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American Horror Story – 1×04 Halloween (Part I)

Por: em 27 de outubro de 2011

American Horror Story – 1×04 Halloween (Part I)

Por: em

American Horror Story segue num crescente. Um piloto que deixou a desejar, seguido de dois episódios focados na carnificina para prender o telespectador e agora, a primeira parte do episódio temático do Halloween, que não teve muito sangue, mortes ou o que quer que seja, mas provou que a série pode se sustentar sem o banho de sangue e que o objetivo dela não é assustar, muito pelo contrário, é atormentar e fazer com que estejamos pensando a todo instantes “e de fosse comigo?”, afinal a tensão psicológica pode ser muito mais aterradora do que a física. Definitivamente você não estará assistindo algo como os thrillers do cinema, que querem te fazer saltar da cadeira a cada cena.

Neste episódio, vimos um capítulo mais recente da história da casa, o capítulo anterior à chegada dos Harmons, e fomos introduzidos a historia do casal Chad (Zachary Quinto) e Patrick, que se assemelha muito ao momento vivido por Vivien e Ben, como a crise que os afeta e os impede de vender o imóvel, as constantes brigas e desconfianças, enfim. Claro, tudo isso causado pela casa. Os dois “ressurgem” no presente por meio da corretora, para que ajudem os proprietários atuais a fazerem uma festa de dia das bruxas para atrair possíveis compradores.

O personagem mais frágil da família e, sem dúvida, Ben, que pode ser facilmente iludido, além de ser o que carrega maior peso na consciência. E as tentações carnais parecem sempre atingi-lo, achei que ele cederia as provocações de Patrick, mas ele parece estar  focado em manter suas promessas com a esposa, o que não vem sendo tarefa fácil. Vivien continua com sua insegurança e desconfiança. A atuação de Connie Britton continua me incomodando em alguns aspectos.  A atriz dá à personagem sempre os mesmo traços, a impressão que tenho é de que Vivien está sempre a ponto de explodir (e realmente está), mas aí temos surtos extremamente superficiais, como o deste episódio, em que parecia que ela estava gritando sem motivos. Já alguém que não há absolutamente nada do que reclamar é Moira, Frances Conroy (a eterna Ruth Fisher, de Six Feet Under) a complexidade da personagem é algo transcendental. A dor, o sofrimento, a angústia que um “fantasma” pode sofrer foram maximizados em Moira, e Frances conseguiu construir uma personalidade encantadora e profunda. A cada aparição em cena, é uma nova aula de atuação que muitos atores e atrizes precisariam ter. Venho torcendo para que tenhamos mais cenas com ela.

E como 31 de outubro é o dia em que os mortos andam livremente, Moira pôde deixar a mansão e visitar sua mãe, muito adoentada. E num momento digno de Emmy, uma cena de poucos minutos, Frances nos levou  a um nível totalmente diferente do que estamos acostumados, e se equiparou aos grandes dramas que já assisti e que estão estampados em minha memória. A cena, em que sua mãe a convida a seguir com ela, mas ela não pode, me deixou com o coração na mão. Outra que voltou foi Hayden, o affair de Ben que foi assassinada por Larry, que está mais psicótico do que nunca.

Uma das coisas que mais me instiga na produção, é a relação entre Constance e Addy, em alguns momentos a mãe parece querer a filha morta, em outros vemos um imenso carinho entre as duas.  E com o acidente que a garota sofreu, Constance mostrou-se ainda mais amorosa com a filha. Eu espero que Addy não tenha realmente morrido, e também não entendi muito bem o porquê de levá-la para o gramado junto com seus “amigos”. Sim, todos que lá foram enterrados voltam à vida, como já vimos, mas me pareceu algo mais complexo do que isto.

Os detalhes da história da casa vão sendo revelados aos poucos, e vimos mais uma parte da história dos moradores originais: Charles e Nora Montgomery. Fiquei com uma grande impressão de que Tate fez parte daquela história, ou como o filho assassinado do casal ou como o namorado de uma das pacientes, que matou o bebê. Pelo que deu pra perceber, Tate também não consegue deixar a mansão, e só pôde tomar um café com Ben por ser dia das bruxas. Nesse momento, vimos o psiquiatra sofrendo de sua própria psicologia e relembrando nostalgicamente dos tempos de felicidade de sua família, momentos esses que ele foi quem ajudou a destruir.

Agora resta-nos a duvida do paradeiro de Violet. Não acredito muito que tenha sido trabalho de Larry, creio mais no “homem de borracha”, que vem se tornando cada vez mais presente na vida da família. Mas quem em sã consciência deixa a filha sozinha num local que já se mostrou tão hostil? Esses Harmons definitivamente parece que não aprendem. E temos também o caso do bebê de Vivien, que parece ter um crescimento sobrenaturalmente acelerado. O que será que a enfermeira viu que a deixou tão transtornada? Teremos que esperar a segunda parte do Halloween Event e o desenrolar da série para termos essas respostas.

PS: o João Miguel volta na próxima semana a cobrir as reviews da série.


Tobias Romanzini

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Fringe e séries policiais

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