Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Doctor Who 6×04 – The Doctor’s Wife

Por: em 15 de maio de 2011

Doctor Who 6×04 – The Doctor’s Wife

Por: em

Cristal: Me orgulho em dizer que comecei o movimento pró Doctor Who aqui no Apaixonados por Séries. Até o segundo semestre do ano passado, e é vergonhoso admitir, não existia serquer um post sobre a série por aqui, nenhuma menção, nada. Até que um dia eu li esse texto do Leonardo pro Seriadores Anônimos e tudo mudou. Nas semanas que se seguiram a minha descoberta, me seguir no twitter (@cristalfb) se tornou algo insuportável. Não se passava um dia sequer sem que eu elogiasse a série e convocasse todos a conhecê-la também. O resultado foi excelente! Agora 1/3 da equipe do blog já está mais que familiarizada com o Doctor e alguns amigos também não resistiram e entraram na onda. Lhes indiquei o caminho inverso que segui e vi dar certo com tanta gente: assistir a quinta temporada e então voltar pro começo. Cinco temporadas, um chaveiro e uma camisa depois, é no mínimo curioso que eu comece a escrever reviews de Doctor Who falando sobre um episódio que eu não gostei. E do Neil Gaiman!

Camila: Já eu adorei! Acho que por ser fã do Gaiman eu consegui ver algo de mágico ali. Foi um episódio filler, como é a maioria dos episódios de Doctor Who. Eu vi a série numa ordem completamente louca, primeiro o episódio de natal, depois a 5ª temporada, depois a 4ª temporada, intercalada com alguns arcos da série clássica (disponíveis no Universo Who), depois fui pela ordem, 1ª, 2ª e 3ª temporada. Isso bagunçou ainda mais minha cabeça, porque além de tentar acompanhar as histórias que já são fora de ordem cronológica, a minha visão já estava mais fora de ordem ainda.  Só que essa confusão mental só pode ajudar a abrir a mente e entrar no mundo de Doctor Who, tempo é relativo, então, tudo bem. E vocês já viram Torchword? Em alguns episódios de Doctor Who nos quais o Capitão Jack aparece, eles conversam sobre essa fenda no espaço tempo. A primeira e a segunda temporada do spinoff, Torchwood, giram em torno de casos que envolvem esta fenda, com coisas que caem na Terra vindas dela, e coisas que são levadas da Terra para onde ninguém sabe. Gaimam aproveitar estas informações, colocar coisas mágicas, esquisitas, impossíveis e nos apresentar um pouco mais da TARDIS, pra mim já era suficiente pra ser um belo episódio. E quem, se não ela, esteve mais presente na vida do Doctor?

Cristal: Ok. Dizer que não gostei é algo muito forte. Mas sim, me decepcionou. E sinto que talvez tenha sido a única, porque todos da minha timeline gostaram muito desse The Doctor’s Wife. A última coisa que li (e vi) de Gaiman foi Coraline, então talvez o meu problema tenha sido esperar algo muito sombrio, de preferência com botões no lugar de olhos. Ao invés disso, fomos brindados com uma mulher falastrona no posto de TARDIS. E se teve algo de útil nessa história foi descartar uma das teorias mais loucas que rondam a internet: de que River Song seria a TARDIS. De qualquer forma, não gostei dessa escolha óbvia de vê-la retratada como uma mulher.

Camila: Eu achei que a TARDIS combinou muito bem com uma mulher, ela é caprichosa, tem uma alma feminina e realmente por diversas vezes o Doctor a chama de Girl. E sim, foi ótimo ver a teoria que River seria a TARDIS descartada, porém o Doctor confirmou que os senhores do tempo ao se regenerar podem mudar de sexo. Isso deixa mais forte algumas teorias (minhas inclusive) sobre quem seria a garotinha no final do episódio 6×02, Day of the Moon. Achei que Gaiman conseguiu passar muita delicadeza em muitas cenas e conversas engraçadas entre Idris e Doctor. Devo fazer menção aqui a atuação do Matt Smith, genial do inicio ao fim. E pra quem queria botões no lugar de olhos, ver o Tio e a Tia não bastou? Um patchwork humano?

Cristal: Bom, o que mais satisfez a minha ânsia por um episódio sombrio foram as cenas em que Amy e Rory corriam pelos corredores da TARDIS, talvez o meu momento favorito do episódio. Gosto muito da dinâmica entre os dois quando estão sozinhos, coisa que jamais tinha me acontecido com outra parceira do Doctor e seus respectivos companheiros/familiares. Odiava Jackie, mãe da Rose, assim como não morria de amores por Mickey, seu namorado, e a família de Martha também era intragável. Rory é o primeiro “agregado” a ter o meu carinho e eu não suporto essa mania recém adquirida de matá-lo em todo episódio. No 6×03, The Curse of the Black Spot, foi exatamente a mesma coisa, Rory quase morreu afogado. Dessa vez o vimos como uma caveira e testemunhamos mais uma vez Amy chorar a sua morte. Se um dia ele realmente morrer, ninguém vai acreditar. Algo bem tipo Pedro e o lobo, sabe?

Camila: Sim, o Rory está parecendo o comichão e coçadinha, morrendo em todo episódio, foi assim no 6×02, 6×03, nesse… isso só nessa temporada. Perguntaram para o Moffat se ele ia parar de matar o Rory, e ele respondeu: “Porque deveria?” Acho que ainda vamos vê-lo morrer mais vezes. E gosto da Amy e do Rory, já vi muita gente preferir a Rose, mas a Amy é minha companheira preferida do Doctor. E o casal correndo nos corredores da TARDIS não serviu só pra mostrar que lá existem corredores, mas também que a Amy de alguma forma se sente culpada por Rory ter esperado por ela por 2000 anos, porque o “House”  (ou o “Lar”) estava mexendo com a cabeça deles. Ele deve ter enxergado esta culpa dentro da Amy. Só achei ruim usarem o Ood dessa forma, como um carrasco. Eles são criaturas adoráveis! Assustadores, mas adoráveis!

Cristal: Também acho os Oods adoráveis, morro de vontade de vê-los tomando sopa! Desde que eles apareceram pela primeira vez, no episódio 2×8, The Impossible Planet, torço sempre pelo seu retorno. Mas, no frigir dos ovos, eles são mesmo um pouco inúteis e acabam sempre sendo usados por forças do mal… Mas, ainda assim, se alguém vai ser usado, que sejam os Oods! Pensando bem, o próprio lugar em que eles foram parar, o tal outro universo, também me lembrou o futuro em que conhecemos os Oods, há quatro temporadas atrás. Talvez seja uma raça chegada a um ferro velho.

Camila: Eles pertencem ao nosso universo,acho que caíram ali pela fenda que passa por Cardiff. É uma espécie pacífica, e como você disse, sempre usada para o mal, ou como escravos. E em cada episódio que aparecem são usados como escravos. Triste. The Doctor’s wife foi um episódio que teve muitos momentos triste, como Doctor se despedindo da Idris. Ou ver aquele tanto de pequenas caixinhas, com mensagens deixadas por Senhores do Tempo que morreram ali. Gaiman, pra mim, conseguiu que uma mesma coisa fosse divertida, como quando o Doctor “recebe uma carta”, a cara que ele faz é hilária, mas ao ver ali no armário, diversas caixinhas deixadas pra trás, é bem triste. Mas mesmo com momentos tristes, tiveram momento em que colocaram coisas para próximos episódios, como a fala da Idris, “A única água na floresta é o rio”.

Cristal: Sinto que vou sair dessa review convencida de que esse episódio foi melhor do que eu concluí a princípio. Me lembrei agora do momento que mais gostei entre Doctor e TARDIS/Idris, quando ela altera a versão do Doctor sobre ter roubado a máquina do tempo . Na verdade, ou pelo menos na sua verdade, foi ela quem “roubou” o Senhor do Tempo. Ela estava ali, largada naquele museu, e viu naquele jovem cheio de coragem a chance de conhecer o mundo… E desde então os dois nunca mais se largaram. Afinal, quem é maior companheira do Doctor… Sarah? Rose? Martha? Amy? Ou a TARDIS? Com certeza nenhuma companheira, do passado ou do futuro do Doctor, nem mesmo River Song, parece ser páreo para a cabine azul de polícia.

Semana que vem The Rebel Flesh dá início a mais um episódio duplo, e nós nos vemos por aqui sempre no domingo à noite.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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