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Glee – 4×06 Grease

Por: em 18 de novembro de 2012

Glee – 4×06 Grease

Por: em

Sabe quando você tem expectativas altas para algo e elas são frustradas e você fica completamente desolado? Pois é, aqui aconteceu justamente o contrário. Eu não gosto muito desses episódios em que Glee faz tributos, homenagens e essas coisas, nem tão pouco gosto do estilo musical de Grease, mas, confesso, me surpreendi e amei o episódio. Os minutos passaram alucinadamente rápido e, sem brincadeira, quando chegou ao final imaginei que era um corte para uma nova cena. E isso é sinal de que a série está no caminho (mais do que) certo. Apesar do episódio passado ter sido um pouco inferior aos outros, já é possível dizer que este início de temporada é o melhor da série.

Um dos fatores que fizeram meu ânimo de assistir a série voltar é a volta de Sue. Ela, desde o início, me deu raiva, mas passei a idolatrá-la quando conhecemos sua irmã. A partir daquele momento ela se transformou numa das personagens mais ricas da série, e, apesar dos momentos, principalmente o enterro, terem sido emocionantes, a morte da irmã de Sue praticamente eliminou a personagem. Um tempo depois, simplesmente Sue começou a ter menos destaque e, na terceira temporada, transformou-se numa espécie de Madre Teresa de Calcutá, tamanha sua bondade e generosidade com o coral. Tanto é que a própria Sue vem repetindo isso seguidamente: sua fase de boazinha passou e velha e boa Sue está de volta. Confesso que estou ainda mais empolgado com sua volta malvada porque agora ela está enfrentado Finn. Tá certo que também não sou lá grande fã de Will, mas, alguma vezes, tinha pena do professor, mas agora, com Finn, é diferente. Quanto mais maldade ela fizer ao jovem, melhor.

Ok, brincadeiras à parte, também não é bem assim. Acreditem, eu resolvi dar uma chance a Finn. Ele merece, afinal. Estou realmente curioso para saber como ele irá guiar o Glee Club agora que está no comando. De imediato, ele já acertou em cheio, o espetáculo foi inegavelmente maravilhoso, mas tenho esperança que ele consiga se conhecer melhor com essa experiência. Ainda o vejo um tanto quanto perdido na vida, algo compreensível, considerando sua fase de vida. Muitos de nós, após completarmos o Ensino Médio, também não sabemos o que fazer no futuro.

Mas deixando um pouco os personagens principais e veteranos de lado, quero fazer alguns comentários sobre os novatos. Começando com Kitty. Ela realmente não está para brincadeira. Bulimia é algo realmente sério, e aí vai um ponto para Glee, por abordar um assunto tão comum em jovens como Kitty e Marley. Se antes eu não estava convencido com o quarteto formado pelas duas junto com Jake e Ryder, agora vejo que eles podem sim render bons momentos e sustentar a série quando focada em Ohio. Antes não tinha empatia muito grande por nenhum deles, agora já torço por Marley e sua inocência, odeio Kitty, tenho pena e receio de Jake, e  simpatizo com Ryder (por enquanto só isso, acho que o personagem pode render, mas ainda é cedo demais para tirar grandes conclusões).

Outra personagem que vem dando o que falar é Unique (vou sempre me referir a Wade como Unique, afinal é assim que ele se sente melhor). Se no episódio passado eu tinha decidido que eu não gostava da personagem, neste já senti imensa pena. Pais são pais, e é muito difícil julgar atitudes como a deles, mas foi realmente triste vê-lo perdendo o papel. Espero que a série continue focando nesse tema, afinal, se existe preconceito contra homossexuais, como a série bem mostrou com Kurt, existe ainda mais com travestis.

Aproveitando o embalo, vou comentar também sobre Cassandra ( e aí já entra Brody). Eu fiquei um tanto quanto chocado com a forma simpática que ela estava tratando Rachel. Não me parece ser do feitio dela, mas resolvi dar uma chance, afinal as pessoas mudam. Mas só algumas. E Cassandra provou, no final do episódio, que ela não mudou. Não acho que ela tenha feito nada errado. Ela é  livre, Brody também, mas ela não precisava jogar isso na cara de Rachel, mas, apesar de a conhecermos pouco, sabíamos que ela não perderia a oportunidade de tripudiar de nossa estrela. Ainda assim, fiquei refletindo por um tempo sobre o que ela falou. Poxa, Rachel pegou um avião e foi ver a peça de Finn. Brody, obviamente, achou que ela estava mesmo querendo ver Finn. No fim das contas, não tiro a razão de Brody, até porque foi só uma noite e acho que as pessoas dão valor demais pro sexo, mas isso já é uma outra discussão. A questão é: Brody faria a mesma coisa se estivesse comprometido com alguém?

Fico feliz que eu tenha falado tanto dos novatos, pois isso significa que ele estão  rendendo boas tramas e isso é realmente ótimo. Mas, agora sim, vamos falar dos nossos veteranos.  Rachel e Kurt, como citado, visitam Ohio para ver a adaptação de Grease que os amigos vão apresentar. Até aí tudo bem, mas nós e eles bem sabemos que, com isso, ele teriam que encarar seus ex-namorados. E claro, Glee não deixaria essa oportunidade passar. O encontro dos quatro foi simplesmente sensacional. A tensão existente era palpável, e aí também elogio os atores que souberam muito bem dar vida aos sentimentos de seus personagens. Depois disso, no final, o embate dos dois casais foi ótimo, digno de choradeira. Primeiro Finn presenteou-nos com um pote de fofura com os “tipos de choro de Rachel” e depois pediu para que eles nunca mais conversassem. Isso tudo numa sequência de diálogos tão profunda e bem colocada que deu gosto de ver e rever.

Não sei se Glee vai realmente deixar estes casais separados, mas acho que é uma boa aposta. Os jovens estão crescendo, assumindo responsabilidades e virando adultos. Ver Kurt e Rachel dizendo, referindo-se à escola, “essa não é mais nossa casa”, foi de cortar o coração e a prova de que as coisas mudaram e muita coisa ainda está por vir.

Outras obervações:

– Rachel e Kurt tem uma química que poucas vezes vi. Os atores, Lea Michele e Chris Colfer, são ótimos e ajudam, mas esses dois personagens parecem ter sido feitos um para o outro (como amigos, claro).

– Brittany novamente ficou encarregada da parte cômica e não decepcionou. Sempre dou risada quando ela confunde Unique com Mercedes, e o desespero dela, logo no início, achando que a notícia que Will tinha para dar era a morte de Adele, foi ótima.

– Santana simplesmente arrasou cantando There Are Worse Things I Could Do. Essa personagem é a grande revelação da temporada passada e merece mais destaque.

– Marley também não deixou por menos e cantou muito em Look at Me, I’m Sandra Dee (não gostei muito da versão de Kitty).

– Agora, o que foi o número final? A clássica You’re the One That I Want ficou incrível. Destaque para Rachel relembrando dela e Finn catando a mesma música lá nos primórdios da série.

– Só eu estava com saudade de Sue derrubando obejtos e pessoas no corredor?

E, agora sim, finalmente, concluo: Glee é drama e sabe fazer isso muito bem. Esse episódio provou isso, assim como outros já vinham mostrando. Quero ainda mais choradeira, com texto de qualidade e cenas muito bem montados, como foi o caso desse ótimo episódio. Como é bom quando nossas séries prediletas ultrapassam mesmo nossas mais altas expectativas. Vida longa à essa maré de bons episódios!


Micael Auler

Gaúcho que ama chimarrão e churrasco (tchê!) quase tanto quanto ama séries, filmes e livros. Para acompanhar, seja lá o que for, bebe: se não o chimarrão, café; ou então algo com um pouquinho de álcool.

Lajeado / RS

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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