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Friday Night Lights – 5×09 Gut Check

Por: em 19 de janeiro de 2011

Friday Night Lights – 5×09 Gut Check

Por: em

Guilherme: Pra um episódio que tinha a expectativa gigante da volta do Matt, Gut Check conseguiu ir bem não só com o Saracen aparecendo de novo, mas na continuação da trama dos Lions enfiados num buraco — e agora começando a sair dele sem o ego do Vince pra distrair todo mundo no meio do campo. Até a história da Epyck que anda irritando TODO mundo dessa vez não soou tão ruim. Com tempo, dá pra personagem funcionar — o problema principal mesmo era focar nisso justamente na reta final da série. Eu gosto como FNL não força tanto nos sentimentalismos-de-última-temporada — e me agrada a ideia da série criar uma trama paralela que não tenha muito a ver com isso –, só que a gente já viu tantos momentos de superação com outros personagens, que o da Epyck agora, mesmo começando a funcionar, não deixa de parecer simplesmente redundante.

Caio: Não poderia concordar mais com a parte de Epyck. Foi interessante? Foi. Tami saiu agredida, mesmo que sem querer e pela primeira vez alguém do casal moldador de adolescentes não conseguiu triunfar. Claro que Tami ainda deve dar um jeito…mas faltam apenas quatro episódios (muito triste isso) para o fim da série e não há tempo para gastar com Epyck. E por falar em moldadores, tem alguém que deveria ser a melhor “criação” dos dois, mas não poderia ter saído mais errada. Julie Taylor me aborrece. É uma garota infantil, não aceita críticas e resolve sair para caminhar no meio de uma discussão séria. Claro, todos nós fugimos de nossos problemas de vez em quando, mas Julie está indo longe demais. Amo Matt e Julie…odeio ela sozinha. Zach Gilford voltou depois de um tempo e conseguiu ser aquele Matt que tanto fazia falta. Torço para que fiquem juntos e acho que deveria ser o final dos dois, pois Julie não é nada sem ele. É como ela disse, ele amadureceu, o resto do pessoal também, enquanto ela ficou parada no tempo.

Guilherme: Essa temporada inteira tá mostrando a Julie infantil pra caramba. Mas ela nunca deixa de ser uma personagem interessante, porque as pessoas ao redor dela são sempre fantásticas. E mesmo que ela não tome as melhores atitudes do mundo, ela é um ponto de apoio muito bom pra série em quase todos os momentos. Na premiere teve aquele momento com o Landry. Na primeira metade teve toda a confusão com o professor e a relação complicada com os pais quando voltou pra casa. E agora com Matt é hors-concours — o casal que os dois formam só fica atrás de Eric e Tami. Aquela cena rápida dos dois na cama já vale por todo o tempo que eles passaram separados, porque dá pra enxergar tudo sobre eles só pela troca de olhares, pelo jeito como o Zach Gilford consegue fazer com que o Matt seja tranquilo, mas sempre se importando muito mais do que parece… Pra mim eles são o casal que melhor representa FNL. Ele é o garoto de Dillon que tá ligado com toda a história de futebol, é o exemplo perfeito pros valores que o Coach acredita, e ainda carrega aquela vontade de conseguir algo a mais do que a cidade oferece — o que ele faz em Chicago. Já Julie é o contrário. A garota que não tem nada a ver com Dillon, via a cidade com o maior preconceito do mundo, aprendeu a amá-la, e agora que precisa se desgrudar dela, não consegue. Se complementando, eles resumem praticamente todos os temas da série.

Caio: Nem posso afirmar o contrário, mas ela está muito mais chata do que de costume e não sei se é uma coisa boa agora para o fim da série a gente ficar com a lembrança de uma Julie infantil e problemática. Mas enfim, assumir responsabilidades pelos atos que cometem é um dos pontos fortes da série. E gostei do que vi com Luke e Becky. Claro, ela também está vislumbrada com o dinheiro que o trabalho do bar de Mindy dá e isso será um grande problema até o fim da série porque Luke é um cara diferente do louco Billy que aceita tranquilamente. Gosto do casal e Luke tomou forças o suficiente para levar Becky pra jantar com seus pais estranhos. Gostei mais ainda de Jess no episódio. De fato a melhor personagem da “nova geração” de FNL. Estava na hora de alguém calar a boca do Vince. Jess ajudando Luke a entender as jogadas de QB foi ótimo e funcionou no final das contas porque ele conseguiu vencer o jogo. Odeio Ornette e o Vince atual, mas não é um ódio ruim, porque é preciso isso acontecer e só reforça que o trabalho dos dois atores está sendo muito bom, ou do contrário não incitaria tal revolta.

Guilherme: A Jess também é minha favorita entre os novos, e às vezes me irrita um pouco que dentre todos eles, nessa temporada ela é a que tem menos história. Ela fica um pouco ofuscada pelo Vince, e mesmo que os dois provavelmente voltem a ficar juntos até o final, tô torcendo pra que a separação dê espaço pra uns momentos mais DELA mesmo, que nem foi com o Luke nesse episódio. (Aliás, parando pra pensar — e tirando o Vince de jogo — ela é quase que uma versão feminina do Matt.) Quanto ao Ornette, chegamos ao ponto em que não tem MESMO como não odiar o cara. Nas últimas reviews, eu andei pegando leve com ele, tentando entender o lance do pai ausente que acha que sabe o que é melhor pro filho, mas a série não abre brecha nenhuma pra que a gente simpatize com ele. O que é quase um problema. Nunca curto muito quando um personagem ganha esse ar de vilão enquanto existem motivações que não são tão monocromáticas assim. Mas nessa trama em si, acho válido pro ponto que FNL quer frisar. Um grupo é sempre um grupo, e não importa o quanto alguém se destaque — no futebol, o foco no coletivo é muito mais válido a longo prazo.

Caio: Obviamente o objetivo dos roteiristas é que todos odeiem Ornette. Queria que Vince tivesse deixado o pai ir tirar satisfações com o Coach após o jogo, pois todos iriam ver o quão babaca aquele cara é. Poxa, até a mãe do Vince já percebeu que o pai tá indo longe demais. Quando sua vida vira de cabeça pra baixo e todos…sua mãe, sua namorada, seus melhores amigos e o homem que te ajudou a ser alguém melhor, tentam lhe apontar um caminho, é óbvio que você seguirá o certo. Entendo todo o lance da falta de um pai, mas acho que Vince está indo um pouco longe demais. A fama tomou conta total, mas acho que nesse episódio em questão ele começou a repensar e perceber os erros que vem cometendo, mesmo que para isso Jess tenha precisado terminar com ele. Como já tínhamos conversado, Coach está realmente inclinado a trabalhar com adultos, pensando e repensando na proposta que Jason ofereceu. Pode ser que seja realmente bom para o final da série, mas eu gostaria mesmo que ele continuasse com o papel de paizão dos adolescentes que ele sempre foi.

Guilherme: Eu aposto na ideia de que ele aceita o emprego, mas ao mesmo tempo é difícil imaginar o Coach deixando de fazer isso que a gente acompanhou durante toda a série. Ainda mais porque o Vince pareceu se tocar mesmo durante o episódio, e é bem capaz que lá no final, tudo acabe dando certo de novo e o Eric tenha conseguido realizar o milagre de transformar os Lions, se perder com os Lions e ajustar tudo de novo. É o que ele sabe fazer de melhor. Mas ao mesmo tempo, igual eu já falei antes sobre o Matt, um dos temas principais de FNL foi sempre o fato de se seguir em frente. Pra gente, depois de todos esses episódios acompanhando Dillon, a cidade parece mais aconchegante do que realmente é, porque na trama em si, ela nunca foi o lugar pra se passar o resto da vida. Com a exceção dos Riggins. E mesmo com Billy e Mandy, eu ainda sinto falta do Tim pra soltar um ‘Texas forever’ de vez em quando.

Caio: Não acho que todos precisem seguir adiante. As vezes sabemos o que fazemos de melhor e aceitamos que é isso que gostamos e pronto. Billy e Mindy são dois que amam aquilo ali e dificilmente sairão da cidade. Mesmo com ela grávida novamente e tudo mais, é fantástico ver Billy todo animadão naquele jeito divertido dele e ela se comportando como mãe, mas deixando há tempos de ser fútil como víamos nas primeiras temporadas. Os adolescentes foram em frente…Landry, Tyra, Lyla, Matt, Smash, Jason…mas não acho que seria errado ou ruim que Coach e Tami permanecessem na cidade fazendo que sabem fazer de melhor. Ele já tentou, sentiu falta, não gostou e voltou. Particularmente preferia que ele ficasse, mas vou entender e gostar de qualquer forma se ele for embora. No mais…Gui, faltam QUATRO episódios cara. Consegue imaginar a falta que essa série vai nos fazer? Claro, a vida segue, afinal conseguimos passar pelo final de Lost, mas é sempre muito triste ver uma série fantástica e querida indo embora. Enfim prefiro pensar que ainda temos mais quatro horas excepcionais com Matt, Tim, Tyra e quem quer que volte para dar adeus.

Guilherme: Enquanto ainda existir a primeira, a terceira e, pelo jeito, essa última temporada pra reassistir um trilhão de vezes, ainda vou conseguir suprir a falta que ela vai fazer. É ruim não ter mais episódios inéditos, mas a última cena do episódio passado ficou de prova: eu posso assistir a qualquer bom momento quantas vezes quiser, porque eles SEMPRE funcionam. E vão funcionar com meus filhos. Netos. Bisnetos. Descendente meu que não assistir FNL não vai carregar meu sobrenome no cartório. Porque enquanto o Tim não volta, faço questão de dizer no lugar dele: Texas forever.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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