Depois de semanas acompanhando a adrenalina da guerra iminente entre os dois mundos e a luta de Olívia para retornar ao nosso mundo, após perceber que não fazia parte daquela realidade, o episódio da semana de Fringe teve um ritmo mais lento, mas nem por isso menos emotivo.

Se antes Olivia lutava para voltar, agora ela luta para se readaptar à sua vida, agora repleta de lembranças de Bolivia. Mas, se se acostumar à sua rotina não é tão fácil, saber que seu grande amor esteve nos braços de seu duplo é mais difícil ainda. E Olivia demonstra seu sofrimento, como qualquer mulher.

A cena em que ela, na ânsia de se livrar de tudo o que lembrasse Bolívia, encontra uma blusa de Peter em sua máquina de lavar é perfeita para demonstrar seu sofrimento. Assim como a conversa que os dois tem nos momentos finais do capítulo. Uma conversa sincera, tensa, mas que pode marcar, pelo menos por enquanto, os rumos do relacionamento dos dois.

Por falar em sentimentos, o episódio foi guiado por sentimentos, já que o desejo de reviver alguém que se foi motivou uma série de estranhos incidentes onde órgãos transplantados eram retirados. Estes órgãos vieram de uma única doadora e serviriam para dar “nova vida” a uma garota que se suicidou. Exatamente como em “Frankenstein”, como bem lembrou Walter.

Em meio ao seu desejo de ressuscitar sua amada, o criminoso a transforma em uma verdadeira marionete, um dos momentos mais chocantes do capítulo. Ver aquele corpo sem vida “dançando” como uma bailarina, controlado por diversos cabos é extremamente angustiante. Tanto quanto o olhar que a garota lança a ele após ser “revivida” – um olhar perdido, sem vida, quase como o de um zumbi. Assustador.

Dessa experiência, resulta um diálogo igualmente emocionante, pois Olívia o interroga para saber os motivos que o levaram a “recriar” a garota. No momento em que ele diz que, ao olhar para os olhos da garota e ver que “não era ela”, a expressão de tristeza de Olivia é clara, já que a fala do homem remete exatamente a sua situação com Peter. Outro ponto marcante do episódio.

E por falar em expressões carregadas, a feição de Broyles ao ouvir o entusiasmo com que Olivia falou de seu “amigo” também foi de partir o coração. Confesso que, naquele momento, pensei que ele fosse revelar a ela o que havia acontecido ao Broyles do outro mundo, mas ele optou por manter a discrição. No entanto, ele foi igualmente afetado quando ficou sabendo que sua outra versão possuia uma família.

Porém, nem tudo neste capítulo foi sofrimento. Depois de toda a angústia em torno da substituição de Olivia, Walter voltou a sua “alegre insanidade”, interagindo com Astrid como estávamos acostumados e, inclusive, citando a vaca, que não aparecia em cena há várias semanas.

Outro retorno igualmente esperado à cena foi o do Observador que surgiu dando informações a alguém sobre Peter. O outro universo logo estará de volta.

Obrigada a todos os que acompanharam e comentaram as reviews de Fringe até aqui. Até janeiro.