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Fringe – 5×07 Five-Twenty-Ten

Por: em 18 de novembro de 2012

Fringe – 5×07 Five-Twenty-Ten

Por: em

 I never lost control

You’re face to face

With The Man Who Sold The World

É. Tá complicado. Esperar 3 semanas por um episódio novo vai ser dose. Devia existir algum tipo de lei que obrigasse temporadas finais curtas a serem exibidas sem pausas porque esse hiatus de Fringe a essa altura do campeonato é de uma crueldade sem limites.  Até lá, minha mente provavelmente já vai ter criado 1001 teorias e desfeito todas em questão de minutos, como anda acontecendo.

Eu disse semanas atrás que Joshua Jackson não precisava provar mais nada pra ninguém e Five-Twenty-Ten funciona como prova cabal pra quem ainda tinha qualquer dúvida disso. Peter sempre foi um personagem complexo e cheio de nuances, mas, até então, o Joshua ainda não tinha tido nenhuma chance de mostrar todo o seu talento e versatilidade como a Anna Torv e o John Noble. Felizmente, isso foi corrigido.

Peter morreu. Ou pelo menos o Peter que a gente conhecia morreu. A transformação dele em Observador tá sendo mais rápido do que eu imaginava e traz com ela, a cada minuto que passa, a destruição de toda a humanidade que ele trazia consigo e do seu relacionamento com a Olivia. Pensar que eles enfrentaram tudo que pode existir de dificuldades no mundo, perderam a filha duas vezes e, agora, não vão ter seu final feliz, é triste. As dicas foram distribuídas durante todo esse episódio e, se no começo já era preocupante ver que o Peter não está dormindo e que já consegue brincar com o tempo, vê-lo perdendo o cabelo no final foi a gota d’agua.

Um dos meus medos é que, após a transformação completa, ele mude de lado. Qualquer domínio que ele tinha sobre suas emoções está morrendo e ele está realmente se transformando em uma máquina, praticamente.  Por agora isso está ajudando, mas até quando? Falando nisso, não dá pra deixar de citar a citação ao episódio piloto. São esses detalhes que fazem Fringe ser o que é.

Deu pena da Olivia quando o Peter contou o que tinha feito. Aliás, foi exatamente essa atitude que me fez ter certeza de que ele está mesmo perdendo as emoções. O modo seco como ele simplesmente jogou tudo em cima dela não lembra em nada aquele Peter carinhoso e cuidadoso com ela que a gente acompanhou por 4 temporadas. Ele estava pouco se importando para como ela iria reagir; o que importava era o plano à sua frente e nada mais.

Quero ver como o Walter vai reagir. Encarar a realidade de perder mais uma vez o filho, a pessoa que ele mais ama no mundo, não vai ser fácil.

Já seria difícil em qualquer circunstância, mas a atual potencializa tudo. Eu nunca imaginei ver o Walter tão perdido assim, convicto de que está se transformando no homem que costumava ser. Acho que descobrir o que está acontecendo com o Peter vai tirar um pouco o foco dele sobre isso. Ninguém tem dúvidas de que ele vai fazer o possível e o impossível pra tentar salvar o filho, não é? Ele já foi capaz de atravessar o universo por ele. Qualquer coisa que ele fizer agora parece pequena perto disso.

Todos os diálogos com a Nina Sharp foram ótimos.  Que saudade que eu tava da personagem. Mas acreditam que só percebi isso quando ela apareceu? Acho que eu mergulhei tanto na história da temporada que estava pouco atento ao que ainda existe dentro do universo de Fringe. Foi bom ver como a Nina está. Será que ela volta para outra participação mais perto do fim? Minha cena preferida dos dois foi o momento em que o Walter devolveu a ela a foto que estava nas coisas do Bell. Parece que até ele era capaz de amar.

Observer-Peter meio que tira do Walter a válvula de escape que, segundo ele jurou a Nina, o impedia de se tornar o homem que já foi um dia. Meu medo é que o Walter desista de tudo. Se a Olivia não vai aguentar perder o Peter, imagina ele? É cruel demais até imaginar que ele vai ter que passar por isso.

Terminar o episódio com Man Who Sold The World foi pesado. Além da música ter a letra carregada e os acordes melancólicos, ela se encaixava perfeitamente no momento. Walter um dia foi o homem que vendeu o mundo pra salvar o filho; agora, o Peter fez o mesmo, com a diferença que ele não vendeu o mundo em um sentido literal, mas o SEU mundo, a vida que ele poderia ter com a Olivia e que, de uma vez por todas, foi tirada deles.

É interessante também como o episódio, nesse ato final, traz bem o dual entre Walter e Peter. Enquanto o pai sofre com a possibilidade de estar mudando e procura se agarrar a qualquer possibilidade de reverter isso, o filho já mudou, sem perceber e (talvez até mesmo por isso) não parece guardar (agora) qualquer tipo de arrependimento. É por momentos assim que eu encho a boca pra dizer que Fringe nunca perdeu seu foco: Começou sendo uma série sobre a família Bishop. E vai terminar assim. Da maneira mais triste e cruel possível. Mas fiel ao que sempre foi.

Dá mesmo pra acreditar que só teremos inédito em 3 semanas? Sacanagem, FOX.

Enquanto isso, aproveita e solta sua teoria aí nos comentários pra gente discutir os rumos dessa sensacional temporada que Fringe tá fazendo!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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