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Drop Dead Diva – 4×03 Freak Show

Por: em 24 de junho de 2012

Drop Dead Diva – 4×03 Freak Show

Por: em

Eu sei que vocês me avisaram, mas eu não queria acreditar. Eu costumo ser uma pessoa mais realista do que otimista na vida, mas quando se trata de séries fofas como Drop Dead Diva, acabo sempre esperando o melhor de tudo. Eu realmente queria que a Nikki ficasse mais um tempo e provasse ser algo além de uma golpista, mas parece que a participação da personagem ficou por isso mesmo.

Quando o Grayson chegou com as más notícias, uma parte grande de mim queria negar tudo. Cheguei a pensar que tudo ia dar certo quando a Stacy disse que a Nikki tinha um mandado por um ex-namorado stalker, mas já era óbvio que aquilo era uma grande lorota. Pelo menos, no final tudo acabou bem financeiramente, a Jane vai apoiar o novo projeto da amiga e o novo corte de cabelo da Stacy ficou lindo mesmo. Outra coisa que não gostei nessa trama foi a canastrice da April Bowlby na cena em que a Stacy conta para a Jane o que aconteceu com a Nikki. Sei que ela não é uma atriz fenomenal, mas aquele choro estava falso demais.

Falando na Jane, logo no começo do episódio, pensei que finalmente teríamos algum número musical, que virou parte da série. Infelizmente isso ainda não aconteceu, mas mantenho as esperanças que ainda teremos um show da Jane como em todas as temporadas até agora.

No geral, gostei muito deste episódio e de como as coisas se desenvolveram (mesmo com a minha decepção com a Nikki). Dos casos, achei interessante tanto a da Rita como a da Olivia e a relação dela com a Jane do passado. Pode ser impressão minha, mas em umas 90% das vezes em que mencionam como a Jane era antes do acidente, a imagem é que ela era uma verdadeira bitch. Entendo que a série trabalhe muito com essas comparações e paralelos, mas não é possível que a Jane fosse o mal em pessoa – ou algo muito próximo disso.

Começando pela Olivia, tinha alguns pontos bem interessantes no caso dela, como o fato do marido estar traindo-a com um programa de computador (ou uma menina que conheceu ao acaso). Se a gente pensar, nesse mundo em que estamos o tempo todo conectados, traições podem acontecer sem a necessidade da proximidade física e é muito mais fácil de se envolver emocionalmente com outra pessoa mesmo que seja através de um computador.

E também é muito mais fácil fugir para uma pessoa mais idealizada do que real e ter uma relacionamento com o que você imagina que seja a pessoa. Como o próprio marido disse no tribunal, era divertido conversar com a Eve porque ela não o mandava colocar o lixo para fora. De certa forma, ter um relacionamento com alguém somente online é ter somente a parte boa dos namoros e casamentos, sem precisar se preocupar ou se importar com as coisas chatas que sempre acontecem.

Mas eu ri muito da conversa do Parker e da Kim com a Suzie, a mulher que serviu de modelo para a Eve. Essa inocência ignorante é uma graça em séries.

Ainda falando da Olivia, achei bem bestinha os motivos de ela ainda estar brava com a Jane. Não foi nada legal o que ela fez com o paquera dela do ensino médio e faculdade, mas já passou da hora do rancor ter passado. Ainda mais agora que o inimigo está namorando com o irmão dela e tantos anos passaram. O Owen não é nada bobo e duvido muito que ficaria com uma mulher que não fosse boa para ele. A sorte da Jane é poder falar que perdeu parte das memórias no acidente e todo mundo acreditar nisso sem ela precisar se explicar.

O caso da Rita foi extremamente divertido. Adoro quando as séries colocam essas pessoas tão sinceras, mas tão sinceras que não conseguem segurar a língua mesmo no local de trabalho. E acho especialmente divertido quando é relacionado aos direitos do consumidor. Achei uma tremenda idiotice a empresa colocar que o produto dela é “tão bom quanto a marca líder no mercado” e dizer que, pelo preço reduzido, o consumidor sabe que pode esperar algo inferior. Isso é propaganda enganosa! Eu me sinto muito ofendida quando alguma marca diz uma coisa e espera que a qualidade inferior esteja nas entrelinhas, porque se eu estou pagando barato por algo, necessariamente ele não será tão bom. Oras, se não consegue fazer algo tão bom, que mudem o slogan.

Eu adoraria que as lojas tivessem uma funcionária como a Rita, capaz de dizer com todas as letras que o produto é ruim. Já cansei de ficar ouvindo ladainha de funcionário interessado somente em vender alguma coisa e, mesmo quando você rebate dizendo que sabe de todas as críticas negativas e que você mesmo teve péssimas experiências com o produto em questão, diz que a loja não seria capaz de vender algo que não fosse ótimo. É nessas horas que eu dou um grande facepalm e saio do local, porque nem eu e nem o capitalismo nascemos ontem. Mas como nem sempre nós sabemos de tudo isso antes de comprar algo, alguém como a Rita por perto é essencial. Ajuda os consumidores a não serem enganados e os fabricantes serão obrigados a oferecerem produtos de qualidade. E, como no caso apresentado, é essa diferença na produção de algo que pode salvar ou acabar com a vida de alguém.

Do lado pessoal, fiquei com muita dó da Jane quando ela descobriu a “verdade” sobre a Rita. O discurso do Luke sobre como todo mundo se sente como um estranho por qualquer motivo foi bem bonito. Talvez essa seja a maior diferença dele para o Fred (além do dinheiro ilimitado, claro): o Luke é mais maduro e, como não fica tão perto da Jane, a visão dele como “alguém de fora” deve ser sempre benéfica.

P.S.: É muito interessante que os advogados de Drop Dead Diva tenham como clientes CEOs de empresas de aplicativos e relacionados, mostrando que estão de olho nas mudanças que estão acontecendo no mundo empresarial.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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