texto até aqui, entendam que escrevi rápido assim que acabei de ver os 2 episódios, tentei ser o mais coerente possível numa hora destas, e que falta muita coisa para ser comentada e vamos dar continuidade ao review nos comentários.

Nada mais justo do que terminar com a última fala da Chloe, do episódio, da série:

Finalize.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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