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Dexter – 7×02 Sunshine and Frosty Swirl

Por: em 8 de outubro de 2012

Dexter – 7×02 Sunshine and Frosty Swirl

Por: em

Depois da explosiva cena final de semana passada, minha maior dúvida não era o que a Deb faria, mas se Dexter conseguiria manter o nível. E não é que tivemos um segundo ato tão bom quanto o primeiro?! Claro, diferente em sua estrutura e ritmo, mas com um texto tão afiado quanto e dando largos passos em suas – agora múltiplas e finalmente interessantes – tramas.

Pra um primeiro passo, acredito que a Deb agiu do jeito esperado. Mesmo com o senso de justiça apurado que a gente sabe que ela tem, eu nunca esperei que ela entregasse o Dex, pelo menos não de cara. Provavelmente, descobrir que o seu irmão e porto seguro de uma vida inteira é um assassino em série turva qualquer pressuposto sobre lei, certo e errado. Tentar esquecer uma coisa dessas é impossível, então o único caminho que resta é o que a Debra escolheu: Lutar contra isso. É ousado, corajoso e arriscado (eu mesmo não sei se teria a coragem que ela teve), mas é aquela velha máxima: Você não desiste de algo – ou alguém – que ama tanto sem antes se esforçar pra fazer dar certo.

É claro que essa brincadeira de casinha não vai funcionar. Eu sei disso, você sabe disso, o Dex sabe disso e arrisco a dizer que até a Deb sabe disso. A situação do bife (será que a Deb pelo menos cogita a possibilidade de ter sido dopada?) é a prova disso. De nada vai adiantar que ela vigie o irmão 24 horas por dia, 7 dias por semana, ele vai dar seu jeito de escapar e não vai conseguir lidar com essa “abstinência” tão fácil assim. Tenho medo de que, depois dessa, a situação dele até piore, na verdade, se o desejo por sangue e morte for suprimido tempo demais.

E a relutância do próprio Dex com a situação mostra que não vai dar certo. Ele quer que funcione (e isso fica claro pela situação com o Louis), mas querer não é poder e a a força de vontade não vai fazê-lo parar de matar. Ele é um monstro, sedento por sangue, e é assim que vai ser. Por mais que se configure como um vício, como a Deb disse, e vícios podem ser controlados, o que o Harry fez, revertendo o problema do filho para um tipo de justiceiro às avessas é, provavelmente, o máximo que pode ser feito e deve ser uma questão de tempo pra que a Deb perceba isso.

O que ela vai fazer depois, é um mistério. Não acho, em hipótese nenhuma, que ela tenha coragem de entregar o Dexter. Tem gente que acha que ele vai matá-la. Também duvido. Acho que a temporada termina com o Dex sendo revelado e fugindo, mas não pela Deb e sim pela LaGuerta.

Essa história do BHB vai render pano pra manga. Não sei se a Deb vai ter alguma influência nisso agora que ela sabe que o Doakes é inocente, mas que a LaGuerta não vai descansar enquanto não provar a inocência dele, ela não vai. Eu nem sei dizer o quanto eu fico feliz de finalmente ver a personagem em uma trama decente. Deve ser a primeira vez que isso acontece desde a 3ª temporada, ou até mais se brincar. E a coragem que a Debra não tem pra entregar o Dex, a LaGuerta tem de sobra.   

O ponto mais “fraco”, por assim dizer, ainda é a história da stripper morta. Não sei se é porque tudo ao redor está mais interessante ou porque eu realmente não me importo com nada que envolva o Quinn, então eu acho que  a temporada podia passar bem sem essa. Claro que é só o 2º episódio e eu posso quebrar a cara no futuro, mas duvido muito que essa trama engrene e, em algum momento, deixe de ser plano de fundo.

O Louis continua intrigante e uma das minhas grandes apostas. Quando o cara surgiu temporada passada, ele me pareceu interessante, mas nunca como agora. O ódio que ele parece nutrir pelo Dex é desmotivado e desmedido e é isso que o torna um coringa. Não sei se ele pode se tornar um serial killer ou se ele vai manter sua fixação restrita ao Dexter, mas ver que ele não se intimidou nem um pouco com a pressão e decidiu continuar dentro de sua vida por mal é empolgante. O que ele vai fazer, eu não sei. Mas talvez aquele “carinho” com o Harrison tenha sido algum tipo de aviso.

O caso do assassino que procurava redenção serviu como um espelho de tudo que estava acontecendo com o Dex e, honestamente, eu fiquei preocupado com o suicídio. Acho que o Dex ainda tá longe de chegar a algo do tipo, mas ver o cara se jogando na frente de um carro não deve ter feito nada bem, além de ter derrubado por terra qualquer conceito que ele tinha de que, sim, poderia se curar e agir como uma pessoa “normal”.  Ele não pode. E pelo olhar na cena final, tanto ele como a Deb entenderam isso.

Mais um ponto pra série. E espero continuar me rasgando em elogios aqui pelos próximos 10 episódios também. Dedos cruzados! 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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