Breaking Bad nos abandona com esse episódio incrível. Um misto de ansiedade, nervosismo e alívio toma conta, desde que acabei de assistir ao episódio pela primeira vez. Até a mosca – maior símbolo da paranóia de Walter – esteve presente no episódio que encerra essa metade de temporada veiculada neste ano. Minha felicidade seria plena se 5 minutos de episódio vazassem a cada mês, até que a série volte oficialmente na summer season de 2013.
Em uma cena de fina ironia, Jesse e Walter conversam sobre o paradeiro de Mike e sobre o futuro de seus homens, enquanto o corpo dele está ali, no porta-malas do carro enquadrado pela câmera. Mike é história. Todd descartou seu carro e o corpo foi dissolvido pela mistura química de Walter. Por toda amizade e pelo quanto Jesse cresceu e melhorou apenas por Mike ter entrado em sua vida, ele merecia saber da verdade. É claro que Walter não contaria a ele, a menos que fosse obrigado por forças externas.
Lydia espera Walter bebendo sua água quente com limão e stevia. Logo ela, toda nervosa e sempre preocupada, acaba se revelando o melhor contato de distribuição que Walter poderia ter encontrado. Pedindo 30% dos lucros, menos ainda do que os 35% da concorrência, e dando a lista dos nomes que Walter tanto queria, Lydia garante sua vida e a continuação do negócio de Walter. E a famosa ricina volta, da mesa do bar para a tomada da casa de Walter.
Hank esnoba a oferta de um dos homens de Mike, achando que vai conseguir as informações com menor esforço e se arrepende amargamente.
Como o esperado, o tio de Todd é procurado quando Walter consegue os nomes dos homens de Mike que estão presos. A operação foi de fato rápido, silenciosa e cirúrgica. Os homens do tio de Todd garantiram o sono tranquilo de Walter, Jesse, Saul e mais um bando de gente. Em 2 minutos, 10 pessoas mortas (revendo a cena eu contei 11 mortes, talvez tenha entendido algo errado). E agora, sabendo dessa limpa de arquivo, seriam confiáveis todos os envolvidos nessa matança?
Todd e Walter fazem metanfetamina, vendem para os antigos concorrentes, contam dinheiro, entregam para Lydia, contam mais dinheiro, fazem mais metanfetamina, entregam o dinheiro ganho para Skyler lavar e o ciclo nunca termina. Essa linda sequência de cenas, com a música Crystal Blue Persuasion como trilha, finalizada pelas casas sendo cobertas pela lona da dedetização, quadra após quadra, mostra o quanto o tempo passou com tranquilidade e o quanto eles lucraram com o negócio.
É tempo dos filhos retornarem a casa dos White. Holly já caminha e Walter Jr. está cada vez mais frio com Skyler. Marie pressiona a irmã e finalmente faz algo útil pela série iniciando uma cadeia de eventos muito importante. Skyler pensa com cuidado sobre o que Marie disse e decide falar do assunto com Walter. Mostrando uma montanha de dinheiro, sem sequer saber o valor exato acumulado pelo casal, Skyler faz Walter perceber, finalmente, que eles já tem muito mais do que o suficiente. Chegou a hora de voltar a ter uma vida segura. Amei Skyler nesse momento.
Em um momento de desabafo, Hank confidencia a Walter sua saudade da época em que marcava árvores e, sem saber, chama o cunhado de monstro. Todos esses fatos levam Walter a parar de fabricar metanfetamina. Ao menos é isso que ele diz a Skyler.
Walter se depara com uma porta de armário amassada no banheiro do hospital, ao fazer um exame médico (Será que Walter já está doente outra vez?). Essa porta lembra de sua época com Jesse. E finalmente, depois de 5 temporadas, Walter tem um ato nobre e de consideração com Jesse pagando os 5 milhões que devia.
É claro que o rapaz fica com medo, e quem não teria? Todos aqueles que sabiam muito menos do que ele estão mortos. A conversa entre Jesse e Walter despertou muita saudade. Até a temporada passada Jesse buscava a aprovação e a amizade de Walter. Nessa temporada, em alguns momentos esse elo parecia estar se reestabelecendo, até que aconteceu a morte do menino da moto. Dessa vez, quem quer ter alguma aprovação e amizade do ex-sócio é Walter. Mais uma ironia que se acumula a pilha desse episódio ótimo. Pela dupla que foram, por tudo que passaram juntos, a nostalgia é inevitável.
Infelizmente (ou felizmente, já nem sei mais…), Walter não se prende aos outros detalhes que o incriminam. A cena em que ele sai do banho deixa claro seu desleixo com o livro de Walt Whitman, que certamente faria Hank se dar conta da ligação entre Gale e ele. Dessa forma, totalmente gratuita, pegando algo para ler no banheiro do cunhado, é que Hank se dá conta de sua proximidade com o tão procurado Heisenberg. Espero muito dos 8 episódios finais mas confesso que me dou por satisfeita se eles forem apenas de perseguição entre Hank e Walter.
Espero que tenham gostado das reviews e até ano que vêm!
