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Dexter 6×01 – Those Kinds of Things

Por: em 25 de setembro de 2011

Dexter 6×01 – Those Kinds of Things

Por: em

“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças.”

E começou o sexto ano de Dexter. Não oficialmente, já que o season premiere só vai mesmo ao ar no dia 2 de outubro, mas como já é praxe no que diz respeito ao nosso serial killer favorito, o episódio vazou. E eu confesso que foi com certo receio que eu peguei o mesmo.  Desde que começaram a anunciar que a nova temporada iria trazer um lado espiritual e religioso, meu sensor apitou de preocupação, mas depois de assistir Those Kinds of Things, eu fiquei tranqüilo. Meu maior medo era que, de alguma forma, isso prejudicasse a série, mas se os 11 episódios restantes seguirem a mesma linha desse, não tenho nada do que ter receio.

Não foi um episódio tão intenso como My Bad e nem poderia, já que o contexto dos finais de temporada eram totalmente opostos. Enquanto o começo da 5ª trazia em suas costas a responsabilidade de lidar com a chocante morte de Rita, esse aqui não tinha nenhuma situação do tipo pra resolver. Sua preocupação era única e exclusivamente começar a desenhar a nova trama – porque já estamos cansados de saber que Dexter não joga tudo de uma vez. Ela constrói, pedaço a pedaço, e nos apresenta gradualmente à história que seguiremos nos próximos meses. De certa forma, esse início funciona como um reboot, pois agora estamos diante de um Dexter que já superou a morte da Rita e está recomeçando sua vida com o filho.

First: Dexter não é um cara religioso. É claro que isso não é surpresa pra ninguém, mas foi divertido ver o roteiro nos lembrar isso logo no começo do episódio, na cena da escola. De certa forma, eu vi aquilo como um aviso dos roteiristas de “Fique tranquilo. Sabemos o que estamos fazendo.” Uma das grandes dificuldades que eu enxergo pra essa 6ª temporada é lidar com esse tema da sem descaracterizar o Dexter. Ficou um pouco claro ali pela última cena e os produtores já adiantaram que o personagem título se verá muito as voltas com o assunto. Tanto por um motivo paternal – e aqui eu digo que o fato do Dexter perceber que não quer passar o Dark Passenger dele pro Harrison mostra sim que personagem tem um lado humano e que isso está cada vez mais presente – quanto pelo, por assim dizer, vilão da temporada, que parece seguir uma mesma linha. Dexter + religião nunca foi algo que eu achei que funcionaria, mas tô começando a achar que vou me enganar redondamente. Pelo menos eu espero.

E Dexter não dá ponto sem nó. Quando ele começou a falar sobre festa de reencontro do ensino médio, minha orelha se levantou aqui. Afinal, isso não faz nem um pouco o estilo do Dex que a gente conheceu durante esses 5 anos. O mais próximo de qualquer sentimento do tipo que ele conseguiu chegar foi quando a Rita ainda era viva e nos momentos pós sua morte – porque com a Lila e a Lumen, eu acho que era mais uma questão de reconhecimento e gratidão do que qualquer outra coisa. Durante todo o episódio, eu fiquei com uma impressão de que o tal do Joe seria o serial killer da vez – talvez a intenção fosse realmente essa, pra depois nos pegar de surpresa – e cogitei até a possibilidade dele estar envolvido com o assassinato do fruteiro. No fim das contas, era só uma vítima comum do Dexter.

A relação do Dex com a Debra é certamente uma das mais bonitas que se tem notícia no campo fraternal dentro do universo dos seriados. E eu tinha muito medo de que o eventual divórcio do Michael C Hall e da Jennifer Carpenter viesse a atrapalhar algo. Ok, eu sei que os dois são bastante profissionais, e eu tentava dizer isso a mim mesmo toda vez que isso me vinha a cabeça, mas agora eu já posso respirar aliviado, porque os dois estavam maravilhosos como sempre.

Falando na Deb, toda aquela sequência final foi bastante tensa, mas não tanta quanto os minutos anteriores. Não sei vocês, mas eu podia JURAR que o Quinn iria conversar com ela sobre o Dexter. Uma desconfiança de que ele fosse o assassino do seu parceiro na temporada passada, coisa do tipo. Mas acho que vai ficar por isso mesmo. Dá pra ver que o Quinn realmente gosta da Debra e talvez ele queria protegê-la – ou talvez ele não queira acusar o cunhado sem provas ou simplesmente se recusa a acreditar na situação, já que não a viu com seus próprios olhos. É algo que teremos que esperar pra descobrir. Ou não.

Colin Hanks e Edward James Olmos não tiveram exatamente grandes participações nesse episódio, mas já foi o suficiente para que eu pudesse perceber que seus personagens prometem. Sou fã do primeiro dos filmes da vida e do segundo pelo trabalho impecável em Battlestar Galactica e fiquei bastante feliz quando soube que os dois seriam recorrentes nesse ano. A ideia de um serial killer que mata seguindo trechos bíblicos e inspirado por um mentor (que foi exatamente o que o episódio passou) soa sensacional e eu me remexi um bocado aqui na cadeira quando encontraram as tripas do cara e ele todo costurado, com cobras dentro do corpo. Tô botando MUITA fé nesses dois e acredito que não vou me decepcionar.

Mas, como nem tudo são flores, também tive meus problemas com o episódio. Por exemplo, podia viver muito bem sem todos os momentos do Angel com a irmã dele. Juro que não entendi aonde querem chegar com isso e se isso for uma trama constante da temporada, vai ser exatamente a hora em que eu vou começar a bocejar, roer as unhas, rabiscar o papel mais próximo ou fazer algo do tipo. O personagem já não é dos melhores e ainda o metem em uma trama sem sentido? Venhamos e convenhamos.

Também não entendi direito a LaGuerta fazendo uma chantagem suja pra subir de classe. A personagem é outra com a qual eu não me importo – pois é, eu tenho um sério problema com os coadjuvantes fixos de Dexter ­-, mas mesmo soou tudo solto demais – e por isso mesmo assim não funcionou pra mim. Bom, pelo menos o relacionamento dela com o Batista acabou. E isso é bom, já que esse foi um dos plots – no meio de vários outros motivos – que tornou, ao meu ver,a 5ª temporada a mais fraca da série.

De qualquer forma, foi um bom começo. Acredito que a trama tem tudo pra ganhar um fôlego, evoluir e me fazer surtar novamente com Dexter a ponto de prender a respiração e passar uma semana inteiro apreensivo pelo próximo episódio. Coisa que eu não sinto desde a 4ª temporada. Mas, vamos em frente. Tô com mente e coração aberto e realmente feliz de poder voltar a acompanhar a saga do serial killer mais famoso da TV.

PS.: Não sei se fui o único, mas dei boas risadas com o Masuka e seus estagiários.

PS. 2 : Só eu ou o Harrison realmente cresceu um bocado?

PS. 3 : Dexter dançando! Essa cena vai ficar na minha mente pra sempre…

PS. 4 : Como vocês devem ter notado, nova temporada, novo reviewer também. Eu assumo agora o posto que foi do Gui durante a 4ª e a 5ª temporada e espero conseguir fazer jus ao excelente trabalho que ele fazia aqui.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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