Sai Deb, entra Hannah.
Por mais que a gente tenha Isaak e a irmandade no olho do furacão, o foco principal do 7ª ano está nessas duas mulheres e na relação que ambas compartilham com o personagem título. Até Do the Wrong Thing, ainda não dava pra saber direito que caminho a Hannah e o Dexter iriam seguir. Mas com praticamente 80% dos 54 minutos de tela daqui dedicados aos dois (e que fique claro que em nenhum momento isso é uma crítica), já conseguimos entender melhor a personagem de Yvonne Strahovski e, por isso, fica mais fácil de tentar conjecturar os caminhos que a segunda metade da temporada vai tomar.
Parece que não há mais dúvidas de que Hannah também é uma assassina. E, como tal, adota seus próprios padrões. No começo, toda a história das mortes causadas por veneno me pareceu um pouco “óbvia” demais (e eu continuo sem entender porque ela resolveu colaborar com a polícia, se também tinha dedo sujo) e eu estava esperando por uma pegadinha que a inocentaria das acusações do Dex, mas com tantas provas e com a reação dela ao acordar amarrada à mesa dele, não dá pra negar que ela sabe muito bem com quem está lidando porque, no fundo, é igual a (ou ao menos parecida com) ele.
O jogo psicológico de gato e rato que os dois impuseram um ao outro durante quase todo o episódio foi incrível. O roteiro merece os méritos por conseguir trazer um texto dúbio, cheio de indiretas, provocações e sem cair descaradamente no lugar comum, o que aconteceria em muitos casos. O C Hall e a Strahovski souberam encontrar o tom exato para compor essa fase dos personagens e o resultado foi um show instigante em tela. Me chocou ver o Dexter colocando-a na mesa tão cedo e eu estava me perguntando se a série a descartaria agora no momento em que ele a desamarrou e os dois fizeram aquele sexo animal.
Lumen all and over again? Não acho. Talvez argumentem isso, mas é preciso colocar em perspectivas os dois estados de vida do Dexter. Como ele próprio disse a Deb (e talvez aqui já fosse mesmo uma tentativa do texto de mostrar que são situações distintas), o que ele viveu com a Lumen foi mais uma reação instintiva de proteção do que qualquer outra coisa. Ele tinha acabado de perder a Rita, ela tinha acabado de passar pelo trauma, um encontrou no outro aquilo que precisava. Com a Hannah, o reconhecimento é diferente. É como se um fosse o espelho do outro. Se for pra fazer uma comparação, talvez ela se pareça mais com a Lila lá dos tempos de 2ª temporada.
Outra diferença é que agora a Deb tá na cola dele e já tá começando a desconfiar de que a Hannah não é uma flor. A inserção do Mr. Price – Santiago Cabrera – foi um dos pontos que mais me instigou no episódio, não pela relação com a Deb, por ele estar investigando a McKay, por ele já ter sacado o que o Dex sacou dela ou nada do tipo, mas por um detalhe que quase me passou despercebido. Não sei se mais alguém notou, mas eu, inclusive, tirei um print do momento em questão:
Quando o Dex entra na casa do escritor e começa a fuçar suas coisas, ele abre uma gaveta cheia de pastas, aparentemente objetos de estudo do Price. O Dexter não notou (ele com certeza teria pego se tivesse percebido), mas uma das pastas dizia claramente “Bay Harbor Butcher.” Vejam abaixo:
O que isso pode significar? Isoladamente, nada. Mas quando a gente lembra que a LaGuerta está obstinada a provar que o Doakes não era o BHB e que ele ainda está ativo, muita coisa pode mudar. O Price, aparentemente, também investiga, tem fascínio ou qualquer informação do tipo sobre o caso. Ele já mostrou que é esperto, soube jogar com o Dexter e com a Deb que, inclusive, deixou escapar que o laudo do Dexter quanto aos novos corpos foi diferente do dele. É questão de pensar um pouco e somar 2 + 2. Sem contar o interesse que o Dex mostrou pela Hannah. Se o Price chegar a ver os dois juntos ou descobrir alguma coisa, sentar e conversar com a Laguerta, talvez as coisas comecem a ficar realmente feias pro Dex.
O que eu não me conformo nessa história? Ele ter deixado essa pasta passar batido. Entendo o nervosismo de poder ser pego, mas ainda assim…
A LaGuerta tá ligando tudo bem rápido, não é? Meu queixo foi ao chão quando ela citou o caso do Jordan Chase. Pra ela chegar no Trinity e na falsa identidade que o Dexter usou na época, é um pulo. Podem esperar. O que me surpreendeu também foi ela não perceber nem por um momento a instabilidade da Debra ao ouvir as novas descobertas. Fica estampado na cara dela o quanto ela está com medo de que a LaGuerta avance na investigação e chegue a grande verdade.
Pra não dizer que tudo são flores: Essa trama do Quinn corrupto foi chatinha, como tudo que envolve ele. De qualquer forma, não dá pra ignorá-la totalmente, pois graças a ele e sua incapacidade de escolher relacionamentos saudáveis, o Isaak deve estar solto logo logo para executar seu plano de vingança contra o Dex. Não seria nada mal que essa máfia despachasse o Joey pro outro lado antes do fim da temporada. Fica registrada a torcida.
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Outras observações:
– Será se o Price vai ter um fim tão trágico como 90% dos namorados da Deb?
– Batista e a crise de solidão: Passo.
